Ângulo Raso
A última cimeira europeia foi um bom alívio. Dá para respirar. Mas não dá para deixar de desconfiar. Porque esta Europa é lenta e preguiçosa nos actos, atrasada e manhosa nas decisões, prolixa no palavreado.
- 0h30
Nesta União (!), todos se desmarcam de todos! A Irlanda não é a Grécia. Portugal não é a Irlanda. A Espanha não é Portugal. A Itália não é a Espanha. A Bélgica não é a Itália. Nenhum deles é a França. A Alemanha não é a França. O Reino Unido é uma ilha. A Europa do Leste continua a leste.
Todos iguais, todos diferentes. Todos solidários, todos egoístas. Todos unidos, todos de costas voltadas. Todos em cadeia, todos encadeados.
Sem visão e sem liderança, a União caminha aos solavancos, não em geometria variável (termo caro a Bruxelas) mas em cacofonia variável.
O euro é a métrica da desunião e a evidência da incapacidade. Incapaz de responder, em tempo certo, aos desafios da globalização, a Europa passa de Velho Continente a Continente velho, no nevoeiro de crescente irrelevância. Transformada inexoravelmente nos "Estados Unidos da Alemanha".
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