Ao fim e ao cabo
A Polícia de Segurança Pública tem sete mil agentes em Lisboa. O número parece razoável. Mas é enganador.
- 0h30
Faltam à capital, pelo menos, mais mil polícias: à noite, do Marquês de Pombal à Baixa, para não ir mais longe, é raro ver um carro-patrulha. A PSP dificilmente conseguirá fazer melhor.
A não ser que contasse com a ajuda da Polícia Municipal – transformada numa espécie de ‘guarda pretoriana’ da Câmara e com pouco interesse pela segurança da cidade: passa multas a comerciantes, reboca carros mal estacionados, mostra-se timidamente em voltinhas pelas ruas da Baixa e pouco mais. A Polícia Municipal tem que fazer mais – muito mais. Até porque 400 dos seus agentes foram recrutados na PSP.
Significa que a cidade perdeu 400 polícias de giro e a Câmara ganhou 400 cobradores de multas. É muito bom para os cofres da autarquia, mas é muito mau para a segurança da cidade. A Polícia Municipal tem a obrigação de assegurar o policiamento, mais que não seja, nos bairros históricos – onde o município, muitas vezes sem ouvir as juntas de freguesia, não se cansa de licenciar bares: a Câmara ganha com o negócio, mas lava as mãos dos prejuízos.
5 comentários:
Cara Isabel Magalhães,
Vou criticá-la. Não porque não concorde com o texto de Manuel Catarino, conteúdo que aliás subscrevo. Tirar policias das ruas para passarem a caçadores de multas é algo sem sentido e um péssimo serviço publico que a CML pratica na busca de receita. Note que nem a empresa do grande capital faz estas práticas, porque não as pode fazer, mas uma Câmara já tem essa autoridade, olha, não há dinheiro embora ai mandar 400 policias cobrar impostos forçados, porque é disto que se trata. Mas como lhe disse não é por este texto que a Isabel merece a minha critica. A minha critica à Isabel vai pela escolha deste tema para publicação, um tema que merece a publicação, sem duvida, mas o roubo praticado por estes policias nada tem haver com o roubo que hoje foi feito a milhões de portugueses aos quais se lhes subtraiu 50% do subsidio de Natal em imposto extraordinário. Percebo que a Isabel, militante do PSD queira agora focar o alvo na Camara PS de Lisboa, mas ignorar o que hoje se passou, deixando passar em claro a actuação e o acto deste governo é no minimo grave.
E o que se passou hoje é a continuação do filme que temos visto nos últimos meses, a diferença é que agora vemos um filme de "desporto" radical e toca a cortar nos funcionários. Quando Sócrates espirrava era aqui um ai Jesus tremendo, agora este PPCoelho faz uma destas e é o silêncio. Dois pesos duas medidas.
Pedro Correia
Olhe, Pedro Correia, "dois pesos e duas medidas" é mais do pelouro do seu partido. Adiante...
De certo não reparou que publiquei o artigo do Manuel Catarino às 11:20 e que a notícia do novo imposto foi divulgada depois das 15:00 em directo da AR, donde que dizer que eu quis "focar o alvo na CML" é de gargalhada, ah ah ah! Infelizmente a situação do país não está para rir por isso vou conter-me.
Outro ponto: Isto é um blogue, não é um jornal - estranho que ainda não tenha percebido! - e não somos obrigados a nada. Podemos até nem escrever...! Percebeu ou quer que explique novamente?
Este triste imposto estava contemplado no memorando assinado com a Troika pelo que fosse quem fosse que ganhasse as eleições teria que aplicar a medida.
Por último; Se o Pedro Correia tivesse por hábito pensar antes de escrever ter-se-ía poupado ao papelão que fez.
Passe bem.
Cara Isabel Mgalhães,
De facto tem razão no aspecto da hora, um lapso pelo qual me penetencio mas que ainda assim não justifica a não menção do tema neste blog. Eu sei que o blog não é um jornal e que ninguém é obrigado a publicar nada, apenas estranho que a linha seguida de ataque ao governo agora pare quando o mesmo mal continua a ser praticado mas com outras caras, é só isso, e a isso chama-se falta de coerência.
Quanto à forma como se dirige a mim creio que não é a melhor, mas as palavras são de quem as escreve e quem as ler tirará as suas ilacções...
Pedro Correia
Em que é que ficamos? Sabe que "é um blogue e não um jornal", admite que "ninguém é obrigado a publicar nada", no entanto insiste "mas que ainda assim não justifica a não menção do tema neste blog."
Resumindo: diz e desdiz!
Imagine-se que dos cerca de 200 visitantes diários cada um exigia a publicação de um tema...! Hilariante!
E termino com algo que - em tempos - aqui foi escrito por um ex-membro da equipa. Quem gosta vem cá; quem não gosta tem milhentas outras opções que a net é vasta. Pode, inclusive, criar um blogue e publicar o que quiser...
Quanto à forma como me dirijo a si, é bastante mais correcta do que a que tem usado para se dirigir a mim.
E aqui me deixo que isto encerra o assunto.
Cara D. Isabel Magalhães;
Se me permite ele há coisas que o melhor é nem dar resposta. Há quem desconhece as normas democráticas e tãopouco sabe as regras de cortesia. É por isso que há intervenções neste espaço de cidadania que são o que está à vista.
Receba os cumprimentos de um leitor assíduo.
F 'O' Silva
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