Aqui
há tempos, notícias amplamente divulgadas informaram que um jogador de futebol
internacional português foi assaltado dentro do seu Audi R8, tendo sido
obrigado a entregar bens como algumas jóias, um anel, um relógio e algum
dinheiro, cerca de oito mil euros. Ao todo, terá ficado sem 45 mil euros.
Nos
tempos que estão a correr, impressionou-me nesta notícia os factos de um homem
andar no dia a dia com jóias – um caríssimo diamante num brinco, e oito
mil euros como dinheiro de bolso.
Também
sabemos que na Av. da Liberdade há muitas lojas a venderem – e vendem
– artigos de muito milhares de euros. Serão jogadores de futebol alguns
dos seus clientes e, se calhar, também, aqueles “gestores” que
dispondo já de boas pensões por lustrosas carreiras, ainda acumulam uns bons
milhares de euros por outras modernas funções, que poderão gastar nestes luxos
e dar emprego a meia dúzia de portugueses nesta avenida de referência. Também
têm sido divulgadas os ordenados principescos de muitos gestores e até os
valores pagos pela presença de certas individualidades em programas
televisivos.
Mas
fico a pensar se alguns milhares destes euros não podiam, não deviam, ser
canalizados para assegurar empregos necessários e que por falta de verbas levam
a tanto desemprego. Um jogador não podia ter um salário mais baixo? (Afinal
anda só a correr atrás de uma bola!) …e os tais milionários incluindo os
que aparecem na TV com frequência a opinar sobre todas as coisas, não podiam
gastar o seu saber a encontrar soluções para os nossos jovens ficarem no nosso
País? É que ser rico também tem obrigações para com a Sociedade.
Maria Clotilde Moreira / Algés
Artigo publicado hoje no Correio dos Leitores do JO
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