Henrique Raposo, A Tempo e a Desmodo
Henrique Raposo (www.expresso.pt)
8:00 Segunda feira, 4 de julho de 2011
Pois muito bem, meu caro Passos Coelho, eu até aceito pagar o imposto extraordinário. O estado do país, depois da peste socrática, não é bonito, e, ao contrário de 2002 e 2005, estamos com o FMI e a UE à perna. Ou seja, aquilo que foi uma desculpa para Durão e para Sócrates é, para si, uma evidência: o legado do seu antecessor é dramático, é pestífero, é mau-demais-para-ser-verdade. Comparar 2002 ou 2005 com 2011 é desonesto. Historicamente desonesto. A situação é extraordinária, e pede medidas extraordinárias. Além disso, sua equipa económica (Moedas, Gaspar & Santos Pereira) merece - até prova em contrário - total confiança.
Mas, meu caro Passos Coelho, depois da imposição deste imposto V. Exa. não pode ser modesto no ataque às despesas do Estado. Já chega de atacar o problema através da receita. É preciso, de uma vez por todas, atacar a sério a despesa, nomeadamente as PPP & SCUT que o senhor engenheiro Sócrates legou aos construtores desta bela terra. Este imposto extraordinário só será legítimo se o seu governo atacar as PPP dos Jorges Coelhos desta santa terra. E, para isso, basta seguir o livro do seu ministro da economia, Álvaro Santos Pereira. Está lá explicado a forma como devemos renegociar essa monstruosa dívida interna que são as PPP. Sem essa renegociação, mais impostos extraordinários serão necessários nos verões de 2012, 2013 e 2014. E não é preciso ser Maquiavel para perceber que isto seria a morte do seu governo, porque V. Exa. perderia qualquer legitimidade perante os portugueses. Portanto, este imposto que agora exige, caro Pedro, só será legítimo quando o dr. Jorge Coelho começar a reclamar. A Pátria quer ouvir as lamúrias do dr. Jorge Coelho.
Mas, meu caro Passos Coelho, depois da imposição deste imposto V. Exa. não pode ser modesto no ataque às despesas do Estado. Já chega de atacar o problema através da receita. É preciso, de uma vez por todas, atacar a sério a despesa, nomeadamente as PPP & SCUT que o senhor engenheiro Sócrates legou aos construtores desta bela terra. Este imposto extraordinário só será legítimo se o seu governo atacar as PPP dos Jorges Coelhos desta santa terra. E, para isso, basta seguir o livro do seu ministro da economia, Álvaro Santos Pereira. Está lá explicado a forma como devemos renegociar essa monstruosa dívida interna que são as PPP. Sem essa renegociação, mais impostos extraordinários serão necessários nos verões de 2012, 2013 e 2014. E não é preciso ser Maquiavel para perceber que isto seria a morte do seu governo, porque V. Exa. perderia qualquer legitimidade perante os portugueses. Portanto, este imposto que agora exige, caro Pedro, só será legítimo quando o dr. Jorge Coelho começar a reclamar. A Pátria quer ouvir as lamúrias do dr. Jorge Coelho.
3 comentários:
Muito bom! Está tudo dito... Eu também gostava de ouvir as lamúrias e reclamações do Dr. Jorge Coelho...já é hora...
E eu também
Clotilde
"Este imposto extraordinário só será legítimo se o seu governo atacar as PPP dos Jorges Coelhos desta santa terra. E, para isso, basta seguir o livro do seu ministro da economia, Álvaro Santos Pereira. Está lá explicado a forma como devemos renegociar essa monstruosa dívida interna que são as PPP."
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