Assembleias autárquicas
Há momentos que desistimos. Ir a uma Assembleia Autárquica e ver gente a falar e depois outros a responderem e depois os primeiros voltam a dizer a mesma coisa e voltam a pedir a palavra em defesa da honra porque como já não têm mais tempo de exposição ou argumentos, só a honra lhes pode valer e tantas vezes pedem a defesa da honra que acabamos por ficar a pensar o que será a honra e só nos resta ir ler Schopenhauer, Francis Bacon ou Espinoza.
Há excepções: às vezes terá de se evocar esta figura para esclarecer qualquer mal entendido. Mas é só às vezes.
Este meu desabafo prende-se com a sessão da Assembleia Municipal de segunda-feira. Marcada para as 14h30 começou perto de uma hora depois e, depois às 19h00 ainda se estava antes da ordem do dia numa agenda de 26 pontos. Tinham acordado que se iria centrar em apenas 9 pontos e que continuariam os trabalhos em 11 de Outubro.
Antes do intervalo das 19h00 ficou assente que terminaria às 20h00. Não sei. Desisti e vim para casa ver TV. Mal por mal mais vale o concurso do Malato.
E continua este meu desabafo com a Assembleia aqui da terra onde vivo. Começou bem e com alguma vivacidade e acordaram que ficaria para o fim o ponto sobre as Finanças. O ritmo estava bom mas entretanto lá escorregou. E lá começou a picardia, desfeitas, e desconsiderações e lá vem a defesa da honra.
Começaram a desistir e eu também desisti. Eram 23h00. Fiquei sem saber o que me tinha levado lá. Claro que irei perguntar aos resistentes ou depois ler a acta.
Mas vim a pensar que deviam ser submetidos a testes de cidadania todos aqueles que quisessem ser autarcas para determinar o seu grau de disponibilidade para não serem o eu mas sim a voz clara precisa e concisa do povo.
Eu disse que desisti?! Mas foi hoje. Amanhã retorno.
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