terça-feira, 13 de julho de 2010

Alto de Algés e a Rotunda do Nosso Descontentamento








Os nossos autarcas adoram rotundas.

Tenho para mim que a maioria das rotundas construídas por esse país fora, são, para além da arte de regular e fazer girar o trânsito, a arte de fazer girar e girar o nosso dinheiro até que desapareça nas mãos de alguém.
Mas isso agora não interessa nada.

Nas minhas voltas pelo nosso maltratado país tenho visto rotundas nos mais variados desenhos e formatos e algumas estão lá porque… sim. Não regulam nada e algumas não levam mesmo a lugar nenhum nas suas variadas saídas.

Estão lá e algo já girou.

Algumas são glorificadas.
Já as vi invocadas com nomes pomposos como Edifício da Rotunda, Praça da Rotunda, Café a Rotunda, Talho da Rotunda, Rotunda do Hospital e até uma...Rua da Rotunda.

Também tenho uma no Alto de Algés e não tem nada a ver com aquela original que existe (ou é virtual?) entre a estação de Paço de Arcos e a pastelaria os Queques da Linha. A minha é uma rotunda a sério como diria o secretário de Estado da Defesa.

Esta rotundou em 100.000€ e anunciava variadas espécies arbóreas.
Tem 3 cedros, um saudável, um raquítico, um torto (o que nasce torto tarde ou nunca se endireita) - que vai acabar por cair em cima de um automóvel mais cedo ou mais tarde - um pinheiro do tamanho daqueles que compramos no Natal numa esquina ali perto do centro da Parede por 10€ (presumo que o da minha rotunda tenho sido mais barato porque comprado em atacado)e uma árvore artificial (só pode porque está mínima há anos).

Dizem que os presidentes (o da Câmara e o da Junta) passam aqui muitas vezes mas acredito que nem olhem para a rotunda tal o perigo que é circular na mesma se distraídos.

Esse é mesmo o tema principal deste postal:

- O perigo de circular na rotunda do Alto de Algés ou atravessar as passadeiras na sua envolvente.

Já alvo de diversas intervenções minhas na Assembleia de Freguesia que reflectem a minha preocupação e dos restantes moradores que a utilizam diariamente em circulação automóvel ou em atravessamento pedonal nas suas imediações, continua sem intervenção ou projecto anunciado.

Desde que foi aberta a ligação a Linda-a-Velha ao Alto de Algés pelo novo viaduto que a circulação automóvel aumentou exponencialmente nos seus vários acessos.
Até aqui tudo bem, ela foi construída para regular esse crescimento, o problema coloca-se face à ausência de sistema de redução de velocidade automóvel e o que se vê diariamente são aproximações à rotunda em claro excesso de velocidade e alguns selvagens a circular quase em despiste com os pneus a chiar por divertimento boçal.

Com o comércio nascente na envolvente da rotunda uma das vias transformou-se em estacionamento e nem vale a pena falar de fiscalização das polícias. Aqui não há parquímetros da Parques Tejo.

Há meses que se clama por passadeiras (como a câmara está falida não há dinheiro para semáforos) com elevação à altura dos passeios em calçada portuguesa ou semelhante (desde que não sejam as tradicionais e horríveis de alcatrão feitas às 3 pancadas) e ninguém nos ouve.

Anuncia-se um acidente grave e será com desgosto que nesse dia e aqui recordarei este postal e afirmarei os responsáveis directos e indirectos pela incúria e indiferença.

Nota final: a placa toponímica da foto junto à rotunda está assim há mais de 3 meses. Estava a empatar o estacionamento…

(Sr. Ribeiro, digníssimo e esforçado presidente da JFA sempre às voltas com a falta de tempo e dinheiro, já que na sexta-feira anulou a visita à rotunda à última da hora, aqui o espero em breve e desta vez sem o meu convite aos moradores e sem o Jornal de Oeiras se é que a exposição o assusta. Aos da Câmara já estou habituado, de outras guerras, a que fujam mesmo. Só os vejo Optimus e Alive… porque no concelho nada se passa).

2 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Isto que relata passa-se numa zona nova, quase acabada de construir. Agora imagine o que é viver em zonas construídas há 40 anos.

Clotilde Moreira disse...

João

Se visse o estcionamento aqui em Algés mais abaixo em curvas... Já enviei para a CMO e Junta fotos do perigo que representa, por exemplo, a Calç do Rio quando há a poucos metros um parque vazio.

Vamos continuar.

Clotilde