terça-feira, 28 de novembro de 2006

Energia nuclear não é opção para Portugal


ECONOMIA

Publicado 28 Novembro 2006 14:54

Energia nuclear não é opção para Portugal

A energia nuclear não é uma opção para Portugal, estando fora de questão o Governo autorizar esse tipo de unidade de geração de electricidade, disse Humberto Rosa, secretário de Estado do Ambiente.

Jornal de Negócios com Reuters

A energia nuclear não é uma opção para Portugal, estando fora de questão o Governo autorizar esse tipo de unidade de geração de electricidade, disse Humberto Rosa, secretário de Estado do Ambiente.

O empresário Patrick Monteiro de Barros tem reiterado o seu interesse em lançar uma central nuclear em Portugal, defendendo que é uma alternativa mais barata de produção de energia eléctrica e permitiria ao país cumprir mais facilmente Quioto, posição que abriu o debate desta questão.

"A discussão sobre o nuclear é interessantíssima, aliás está em curso na nossa sociedade mas, se isso quer dizer que é uma opção para este Governo? Não", disse em entrevista à Reuters.
"Isso está dito, com muita clareza, pelo primeiro-ministro e pelo actual ministro da Economia", adiantou Humberto Rosa.

"Contados todos os investimentos necessários e custos parece-me duvidoso que seja uma opção barata. Quanto a ser uma energia limpa, só é limpa se descontarmos a parte suja que são os resíduos", frisou.

Lembrou que "os resíduos nucleares são de longa-duração e não têm uma solução pois a humanidade não inventou ainda uma solução adequada para esses resíduos".

"Não é a mesma coisa discutir se França deve continuar com o nuclear e discutir se Portugal deve ter nuclear. É muito diferente um país, que já tem instalado o nuclear no seu território e tem uma infraestrutura de capacidade de rede eléctrica e recursos humanos, de outro que teria custos acrescidos de arrancar do zero", acrescentou.

PNALE com equilíbrio entre a redução de emissões e o crescimento económico

Adiantou que o PNALE-Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão II tem como base "uma perspectiva de equilíbrio razoável entre a necessidade de reduzir emissões e crescimento económico".

O Programa Nacional para as Alterações Climáticas prevê que Portugal, até 2012, emita em termos líquidos 84,6 milhões de toneladas de CO2 por ano (MT CO2/ano) face aos 77,19 MT CO2/ano previsto no Protocolo de Quioto ou seja gerando-se um défice de 7,41 MT CO2/ano.

Mas, a consideração de alterações no uso do solo e florestal permite reduzir 3,69 MT CO2/ano áquele total, levando o défice a cair para 3,73 MT CO2/ano.

O Fundo de Carbono terá 354 milhões de euros (ME) até 2012 e permitirá adquirir os créditos para colmatar o défice de 3,72 milhões de toneladas de CO2 por ano (Mt CO2/ano) e fazer face à reserva de 5,08 Mt CO2/ para novas instalações -- 3,0 de reserva e o reforço de 2,08 para salvaguardar o crescimento da economia.

Outra possibilidade é investir em que Green Investments Schemes de países que têm excesso de licenças de emissão e que tenham garantias que a verba que obtenham, vendendo essas quotas de emissão, serão aplicadas ambientalmente.

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá a todos. Só para comentar umas coisinhas que faltou dizer neste comunicado.

Portugal está numa situação frágil em termos de emissão de CO2. As melhores previsões apontam para um quebrar do acordado no protocolo de Quioto. Já estão previstas as verbas a pagar a multa - pouca coisa, cerca de 380 milhões € - nos futuros orçamentos de estado, como indicado para colmatar o défice - falta uma parcela, que será actualizada quando saírem os défices calculados, maiores que o previsto. Devia ser +27%, já vamos em aumento de +41% desde os valores de 1990.

Ora, o que falta aqui indicar é que - colocando a opção nuclear de lado por enquanto, já que é um investimento que vale a pena para planos de 60 anos e como por cá os políticos fazem planos a prazo de 4 anos - devido aos incêndios florestais, o carbono capturado foi emitido em quantidades muito elevadas, o que retira o potencial ganho de termos um dos países com maior extensão florestal.

Portugal está na cauda da Europa no que toca ao cumprimento do protocolo de Quioto no espaço europeu EU-15. Se tivessemos tomado contra-medidas eficazes, não era necessário qualquer Fundo de Carbono!

Isabel Magalhães disse...

Viva Direct Current!


Muito gosto em vê-lo por cá! :)


posso acrescentar uma coisa?

Portugal está na cauda da Europa no que toca a TUDO!


Um abraço cor-de-laranja.

Anónimo disse...

O nuclear nunca será opção, meus senhores... todas as formas de produção de energia têm acidentes de vez em quando e o nuclear não é excepção, só que quando há um acidente nuclear toda a gente sabe o que isso significa...

É como comparar um acidente numa central termo-eléctrica como um acidente de carro a 50Km/h, em que podemos sobreviver, com um acidente numa central nuclear como um acidente de avião, em que sobreviver é quase impossível.

Lembrem-se que o nuclear pode, em caso de acidente grave, acabar com um país da dimensão de Portugal. A zona envolvente de Chernobyl ainda hoje, mais de vinte anos depois, não pode ser habitada.