sábado, 1 de setembro de 2007

Lisboa+Viva


Vivemos num Estado Democrático, onde cada cidadão têm direitos e deveres.

Já Edward Bernstein, um dos percursores da Social Democracia, dizia que "um regime de democracia é um regime feito de compromissos".

A decisão, política, de instalar radares em Lisboa, partiu de uma vontade universal, de homens e mulheres de boa vontade, em reduzir a sinistralidade rodoviária na cidade, num compromisso entre a liberdade individual e a responsabilidade para com os outros, onde as regras têm de ser cumpridas. Fundamental para quem quer viver em sociedade.

Quando falamos de sinistralidade rodoviária, falamos de acidentes por descuido, incidentes por conduta delinquente, destruição de propriedade, engarrafamentos, feridos ligeiros, feridos graves e mortos. É este o cenário actual e que é necessário mudar, dentro e fora das localidades portuguesas.

Os radares têm sido contestados dentro da sociedade civil por quem acha que são mais um instrumento para "encher os cofres do município" mas até agora estes mesmos movimentos de cidadãos não foram capazes de avançar com alternativas concretas que diminuíssem a sinistralidade rodoviária como os radares o fazem, solução universalmente aceite em países por toda a Europa, com uma sinistralidade muito reduzida, com regras que são efectivamente cumpridas. Não, não há direito a perdão quando há comportamentos que põem em risco a vida das pessoas. Por aqui, ainda acham que sim, tal a falta de cultura de segurança que existe entre nós.

Estes movimentos, com uma adesão que só se pode caracterizar como sendo essencialmente populista, apelam à melhoria das infra-estruturas de circulação rodoviária, que levaria os cidadãos, auto-mobilizados, a se deslocarem invariavelmente mais depressa, e não com mais segurança, um facto a que se explica, psicologicamente, como o "mecanismo de compensação" - se as condições actuais já permitem circular a esta velocidade, ao melhorar o pavimento ou a largura da via, então o condutor inconscientemente aumenta a sua velocidade de circulação. Maior velocidade leva a maior sinistralidade derivado dos erros do condutor com consequências claramente mais graves.

Por incrível que pareça, a introdução de ABS e Airbags levou a um aumento da velocidade média em que os acidentes rodoviários ocorriam porque os condutores assumiam que se sentiam mais seguros, ao volante de um carro equipado com este tipo de equipamentos, e assim poderiam circular com maior velocidade. Como resultado, aumentou o número de acidentes, um cenário alterado só quando se tornou regra haver campanhas de prevenção rodoviária aliadas a campanhas de "Tolerância Zero". Na prática, melhorar as condições de circulação rodoviária e diminuir a sinistralidade rodoviária, só se consegue diminuindo a velocidade média de circulação.

Dados recentes comprovam a melhoria de condições de circulação em Lisboa após a instalação dos radares, já de si muito difíceis devido ao intenso tráfego que se faz sentir dentro da capital. Contudo, a avaliação de uma medida destas não se pode fazer num mês, mas compará-las com os dados de anos anteriores. É de supor que o número de automóveis a circular em Lisboa aumente 2% no próximo ano. Contudo, com a diminuição em certas zonas da velocidade de circulação, é previsto uma diminuição até 80% da sinistralidade rodoviária nas vias com radares instalados.

Uma medida destas salva vidas e num melhor cenário, aumenta o fluxo de circulação rodoviária. E sem os radares, colocados em pontos de elevada sinistralidade, vias com passadeira de peões e saídas de túneis, iríamos voltar ao mesmo ou pior.

Se concorda com este raciocínio, escreva um email à Câmara Municipal de Lisboa, ao Departamento de Apoio à Presidência, à Direcção Municipal de Protecção Civil, Segurança e Tráfego ou ao Departamento de Segurança Rodoviária e Tráfego, a pedir que mantenham a fiscalização com radares a 50 km/h para as vias que tenham passadeira de peões, semáforos, túneis, falta de visibilidade e rotundas ou que tenham uma elevada sinistralidade, e que não desistam de lutar por uma Lisboa+Viva.

18 comentários:

Isabel Magalhães disse...

DC:

Muito bem.

Um texto muito claro.




Obrigada.

Sam disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sam disse...

Há sempre os dois lados da moeda: o lado da segurança que sem duvida melhorou, e o lado do povo português mais uma vez ser vitima de roubo.
Eu sou condutor, conduzo muito rapido, respeito os radares e quando tiver de pagar uma multa irá sair da minha carteira. no fundo isto aplica-se a todos os que conduzem rapido tanto aos que conduzem devagar porque mesmo que haja radares a limitarem a velocidade a 50 ou 80 qualquer um que abrande para respeitar o limite há-de um travar tarde demais ou acelarar cedo demais e toca a pagar uma multa. 2500 infracções por dia? 64 mil infracções num mês? 13 milhões de euros por ano, ou seja, 1,5% de todo o orçamento de 2006? Mesmo culpando os aceleras há por aí muito condutor seguro a ser multado. E digo mais, os aceleras (eu por exemplo) não devem os que mais originam estas infracçoes, porque são os que controlam mais a velocidade a que andam, estão sempre com os olhos sobre o ponteiro da velocidade; agora aqueles que conduzem na descontração não fazem ideia que vão a 2 ou 3 km acima do limite, porque sabem que conduzem devagar e não estão atentos á velocidade que andam. O problema nao é o facto de o condutor andar depressa o devagar, seja acelera ou condutor de domingo ha-de sempre fazer por respeitar estes radares, mas o problema reside em factos tal como radares mal colocados, não se saber (ou não haver) sobre as tolerancias, a velocidade que se anda não corresponder á velocidade real, e por fim... a propria infracção ser abusiva. Há uma frase antiga que diz " se uma aldeia diz que o presidente é um idiota, a aldeia passa despercebida; mas se metade de um pais afirma que esse presidente é um idiota então se calhar o povo tem razão.
2500 infrações por dia? o povo não quer pagar multas, o povo sabe que existem radares, errar é humano e mesmo assim existem 2500 azarados por dia. Tenho pena deles e sei que um dia será a minha vez.

E disse...

Por acaso nunca lhe ocorreu que está a conduzir acima do limite de velocidade dentro das localidades, que é 50 km/h? Um condutor seguro cumpre os limites de velocidade, se não os cumpre e não está atento, já não é condutor seguro.

Eu sou um condutor "descontraído", porque circulo sempre abaixo do limite de velocidade. E não corro o risco de ser multado, porque cumpro os limites. É óbvio. É assim tão difícil perceber, mudar os hábitos?

Se reparar, a maior parte dos veículos circulam agora a uma menor velocidade dentro de Lisboa. Como você têm que partilhar a mesma via pública que eles, vai ter que reduzir também a sua velocidade. Ou então arranja um helicóptero :-o

É esta uma das vantagens dos radares. Dificultam o comportamento "acelera" nas zonas onde estão instalados os radares. O que diminui grandemente o risco de acidente rodoviário.

Sam disse...

Por acaso sim, já me ocorreu várias vezes que estou acima do limite de velocidade. Aliás, quando digo que sou acelera, refiro-me a auto-estradas, segunda circular e vias similares, dentro das localidades torna-se complicado ser acelera visto haver cruzamentos, somaforos, passadeiras, carros mal estacionados, lombas, etc...
Um condutor seguro não é um condutor que cumpre os limites: um Audi A4 embate espatifa a traseira dum Ford Fiesta, ambos iam a conduzir dentro do limite numa localidade, e porque é que se deu o acidente? primeiro porque o condutor do Ford Fieste decidiu travar a fundo porque ia tirar um cigarro e este caiu no chamo perto dos pedais e em segundo porque o condutor do Audi A4 não estava atento. Não é por respeitar os limites que se é um condutor seguro. Ser atento sim, é sinal de segurança, talvez essa é razão pela qual que eu em 10 anos de carta, em 10 anos de condução acelarada apenas tenho uma multa de uso do telemovel e apenas um acidente que nao foi culpa minha. Transportando estes factos para a atitude perante os radares, o condutor seguro olha para o radar, olha para o velocimentro, vê que tá acima do limite e faz uma travagem brusca; o condutor acelera tem total consciencia da velocidade a que está a andar.
É verdade que o transito agora circula mais devagar em Lisboa e se os radares trouxeram segurança... ainda bem. Mas há sempre a contrapartida. Usando o exemplo da segunda circular: se já era mau em hora de ponta... então agora nem se fala. O objectivo devia ser uma melhor circulação do transito, situação esta que já era má e pirou com os radares e para piorar ainda a multa acaba sempre por aparecer. E que não venham dizer que os outros paises já têm radares ha muito tempo, porque esses paises têm muitos caminhos para "chegar a Roma", enquanto que na nossa capital não ha muito por onde escolher.
Os radares não são grande dificuldade para os aceleras, é apenas uma questão de abrandar naqueles 300 ou 400 metros após o radar, e todo o acelera prefere a faixa mais afastada do radar :) Á partida os radares servem para diminuir o risco de acidente mas é relativo á colocação do radar. Usando como exemplo o radar á entrada da segunda circular para quem vem da IC19 a colocação deste é muito má. Obriga o condutor a travar é verdade mas se analisarmos bem, o radar está depois duma curva, o piso é desnivelado (é uma descida em curva) e ainda por cima é irregular. Aposto que no inverno ha-de haver muito acidente naquela curva em dias de chuva, basta que se esqueçam que ha um radar e que depois se lembrem de travar para ficarem dentro do limite. Mas o pior exemplo é o radar do tunel do Marquês, a estrada tem uma inclinação muito elevada, misturando isto com o piso molhado e as pequenas travagens para não ultrapassarem o limite muito acidente vai acontecer. Não sei se sabe onde está o radar mas está mesmo no final da descida antes da saída pra rotunda, ou seja.. muito mal colocado.

Unknown disse...

.

Não percebo a tese de que é preciso estar constantemente a acelerar e a travar para manter uma velocidade constante, regular e segura (dentro dos limites).

Devo estar muito desactualizado no que diz respeito a carros...

No meu tempo, ontem..., bastava não acelerar para manter a velocidade constante e acelerar ou desacelerar apenas quando isso era requerido pelas condições de condução - p.ex. vencer uma subida ou uma descida, uma ultrapassagem, etc., auxiliado pela caixa de velocidades, é claro -.

Acho que anda por aí muita gente com carta de condução a acelerar que NÃO FAZ A MÍNIMA IDEIA DO QUE É UM CARRO, COMO FUNCIONA, E COMO O CONDUZIR!!

Com os desejos de que algum sábio acelera (ou desacelera) me elucide.

Post scriptum: É o que eu digo. Isto da malta tirar a carta na Play Station não lembra ao Diabo...

Cumps,

"FOGAREIROS FOR EVER !!"

.

Sam disse...

A tese dum acelera é obviamente que não gosta de andar devagar e gostos são indiscutiveis. Posso dizer que faço de vilamoura a Lisboa em duas horas, sempre de mãos no volante e de olhos na estrada e há quem faça o mesmo percurso em três horas, a falar ao telemovel, a mexer no GPS e claro até pode adormecer. É obvio que os carros da actualidade também ajudam ao facto de "andar mais rapido" mas mesmo nestes carros há sempre a atitude do acelera e do descontraido: enquanto que o acelera anda a 150 num Audi A6 numa autoestrada e tá consciente disso, o descontraído não sente que o seu Audi A6 está a 150 e só se apercebe disso porque olha para o velocimetro (isto é o exemplo de eu e o meu pai).
O acelera só é visto como acelera porque há outros que são o oposto. Neste momento tou em Madrid e as estradas daqui não se comparam ás do nosso país. Em Lisboa é perfeitamente normal numa autoestrada ver um carro na faixa mais á esquerda a 150 e um carro nessa mesma faixa a andar a 70. Em Madrid e em Toronto (onde estive muitas vezes) não há casos destes, são paises onde há autoestradas de 6 faixas pra cada lado em todas as faixas todos os condutores a materem a média dos 120. Se assim fosse no nosso pais talvez nao haveria tanta necessidade de acelarar.
É verdade que há gente por aí que não sabe conduzir, como aqueles que entram em contra mão numa autoestrada ou que não sabem o significado dos sinais de transito. E sobre a Play Station... não é o meu caso :) Mas digo que há uma grande lacuna quando se tira a carta de condução. Após as 35 aulas de condução e de código ninguem sabe conduzir, apenas foram ensinados sobre o que é conduzir. Acho que umas aulas sobre pericia de condução e testar as capacidades do condutor em certas situações seriam uma boa ajuda para muita gente, e dou o exemplo que o facto travar a fundo numa situação de perigo pode ser a pior coisa que se pode fazer.

E disse...

Se acha que não é por respeitar os limites de velocidade que torna um condutor seguro, então por acaso argumenta que não os cumprindo, torna o condutor mais seguro? Deve estar a brincar com a inteligência dos portugueses.

Não me parece que desrespeitando os limites de velocidade, torna um condutor mais seguro que outros. E mais esta, um condutor seguro não têm comportamentos de risco, como falar ao telemóvel em andamento, e afins.

Um condutor seguro em regra NÃO FAZ TRAVAGENS BRUSCAS. Essa é a principal diferença de um condutor com espírito "street racing" ou apressado. Nem em cima do radar, ou antes dele ou depois (há radares que estão apontados para o sentido inverso de circulação), com ou sem chuva. Um condutor seguro coloca-se numa posição em que nunca precisa de fazer uma travagem brusca.

É raro eu utilizar os travões, porque estou sempre a reduzir com a caixa de velocidade, e só os uso quando me aproximo perto de semáforos, passadeiras, etc. O resultado é que tenho sempre espaço de distância em relação ao condutor da frente e circulo a velocidade média inferior aos limites.

Ah, e faço Vilamoura - Cascais em menos de 1 hora. Porque vou de avião :-).

Quanto à 2º circular, discordo, os números da PSP atestam a diferença, há menos engarrafamentos derivados de acidentes na 2º circular por excesso de velocidade, as entradas e as saídas já não constituem provas de sorte e perícia porque a velocidade de circulação média diminuiu bastante. E porque também vou ao Aeroporto da Portela muitas vezes, e agora perco menos tempo do que dantes (antes eram 45 minutos a 1 hora devido aos toques e despistes, agora é sempre a andar, 20 minutos).

Unknown disse...

.

Caro Sam,

A 'questão/opinião' que expus era uma generalidade, mas agradeço-lhe o esforço de tentar explicar a sua opinião, claramente diferente da minha.
Nomeadamente porque a sua ideia não tem em conta aspectos críticos, neste caso da condução, relacionados com diversos factores como é desde logo, a diversificada natureza humana, quer do ponto de vista psicológico, quer do ponto de vista físico, quer mesmo na questão das variações de humor (estado de espírito), quer da mentalidade, quer da cultura, e mais uns quantos factores.

O pior erro que podemos cometer quando analisamos um problema que envolve pessoas é tomarmo-nos a nós próprios como bitola e extrapolarmos a partir daí, fazendo generalizações.

As pessoas são todas diferentes e reagem de modos completamente distintos em contextos similares. A mesma pessoa pode ter reacções e comportamentos diferentes, em momentos diferentes, ante uma situação recorrente.

Além disto é necessário considerar os factores externos ao condutor, como o próprio veículo, as vias, a sinalização, a metereologia, e por aí fora.

São muitas as variáveis do problema e ele não pode ser simplificado para não se correr o risco de, ao invés de o resolver, gerar problemas maiores ainda.

"Deus criou o homem e o homem pagou-lhe na mesma moeda" (Lavoisier)

Cumps

Isabel Magalhães disse...

Caro Sam;

Esta é a primeira vez venho interagir com os seus comentários e apenas para frisar algo positivo que aqui deixou e com a qual estou 100% de acordo.

" (...) digo que há uma grande lacuna [em Portugal] quando se tira a carta de condução. Após as 35 aulas de condução e de código ninguem sabe conduzir, apenas foram ensinados sobre o que é conduzir. Acho que umas aulas sobre pericia de condução e testar as capacidades do condutor em certas situações seriam uma boa ajuda para muita gente (...) "

Quanto ao resto... não serão apenas umas quantas tentativas para justificar o facto de que não cumpre a sinalização? Lembre-se que é por causa dos que não cumprem que são necessários radares.

Saudações.

José Carlos disse...

Tanta coisa para dizer que tem um Audi....

Sam disse...

Caro José Carlos,

Um Audi? Mas.. nunca afirmei que tenho um Audi. Na verdade tenho um VW Polo 1.4 de 2001. :) Já conduzi um Audi, muito esporadicamente. Acho que houve aí um erro de interpretação. E para ser sincero prefiro o meu Pólo do que um Audi.

E caro Direct Current, também fez um pequeno erro de interpretação. Eu não disse que é por desrespeitar os limites que torna um condutor mais seguro, apenas disse que um condutor atento á estrada é de facto um condutor seguro. E também não é o não fazer travagens bruscas que torna um condutor mais seguro, porque se por exemplo mais á frente não cede á passagem de um peão numa passadeira, então lá se vai a segurança. Mas sendo realista. Até o mais seguro comete os seus erros.

Eu sei que não cumpro os limites (exceptuando em vilas e localidades) e sei que corro o risco de levar com uma multa em cima. Mas tenho uma condução atenta, controlo sempre os carros que estão á minha volta de modo a eu poder fazer a condução de forma que eu gosto. Chamem-me de perigoso e pouco seguro na condução, mas é um facto que em 10 anos de carta não tenho um único acidente., acho que é uma boa estatística tendo em conta que há por aí condutores “mais seguros” que eu que já estiveram envolvidos em mais acidentes. Aproveito para lançar uma pergunta para quem quiser responder: em quantos acidentes já estiveram envolvidos?

E disse...

Zero acidentes em +7 anos. Pago 160€ de seguro automóvel com seguro de vida incluído (ando à procura de mais barato, conhece alguma que faça mais?)

Mas isso de ter zero acidentes e pensar que se é o maior e que se está seguro não é verdade (normalmente os pilotos cometem erros por excesso de confiança).

Posso ter zero acidentes sem ter conduzido durante muito tempo, não é? Ou o azar de ter um acidente porque uma condutora ia distraída a falar ao telemóvel e bate-me na traseira, não é? Ou um gajo ignorar o sinal vermelho e avançar, apanhando-me no meio, não é? Há N coisas que podem acontecer a um condutor seguro. Mas a probabilidade de isso acontecer é muito baixa - quando atravesso o cruzamento, sou do tipo de olhar para os dois lados quando avanço, a minha regra é nunca confiar.

Mas uma coisa é indesmentível. Quanto mais depressa você vai, menos tempo têm para reagir, maior a distância de travagem e maior risco você terá em ter um acidente. Concorda ou não?

Anónimo disse...

1.º) Acho que os radares devem mudar de sítio:

A saída da ponte 25 de Abril entre o viaduto Duarte Pacheco e o Aqueduto das Águas Livres é um local com curvas e contracurvas, o limite de velocidade é de 80 Km e deve ser controlado, porque há aí muitos acidentes. Colocava ali um radar;

Retirava o radar da Av. das Descobertas porque está junto ao semáforo. Aí os veículos devem parar ao sinal vermelho ou passar o mais rapidamente possível durante o amarelo se não for seguro parar;

Uma coisa é circular-se nas vias centrais das Av. do Campo Grande, da Av. República ou da Av. Liberdade; outra é circular-se nas vias laterais à direita dessas Avenidas. Retirava os radares das vias centrais e colocava-os nas vias paralelas à direita em cada um dos sentidos, regulados para 50 Km (ou menos);

Em vez de controlar a velocidade na Radial da Buraca, optava por fazê-lo na rua paralela do outro lado da linha do comboio, na rua Conde de Almoster;

No túnel do Campo Pequeno, em vez do radar estar na recta, colocava-o nas saídas, principalmente junto à que dá para a Av. Gago Coutinho;

No túnel da Amoreiras colocava o controlo de velocidade apenas na descida, mas regulado para 70 km ou nas saídas em curva, então regulados para 50 Km;

Em vez de colocar os radares na extensão da Avenida E.U.A., colocava-os na parte antiga da mesma Avenida, aí os 50 Km seria a regulação certa;

Nas restantes vias agora controladas não referidas aqui, porque são as principais avenidas de entrada e saída de Lisboa, admitia uma velocidade superior aos 50 Km, mas, para aumentar a sua segurança, colocava-lhes, o mais rapidamente possível, barreiras de protecção que impedissem os peões de atravessar em locais impróprios, o que acontece frequentemente até com passagens aéreas por perto. Continuava também com o esforço de substituição dos cruzamentos de nível por cruzamentos desnivelados nessas avenidas.

2.º)Têm vindo a diminuir já à alguns anos, porém serão sempre demais.

Para a sua redução contribuem os automobilistas, mas não só: porque será que deixou de se falar do IP5 como a "Estrada da Morte"? Pois é! a via rápida inicial deveria desde logo ter sido feita com o perfil de auto-estrada.

O mesmo acontece com o IP4, que é considerada agora a "Estrada da Morte". O IP3 entre a A1 e Viseu é também uma estrada extremamente perigosa e como está poderá ser também considerada uma "Estrada da Morte": embora tenha muitos troços com faixas separadas, elas são estreitas, têm subidas e descidas muito grandes, entradas e saídas com pouco espaço de acelaração/desacelaração, assim como falta de espaço à direita das vias para encostar em caso de necessidade. Nunca poderá ser uma auto-estrada. A via do Infante tem também alguns destes problemas entre Espanha e a A2, por isso, embora esteja classificada como auto-estrada, não tem as condições duma verdadeira auto-estrada.

Do mesmo modo, nas "vias rápidas urbanas" deveria ser adoptado o sistema usado à muito noutros países, incluindo na nossa vizinha Espanha: há mais de vinte anos que conheci Madrid e já então haviam nalgumas avenidas barreiras metálicas para impedir o atravessamento dos peões em local impróprio, tal como acontece agora em parte da 2.ª circular.

Há estradas nacionais que são autênticas vias urbanas em grande parte do seu traçado, provocando demoras e estresse nos condutores, que os leva depois a tentar compensar o tempo perdido, andando mais depressa nos troços mais desimpedidos, o que provoca também muitos acidentes. Exemplos.: EN125 (Algarve), EN13 (Póvoa de Varzim Porto), etc.

Fizeram-se muitas auto-estradas de à vinte anos para cá, mas porque é que os sucessivos Governos deixaram de fazer os desvios às localidades das Estradas Nacionais (algumas são agora IPs ou ICs)? Desde então quase nada se tem feito nesse sentido (para além de muitas rotundas). As auto-estradas desviaram muito trânsito, mas as localidades cresceram e muitas delas atingiram hoje já a categoria de cidade. O aumento da motorização dos portugueses fez com que as antigas estradas continuassem cheias de veículos e de problemas como a sua manutenção e, obviamente, os acidentes de trânsito.

3.º) O "post" inicial dizia que os "airbags" provocam maior sensação de segurança. Mas não é só sensação, os carros são hoje mais seguros: a implementação das inspecções deve ter tido algum impacto na melhoria do parque automóvel nacional, pelo será mais seguros; A introdução de sistemas mais eficazes de travagem, nomeadamente o ABS reduziram o espaço de travagem. Porque não referiu isto?

4.º) Há também muitos acidentes devido ao aumento da delinquência e da criminalidade em geral. Esses casos devem ser tratados como tal: Quantos carros roubados circulam pelo país? Será que esses condutores estão habilitados a conduzir e o fazem tendo em atenção as regras de trânsito? Em caso de acidente fugir não será a reacção óbvia?

5.º) Mesmo quando os carros são comprados, quantos condutores circulam actualmente sem carta, em virtude de ser cada vez mais difícil de obtê-la? Não tendo carta, será que têm seguro e a inspecção em dia? Em caso de acidente, fugir não será também a reacção mais óbvia? Nestas condições, não será de prever que muitos desses veículos permanecem ainda em nome dos anteriores proprietários?

Zé da Burra o Alentejano

E disse...

Francisco P. Redondo(IP NOTIFIED):

Não referi isso porque a maior parte dos condutores não travam com força suficiente para activarem o ABS e ainda por cima circulam a uma velocidade superior o que aumenta a distância de travagem. Não sei se é devido ao hábito que adquiriram em não pisar a fundo o pedal do travão. Travar a fundo têm que ser "para partir o pedal" e não para "lhe dar umas festas". E esse aumento de velocidade é devido a um aumento (excesso) de confiança

Anónimo disse...

Indico uma lista de possíveis causas de acidentes:

- condução sob efeito de cansaço e ou sono;
- Condução sob efeito de drogas;
- condução com excesso de álcool;
- desvio de atenção por acendimento de cigarro, busca de frequência do rádio, colocação de cassete ou CD, conversa com os passageiros;
- Prestar assistência a uma criança ou várias que estejam a ser transportadas;
- Discussões a bordo;
- Distracção ocasional para observar o que se passa fora do veículo: uma paisagem, um acidente, um avião que levanta no aeroporto próximo;
- Por "stress" provocado pela vida profissional ou particular;
- Por reacção a uma manobra inesperada por parte de um outro automobilista que segue até sem se acidentar;
- Aparecimento brusco de um acidente à sua frente;
- Clima adverso: chuva, nevoeiro, fumos, fogos,...;
- avaria da viatura: rebentamento de pneu, bloqueamento de rodas ou de direcção, perca súbita da possibilidade de travagem.

Poderia estar aqui todo o dia a citá-las, por isso, por mais que nos esforcemos nunca poderemos eliminar os acidentes completamente, porém deveremos fazer o nosso melhor por evitá-los.

Zé da Burra o Alentejano

Anónimo disse...

Então, e o telemóvel?

É que apesar da multa o seu uso é frequente...

Anónimo disse...

...e os buracos e lombas que aparecem inesperadamente na estrada e que provocam guinadas bruscas na direcção?

Zé da Burra..