terça-feira, 27 de março de 2012

Coisas da comunicação social



   Aqui há tempos, notícias amplamente divulgadas informaram que um jogador de futebol internacional português foi assaltado dentro do seu Audi R8, tendo sido obrigado a entregar bens como algumas jóias, um anel, um relógio e algum dinheiro, cerca de oito mil euros. Ao todo, terá ficado sem 45 mil euros.
   Nos tempos que estão a correr, impressionou-me nesta notícia os factos de um homem andar no dia a dia com jóias – um caríssimo diamante num brinco, e oito mil euros como dinheiro de bolso.
   Também sabemos que na Av. da Liberdade há muitas lojas a venderem – e vendem – artigos de muito milhares de euros. Serão jogadores de futebol alguns dos seus clientes e, se calhar, também, aqueles “gestores” que dispondo já de boas pensões por lustrosas carreiras, ainda acumulam uns bons milhares de euros por outras modernas funções, que poderão gastar nestes luxos e dar emprego a meia dúzia de portugueses nesta avenida de referência. Também têm sido divulgadas os ordenados principescos de muitos gestores e até os valores pagos pela presença de certas individualidades em programas televisivos.
   Mas fico a pensar se alguns milhares destes euros não podiam, não deviam, ser canalizados para assegurar empregos necessários e que por falta de verbas levam a tanto desemprego. Um jogador não podia ter um salário mais baixo? (Afinal anda só a correr atrás de uma bola!) …e os tais milionários incluindo os que aparecem na TV com frequência a opinar sobre todas as coisas, não podiam gastar o seu saber a encontrar soluções para os nossos jovens ficarem no nosso País? É que ser rico também tem obrigações para com a Sociedade.

Maria Clotilde Moreira / Algés


Artigo publicado hoje no Correio dos Leitores do JO

 
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