sexta-feira, 17 de junho de 2011

A única solução para não nos vermos gregos

O cronista indelicado

A única solução para não nos vermos gregos

E aqui estamos nós a fazer figas, à espera que Passos Coelho seja melhor do que aquilo que parece e o próximo Governo muito melhor do que aquilo a que estamos habituados.

  • 0h30

Por: João Miguel Tavares, jmtavares@cmjornal.pt

Passaram-se mais de 500 anos desde que D. Sebastião foi sovado em Alcácer-Quibir, e o País continua imerso nesta espécie de sebastianismo, que nos coloca eternamente dependentes de homens providenciais. Se Passos Coelho não superar as expectativas, no espaço de dois anos estaremos, literalmente, gregos.

Algum dia isto terá de parar. Nós precisamos de liberalizar Portugal não apenas para dinamizar a economia, aumentar a produtividade ou diminuir o peso da máquina do Estado, mas também para nos libertarmos desta insuportável dependência da qualidade (ou, a maior parte das vezes, da falta dela) de quem manda em nós. As nossas condições de vida e, em última análise, a nossa felicidade, não podem continuar amarradas como estão à performance do inquilino de São Bento, de tal forma que basta uma década de profunda incompetência governativa para lançar centenas de milhares de portugueses na pobreza e colocar em risco o futuro de cada um dos nossos filhos.

Quando se fala em ter mais sociedade e menos Estado, aquilo que realmente se está a defender – porque são esses os verdadeiros princípios do tão diabolizado liberalismo – é mais indivíduo e mais liberdade. Toda a gente espera que Passos Coelho salve o país da bancarrota. Eu também espero que ele salve o país das incompetências de futuros primeiros-ministros, diminuindo a capacidade de o Estado intervir nas nossas vidas e deixando-nos mais livres para escolher o nosso próprio destino. Tenho pena que, mais uma vez, tenhamos sido obrigados a eleger um primeiro-ministro de quem sabemos tão pouco. Mas agora só nos resta esperar pelo melhor, que para pior já tivemos que baste.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda há quem acredite no Pai Natal...