quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"Fitness Ecológico no Alto de Algés"




Boa noite aos leitores do OL;


Permitam-me este pequeno intervalo no debate político.


Reporto mais uma vez problemas reais causados por uma administração local que chama ao exercício de cidadania dos munícipes - ruído (quer a data e local da afirmação senhora vereadora?).


O meu bairro foi um dos (in)felizes contemplados com a instalação das famosas Ilhas Ecológicas (triste exemplo de desperdício de dinheiros públicos, nunca é demais repeti-lo) por desactivação das casas-do-lixo existentes em cada um dos edifícios.


Sempre achei curiosa esta designação. A classificação de ecológica sinónimo de amiga do ambiente leva-me sempre à associação a conceitos como natureza, ar puro, desportos ao ar livre e de manutenção, etc.


Ainda não sei, analisando as fotografias que partilho convosco se algum dos meus vizinhos pensou da mesma forma e levou a ideia ao extremo de levar uma bicicleta para fazer "RPM" bem junto do espaço ecológico que a CMO nos presenteou sem nunca o termos solicitado.


Também não sei em que pensaram outros residentes e munícipes que ao longo dos últimos meses colocaram juntos das Ilhas Ecológicas objectos pouco…ecológicos e estranhos como cadeiras e mesas (para um jantar romântico ao ar livre na Ilha?), colchões (alguém decidiu namorar ao luar na Ilha?), numerosos brinquedos praticamente novos de crianças exigentes, etc, etc.


Enfim a variedade de objectos que têm sido colocados no exterior destes equipamentos daria para equipar um T2...


Estas Ilhas trouxeram pouca ecologia ao bairro e muito lixo para a rua.


Nunca mas nunca tal foi visto anteriormente no bairro. Os objectos ficavam recolhidos nos respectivos compartimentos privativos dos edifícios e se algum vizinho distraído não o fazia, outros chamavam os serviços respectivos da CMO para a a recolha.


Lixeiras à vista NUNCA!


Recordo mais uma vez as conclusões de estudo da própria CMO de 1994 (o sublinhado é meu) e atente-se como continua actual:


Fonte “Naturlink “


“Sofia Gomes/CMO:

… O sistema porta-a-porta é adequado a vivendas e edifícios com arrecadação de contentores, as chamadas casas do lixo. É adequado porque as pessoas não têm que se deslocar aos ecopontos e porque não é necessário colocar recipientes na via pública. Os bairros e a maioria das ruas não estão preparados para receber ecopontos. Eles tiram visibilidade nos cruzamentos, causam dificuldades de estacionamento e são impedimentos de passagem nos passeios”. Ou seja, um ecoponto é uma barreira arquitectónica e os nossos espaços já estão demasiado ocupados com sinais de trânsito, contentores do lixo e outras coisas que funcionam como obstáculos à livre circulação das pessoas. Sem contar com o estacionamento, que é cada vez mais um problema das zonas urbanas, e com o facto de cada material exigir um camião do lixo que demora cerca de dez minutos a recolher. Multiplique-se isto por quatro, o número habitual de contentores num ecoponto. A agravar a situação, muitas vezes os ecopontos estão demasiado cheios e “como os resíduos não cabem lá dentro, ficam de fora, originando pequenas lixeiras”.


Elas aí estão.


Voltarei a este tema da recolha e tratamento de resíduos no nosso Concelho divulgando aqui no OL e em primeira mão um dossier que me foi entregue sobre um potencial problema ambiental cujo (pela dimensão e consequências) entregarei nos próximos dias à Quercus.



3 comentários:

Clotilde Moreira disse...

Amigo João Salgueiro,

POIS!Aqui em Algés de baixo também são deixados junto aos caixotes restos de mobilias e já vi muito boa gente pegar - espantada - em cadeiras e levar de tão boas e geitosas que eram... e almofadas novinhas em folha. Colchões é uma fartura. Frigorificos, máuinas de lavar, televisores etc.

Como somos (?) uma terra rica por um lado ninguém aproveita nada (por exemplo podia haver um armazenamento da Câmara para ajudar as famílias carênciadas) por outro ninguém é penalizado por este comportamento. E as quantidades de embalagens que estão espalhadas por aí?

Clotilde

Oeiras Local disse...

Caro João Salgueiro;

Teve oportunidade de verificar se a bicicleta estava operacional?

Abraço

AFS disse...

Caro João,

Excelente post.

Não considero que os moloks sejam o mal do mundo, antes o que se faz deles. Ou seja, se no vosso caso do Alto de Algés se trata de um ERRO grosseiro, por possuirem casas do lixo, noutras áreas que não dispõem das mesmas são uma boa solução. A falta de civismo é que existe por todo o lado.

Mas andar de bicicleta na ilha, namorar na ilha, ..., são tudo excelentes ideias e que transformam Oeiras num concelho super criativo ;)

PS - Devia ter deixado a referência à localização do T2!