sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Massa de Gelo desprende-se do Ártico

Uma massa de gelo gigante com 66 quilómetros desprendeu-se há 16 meses da zona costeira da ilha de Ellesmere, no Árctico canadiano, e transformou-se numa nova ilha do Pólo Norte. Os cientistas apontam o dedo às alterações climáticas e ao sobre-aquecimento global.

Warwick Vincent, da Universidade de Laval, viajou até à nova ilha e confessa ter ficado espantado com o que viu.

“Isto é algo dramático e preocupante. Mostra que estamos a perder características únicas do Norte canadiano, que existem há muitas centenas de anos”, comentou Vincent. “Estamos a ultrapassar fronteiras climáticas e isto pode ser um sinal das alterações que ainda estão para vir”.

Esta massa de gelo era uma das seis maiores do Árctico canadiano, com gelo com mais de três mil anos, e flutuam no mar mas estão ligadas à terra.

Alterações climáticas estarão na base da nova ilha

Este fenómeno “é consistente com as alterações climáticas”, disse Vincent, lembrando que as restantes massas de gelo estão hoje 90 por cento mais pequenas do que quando foram descobertas, em 1906. “Ainda não conseguimos ter o cenário completo... mas temperaturas invulgarmente quentes tiveram, definitivamente, um papel determinante”.

Laurie Weir monitoriza as condições do gelo no Canadian Ice Service. No ano passado, quando passava em revista as imagens de satélite detectou que a massa de gelo Ayles se tinha quebrado e separado.

Weir contactou Luke Copland, da Universidade de Otava, que, utilizando imagens de satélite e informações sísmicas, chegou à conclusão de que a massa de gelo se desprendeu ao início da tarde de 13 de Agosto de 2005.

Copland ficou surpreendido com a rapidez com que as alterações climáticas afectaram as massas de gelo. “Ainda há dez anos, os cientistas assumiram que quando as alterações climáticas começassem a fazer-se sentir, isso aconteceria gradualmente. Esperávamos que as massas de gelo se iriam derretendo lentamente”, acrescentou.

A comunidade científica receia agora que, com as temperaturas mais quentes da Primavera, a nova ilha se desloque no mar e cause transtorno para os navios.

“Nos próximos anos, esta nova ilha de gelo poderá entrar em rotas de navegação comerciais”, alertou Weir.

in Público

Só uma amostra do resultado do aquecimento global, bem patente no último relatório do IPCC, Nações Unidas.

2 comentários:

Unknown disse...

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Caro DC

De há muitos anos a esta parte que são imensos os sinais de que se estão a dar alterações profundas e dramáticas no clima e na consequente geomorfologia do nosso planeta.
Sinais para os quais os cientistas têm alertado o poder político e os cidadãos.

Infelizmente ninguém parece querer aceitar as evidências, mesmo quando assentes em estudos científicos de grande credibilidade.

As pessoas só vão acreditar MESMO... quando o céu lhes cair em cima da cabeça!

Nem sequer entendem que é preferível estarmos errados e tomarmos medidas que se revelem exageradas no futuro, que não tomarmos medidas nenhumas e amanhã ser... demasiado tarde.

Perdeu-se nesta civilização o sentido do dito popular de que "Vale mais prevenir que remediar".

cito: "... Só uma amostra do resultado do aquecimento global, bem patente no último relatório do IPCC, Nações Unidas..."

... E uma amostra das 'provas científicas' que alguns reclamam. mas que negam quando confrontados com elas... :)

Bom post.
Abraço.

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Isabel Magalhães disse...

Olá DC;

Ainda há quem vá dando o alerta contra os muitos que fazem orelhas moucas.


Um abraço laranja.
I.