A Vila de Oeiras sempre foi um centro activo, com gentes e comércio e até tinha um cinema. A Câmara Municipal dispersando-se por antigas dependências pombalinas contribuiu muito para assegurar essa pujança.
O casario do centro é formado por pequenas construções que se têm vindo a degradar, e como as sensibilidades só estão viradas para grandes projectos, estas casas vão-se abandonando, os moradores envelhecendo e o comércio estiolando. Às vezes fala-se em reabilitar estas casa assegurando a sua traça, e colocá-las no mercado a preços chamativos de muitos que gostariam de ali continuar. Mas…
Agora voltou a falar-se, com alguma euforia, dum tal grande projecto (!?), fora deste centro, para acomodar a Câmara Municipal. Projecto que dê visibilidade a esta edilidade, abri-la ao mundo, dar-lhe “instalações” de acordo com a sua (?) importância. Se isto acontecer, se se optar pela importância das “instalações” o centro da Vila de Oeiras irá esmorecendo e, dentro de poucos anos, será apenas uma referência num mapa antigo.
Será progresso matar o centro de Oeiras? E será sensata e necessária esta opção por uma megaconstrução, ou apenas se estará a cumprir o ditame do betão?
O casario do centro é formado por pequenas construções que se têm vindo a degradar, e como as sensibilidades só estão viradas para grandes projectos, estas casas vão-se abandonando, os moradores envelhecendo e o comércio estiolando. Às vezes fala-se em reabilitar estas casa assegurando a sua traça, e colocá-las no mercado a preços chamativos de muitos que gostariam de ali continuar. Mas…
Agora voltou a falar-se, com alguma euforia, dum tal grande projecto (!?), fora deste centro, para acomodar a Câmara Municipal. Projecto que dê visibilidade a esta edilidade, abri-la ao mundo, dar-lhe “instalações” de acordo com a sua (?) importância. Se isto acontecer, se se optar pela importância das “instalações” o centro da Vila de Oeiras irá esmorecendo e, dentro de poucos anos, será apenas uma referência num mapa antigo.
Será progresso matar o centro de Oeiras? E será sensata e necessária esta opção por uma megaconstrução, ou apenas se estará a cumprir o ditame do betão?
Clotilde Moreira
Algés
Público de 3/9 (Local – Tribuna do Cidadão)
Recebido por e-mail com pedido de publicação
15 comentários:
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Cara Clotilde,
"... ou apenas se estará a cumprir o ditame do betão?"
Do betão ou dos interesses privados de algum autarca !?
Gostei do post. Eu conheci o centro da Vila como o descreve.
Cumprimentos,
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Cara Clotilde,
É pena que tenha feito o seu comentário de hoje num post tão antigo como é o "3 imagens da Fundição de Oeiras" de 1 Agosto 2006.
Os leitores só por acaso lá irão e terão a possibilidade de o ler.
Assim, tomo a liberdade de responder àquele seu comentário usando a caixa deste post de hoje.
Diz a Clotilde, e cito:
"Acabo de chegar de uma visita informativa e formativa na Fundição de Oeiras. Não pude ficar até ao fim mas há necessidade, é urgente.. que todos nos juntemos para manter a Fundição, e o seu espólio e arquivos??? Já temos condomínios e supermercados que cheguem, porque não manter esta construção e aproveitar uma parte para fazer um museu permanente da história não só física como social... Porque não se fazer um manifestação pacifica a favor da sua manutenção..."
Também lá estive.
É pena que não se tenha identificado, pois muito teríamos a falar, e não só sobre a Fundição. :)
Estou de acordo quanto à museologia daquele espaço.
Admito que uma grande parte daquelas gigantescas secções pudesse ser alienada para urbanizar. Elas não têm grande valor histórico. E não se pode nem deve 'guardar' tudo.
Mas a zona compreendida entre a Estação de Oeiras, onde está a parte curva com os azulejos com o logotipo, até à entrada principal e o respectivo grande pátio, também cheio de azulejos e o alto-relevo, o edifício administrativo com bonita azulejaria, enfim, toda esta zona que corresponde mais ou menos à primitiva fundição, ca. 1,5 ha, poderia ficar como memória física daquela fábrica e da indústria do nosso Concelho.
Teria que ser rentabilizada, é claro.
Poder-se-ia fazer um museu da indústria (A Indústria em Oeiras?) precisamente no edifício administrativo; as secções contíguas à entrada poderiam ser adaptadas a espaços culturais (exposições, teatro, música, cinema, vídeo, feiras, conferências, pistas de patinagem, desporto, etc.); poder-se-ia adaptá-las para, por exemplo, alugar os espaços a artistas plásticos para montares os seus ateliers (eu estaria na primeira fila...), poder-se-iam fazer escolas de diversos tipos, como de arte, de fotografia, etc.; poder-se-ia arrendar as secções ou parte a produtoras de vídeo (que têm necessidade de grandes estúdios para produzirem novelas e outros conteúdos televisivos); etc.
Enfim, muitas seriam as opções para rentabilizar o espaço e torná-lo útil para os Munícipes e importante para Oeiras.
Mas o betão (e certos bolsos) fala mais alto...
Quanto à 'manif', acredite que já me passou pela cabeça.
Até já me lembrei de, quando forem para lá as máquinas para a demolição, ir lá estender-me no chão para não as deixar passar, chamarem a polícia, aparecer a notícia nas televisões, e dar notoriedade e visibilidade a este ATENTADO contra Oeiras..
Mas quem é que está disposto a organizar uma manif.?
Eu não posso, por diversas razões, nomeadamente físicas. Se a organizarem, apareço de certeza para dar o meu apoio e contributo. Agora organizar sozinho, é-me completamente impossível. Se alguém quiser tomar a iniciativa prometo ajudar dentro das minhas possibilidades.
Não será fácil fazer essa mobilização/sensibilização da população. Mas não é impossível e se se conseguisse juntar uma centena de pessoas - o suficiente para a imagem ficar 'bonita' na SIC e na TVI... :) -, o assunto ganharia alguma notoriedade.
Mesmo que tudo fosse demolido teríamos lutado para que não fosse e ficariam nos média os nomes e caras dos responsáveis pelo CRIME. Isto já seria uma vitória. Porque lhes dificultaria no futuro cometerem outros atentados. E avizinham-se mais alguns no Concelho de Oeiras...
Cumprimentos,
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Para 'manifs' não tenho grande apetência mas e porque não uma 'petição on-line'? Afinal agora fazem-se petições para tudo, até para contrariar boas medidas, então porque não também uma para lutar por algo que é do interesse, não só dos munícipes mas do país?
Fica a ideia e um abraço.
I.
J.A.;
Este comentário que a Clotilde deixou num post de Agosto 2006 deveria saltar para a 'front page'. Que achas?
I.
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Isabel,
Dois comentários, duas respostas.
Vamos lá:
Petição online - Concordo, mas mantenho a ideia da manifestação por uma questão de visibilidade. As petições não têm a força duma notícia numa cadeia televisiva e a maioria delas perde-se no éter digital. Penso que é possível fazer as duas coisas. Um grupo de cidadãos automobilizados, fazer a petição, pô-la online e divulgá-la por mail e em blogs, e simultaneamente fazerem uma manifestação à entrada da Fundição com aviso prévio aos orgãos de comunicação (que depois reportam ambas as coisas). Assim, a própria petição ganha maior notoriedade e quem receber o mail vai querer assinar.
Comentário - Concordo. Acho até que a Clotilde deveria começar a colaborar publicando directamente no blog o que entendesse interessar. Era mais simples. Como estou apertado de tempo é difícil compôr o post à mi manêra. Este 'à mi manêra' significa ilustrá-lo com uma foto antiga do que era o centro. Talvez mesmo com outra do que é hoje. Mas isto dá trabalho, né? Para o qual é preciso tempo. Mas prometo que vou procurar fotos.
Bjs,
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Senhora Clotilde Moreira,
Antes demais deixe-me dar-lhe os parabéns pelo artigo que sapientemente pública em blog de Oeiras Local. Também aproveito a oportunidade para lhe dar as boas vindas a este espaço, já que ainda não tive a oportunidade de à sua pessoa me dirigir para o efeito.
Indo ao encontro do tema a que alude concordo parcialmente. Corre um boato de que a Câmara Municipal vai mudar para o Tagus Parque o que, a meu ver, parece-me bem; quanto mais longe estiver a corrupção da Vila Histórica tanto melhor. Consta também que o edifício sede da CMO vai passar a albergar um hotel de luxo, do estilo Palace, com ligações ao jardim do Marquês, ou como se chama o espaço que em frente se situa - julgo que quanto a isto o senhor José António lhe poderá dar os esclarecimentos devidos.
Tenho que fazer uma pequena ressalva ao titulo com que inicia o seu texto, já que discordo de que o centro de Oeiras seja a Vila Histórica. O centro de Oeiras é Algés. Apenas Algés apresenta uma morfologia urbana estruturada que se possa chamar como um centro. Mas Algés foi arrasada pelo betão de Isaltino, foi estropiada na sua génese de centralidade. O Oeiras Parque, essa ignóbil e vil estrutura capitalista, arrasou o pequeno comerciante hoje cidadão falido ou em extrema dificuldade. Para piorar a situação, Dona Clotilde, fique sabendo que também esteve prevista para a Fundição de Oeiras um Corte Inglês, embora que ao que parece o mesmo vá antes para a Quinta do Marquês.
Sempre disponível neste site de referência,
António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade
Cara Senhora Isabel Magalhães,
Apesar de ser um cidadão não saudosita concordo com a sua proposta de republicação do texto da Senhora Clotilde, uma cidadão honesta certamente, cujo texto é de extrema pertinencia.
Obrigado~
António Manuel Bento, um cidadão ao serviçop da comunidade
Caro José António,
Deixe-me que lhe diga que a Fundição já alberga espaços destinados a artistas plásticos. O problema prende-se com a não existência de espaços alternativos para os artistas irem compôr a sua arte quando a Fundição for abaixo no inicio do próximo ano.
Julgo que não devemos ser demasiado impulsivos nas atitudes a tomar, uma manifestação como a que sugere apenas juntaria meia dúzia de cidadãos o que soaria a ridículo na opinião pública, habituada que está a grandes casos mediáticos - observe-se o caso da menina da praia da luz - e o efeito seria assim contraproducente. Infelizmente não vislumbro no caso Fundição uma espontânea indignação do povo que leve avante e a bom porto o sucesso á causa, tal como aconteceu com um movimento do qual fiz parte: Salvem Caxias.
Julgo que esta calma e indiferença prende-se com a sensação de alivio de os espanhóis não poderem lá erguer o Corte Inglês. Isso sim, seria trágico e sem dúvida que levantaria as vozes da indignação, mas o alivio desta impossibilidade castelhana é tão grande que tudo o que vier será menos mau do que o pesadelo que, sem efeito, deixou de o ser.
António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade.
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Confesso que tenho alguma dificuldade em responder aos comentários do sr. Bento.
Não porque eu não saiba o que dizer mas porque o que ele diz está tão cheio de erros históricos, sociais e políticos, entre outros, e baralha e confunde as coisas de tal maneira, que se torna difícil encontrar uma ponta por onde pegar para desembrulhar o novelo.
Sinto-me no papel do professor que ante uma péssima redacção dum aluno, a única vontade que tem é rasgar-lha nas fuças, pregar-lhe um par de tabefes e mandá-lo para casa "e os seus paizinhos, que o fizeram, que o aturem". Mas enfim... Vamos lá tentar clarificar as coisas, pondo de lado as opiniões pessoais do sr. Bento, para que não andem aqui ideias erradas e contraproducentes.
1. C.M.O., TAGUSPARK, HOTEL:
Ouvi os BOATOS, que para mim e até confirmação, são apenas isso mesmo.
A seu tempo direi o que penso sobre o assunto.
2. ALGÉS - CENTRO DE OEIRAS:
Esta é de ir às lágrimas...
A Vila de Oeiras nasceu no seu Centro Histórico EM OEIRAS. Os mais antigos vestígios de ocupação são romanos (uma 'villa') e estão na Rua das Alcássimas, a mais antiga rua de Oeiras a qual denota no próprio topónimo vestigios da ocupação muçulmana da região (anterior à Fundação).
Foi a partir desta rua que se desenvolveu e cresceu a Vila de Oeiras. E já Oeiras era vila com foral (1759), ainda Algés não passava dum lugarejo (com o devido respeito aos algesinos).
A sede de concelho sempre esteve no Centro Histórico, onde está, e sabemos como é em torno desta que se desenvolve a vida da povoação porque afinal é nela que são tomadas as decisões.
3. CORTE INGLÉS:
Já aqui publiquei muita coisa sobre o assunto e já foi esclarecido que não é este grupo empresarial aquilo que ameaça a Quinta do BARÃO - na parte desta que pertence ao concelho de Cascais, porque a parte que pertence a Oeiras não está ameaçada por coisa nenhuma, que eu saiba.
A Quinta do MARQUÊS, por outro lado, não é para aqui chamada para coisa nenhuma. Nunca foi mencionada a respeito deste assunto.
4. FUNDIÇÃO:
Estive ontem na Fundição e esta não "alberga espaços" para coisa nenhuma, excluindo a ocupação do edifício administrativo por serviços da C.M.O., uma secção ocupada pelo I.P.O. (Inspecção Periódica Obrigatória), outra pela EMEF e as oficinas da CP. Tudo o resto está vazio e ao abandono. Chegou a ser utilizada para alguns eventos, como a Feira do Oculto, no tempo de Teresa Zambujo, mas nada permanente e muito menos verdadeiramente rentável.
5. MANIFESTAÇÃO:
Comparar a Fundição com o caso MADDIE é mais uma de ir às lágrimas...
Quanto à indignação, todas as pessoas, e são muitas, com quem falo se mostram indignadas, referem que a Fundição é um ÍCONE e que não devia ser demolida,
É só passar pelas redondezas, pelos bairros contíguos, como p. ex. o da Medrosa ou a zona da Estação e falar com as pessoas para perceber.
Claro que muita gente não dá à Fundição a importância que ela tem, por desconhecimento da sua história e do relevo que ela teve, não só em Oeiras, ou na Linha de Cascais, que a alimentava de trabalhadores, mas a nível NACIONAL pela importância, quer da produção que abastecia o mercado nacional, quer a produção que abastecia os mercados INTERNACIONAIS.
É por isso que é necessário informar as pessoas. Para as sensibilizar para o problema.
Não tenho dúvidas que uma manifestação poderia juntar com relativa facilidade algumas centenas de pessoas (o bairro da Medrosa, donde saíram muitos operários, com os seus mais de 1000 moradores era capaz de aparecer em peso). E isso ia-se VER!
Espero ter posto alguma luz no chorrilho de falsas informações prestadas pelo sr. Bento, que manifestamente demonstrou falta de rigor nas afirmações que fez, não tendo tido o cuidado de se informar e de as confirmar.
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A administração do Oeiras Local não carece da autorização ou da concordância do leitor A M Bento para publicar o que entender, quando entender, e onde entender, seja na caixa de comentários ou na 'front page'.
O comentário/pergunta da administradora era nominal e dirigido a outro administrador, o Sr. J A Baptista.
O novo edifício da Câmara é uma promessa do helvético com mais de 10 anos. Portanto em 2037 teremos edifício.
A verba astronomicamente prevista para o novo edifício da CMO foi muito contestada em Assembleia Municipal.
Caro José António,
Naturalmente que não vou comentar os vários pontos que enumera em resposta a um simples comentário inofensivo e honesto por mim produzido. Não posso porém, no entanto e contudo, de lamentar a forma e o conteúdo dos pontos 2 e 5, sendo que neste último seria de todo escusado fazer referência à menina que já jaz. Julgo que devemos respeitar a privacidade das famílias que sofrem e deixar decorrer as investigações nos seus tramites legais. Já no que diz respeito ao ponto 2 sou obrigado a discordar e a insistir uma vez mais na realidade que é a de que é de facto Algés o centro de Oeiras. Respeito a lógica que emprega - visto ser um homem da disciplina da história - mas por essa mesma lógica, então, o centro de Lisboa não seria o Marquês de Pombal, mas sim o Castelo de São Jorge… o que não é de todo verdade. O centro dos concelhos é - de acordo com reputados arquitectos e urbanistas - o local físico onde confluem e se expandem - de forma radial ou não - os principais eixos viários e outros vectores geradores de centralidade. Tal não se manifesta na Vila de Oeiras mas sim em Algés.
Já relativamente ao ponto 4: Existem sim artistas plásticos a praticar as suas actividades de arte em espaços da Fundição de Oeiras, nomeadamente a excelente artista Vasconcelos, uma das mais conceituadas escultoras da nova geração de Portugal. Neste particular estou certo de que a Senhora Isabel Magalhães o poderá esclarecer.
Por último, caro José António deixe-me que lhe diga: A dificuldade a que alude, relativa aos meus comentários, não tem razão de ser… já que eu não lhe pergunto nada, logo não tem razão quando diz: “tenho dificuldade em responder aos comentários…” e se a dificuldade existe é apenas porque não me é concedido o direito de explanar os temas mais detalhadamente em lado principal de blog. Se assim não fosse estou ciente de que o caro José António teria maior facilidade em compreender os pertinentes pontos de vista e clareza de análise que em humildade e cidadania desenvolveria, sempre, pelo esclarecimento e informação em prol da comunidade, dos cidadãos honestos e suas famílias.
António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade
O PSD votou contra as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2007, da coligação Isaltino Oeiras Mais À Frente / Partido Socialista, por
1. Não considerar prioritário gastar 30 milhões de euros para os Paços do Concelho .
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Sr. Bento,
Não vou perder mais tempo a tentar explicar-lhe aquilo que lhe é impossivel compreender, como se vê/lê.
Os textos - seus e meus - estão aí para quem os quiser ler e reflectir.
P.s.: Só uma coisinha. Releia os comentários, em especial as datas e horas, e veja quem foi o PRIMEIRO a falar no "caso da menina da praia da luz"...
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