ESCÂNDALOS FISCAIS NAS REPARTIÇÕES PÚBLICAS DE FINANÇAS VIVIDOS PELA MINHA PESSOA
Por razões que não interessam aqui descrever ao pormenor fui recentemente notificado para me dirigir voluntariamente a uma repartição de finanças e fectuar pagamento de uma coima relacionado com uma infracção fiscal que me era imputada.
A infracção consistiu numa alteração de morada comunicada fora do prazo às finanças - os detractores da minha pessoa não julguem que teria eu impostos por pagar! - e que se traduziu em coima.
Ao entrar na repartição perguntei a uma funcionária onde poderia eu questionar da minha discordância pela coima que me era imputada. Foi-me então indicada pela dita funcionária, em tom de arrogante superioridade, uma fila onde um outro funcionário atendia outros contribuintes com dúvidas diversas.
Contei quatro cidadãos à minha frente, estive cinquenta minutos na fila para ser atendido! Uma pouca-vergonha! O mais curioso é que enquanto esperava tive a oportunidade de observar o"modus operandi" do espaço que me rodeava, o que me causou consternação!
Contei, às onze e meia da manhã dez funcionários numa sala onde existiam dezassete computadores nas respectivas secretárias. Pergunto eu: Onde estariam os sete funcionários em falta? Quase metade da força de trabalho daquela sala! Ou será que existe antes é equipamento a mais!?!? Para a primeira questão questiono-me ainda se seria dia de greve, se teriam de baixa médica os funcionários, se estariam no bar, se estariam em balda.
Para a segunda questão questiono-me se quem solicitou excesso de equipamento informático (em descarado erro de cálculo) estará na prisão. Para as duas questões e respectivas sub questões uma constatação estará sempre válida: É A ESPOLIAÇÃO DO DINHEIRO DO CONTRIBUINTE!
Não pude também de deixar de observar uma outra funcionária que durante a minha presença na repartição passou o tempo ao telefone. A dita funcionária vestia um ostensivo casaco de vison e mantinha na sua cabeça, em jeito de bandelete, uns óculos escuros de moda!
Outro escândalo foi visível no aproximar da hora de almoço! Verifiquei que ao meio dia já só restavam naquela sala da repartição 4 funcionários públicos!Eis então que sou atendido pelo funcionário que não satisfaz, na sua resposta, a resolução do meu problema.
Como cidadão honesto paguei a coima, mas foi com indignação que pude constatar que a coima é não mais do que um outro imposto ou uma forma de saque ao contribuinte para pagar horas de almoço, baldas, visons, despesismos.
O meu dinheiro largado ali ou num qualquer caixote do lixo (sem desprimor para estes recipientes) teria tido a mesmo efeito: Lixo.
António Manuel Bento, um simples cidadão.
(recebido por e-mail com pedido de publicação)
12 comentários:
A Repartição de Finanças de Algés é o paradigma da arrogância, da prepotência e do funcionalismo público no seu pior.
Nem sequer se digna responder às cartas registadas com aviso que lhe são enviadas pelos contribuintes e que se prendem com questões sobre assuntos pendentes susceptiveis de reclamação e enviadas dentro dos prazos previstos.
Se o cidadão pagante tem que respeitar os prazos de resposta, e de pagamento, não seria de esperar o mesmo por parte dos serviços fiscais?
Ó Bentinho vou pedir ao Politicopata que averigue a funcionária do vison.Desconfio saber quem deu o casaquinho á malandreca!
Apalpou?Podia tratar-se de uma boa imitação em carpélio.Os óculos também é de desconfiar. vai na volta eram made in Rep Pop da China
Então até o casaco de Vison, ou de imitação, é alvo de crítica. Que eu saiba os funcionários públicos ganham dinheiro certo e declaram todos os impostos... quanto à falta de gente na repartição, acho mal...
Caro primeiro anónimo,
A sua indignação é também a minha! Não vale a pena o contribuinte enviar cartas registadas com aviso de recepção para os serviços das finanças na procura de um qualquer esclarecimento porque a resposta é nula. Os serviços das finanças são como um quadrupde com as palas a taparem-lhe os olhos, conduzido por leis é regras inflexiveis, estáticas mas com as devidas salvaguardas na defesa do cidadão. O problema é que quem trabalha com elas não as compreende, nem sequer as conhece e, por medo de cometer qualquer infracção á lei nem se dá ao trabalho de analisar as salvaguardas que nelas existem em defesa do cidadão contribuinte! Não respondendo aos pedidos dos cidadãos de esclarecimentos o processo segue o seu caminho, ignorando ostensiva e vergonhosamente os direitos do contribuinte. Claro que se for tudo para tribunal a história é outra, mas já se sabe como são os tribunais! E enquanto eles não decidem a máquina fiscal avança, se for necessário penhorando mesmo os bens do contribuinte!!
Conte-nos mais sobre as realidades dessa repartição de Algés, partilhe conosco a vergonha instalada nesse serviço estatal!
António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade
Caro Zé Pagante e cara Cadeira do Poder,
A questão do casaco de vison é secundária ao cerne do problema e já percebi que tirou um certo enfoque às várias questões que levantei e que, essas sim, são importantes e deveriam ser esclarecidas por algum funcionário fiscal com responsabilidades.
António Manuel Bento, um simples cidadão
Ó Sr. Bento, você é um tratado! Então a funcionária das Finanças não pode ser casada com um senhor que lhe ofereça um casaco bom, tem que ser corrupta... se há computadores a mais na secção, quem os encomendou devia ser preso? PRESO?
Você já está a ir além do Salazarismo habitual, tenho muita pena de verificar que é uma pessoa muito frustrada e parece estar cada vez pior. Cure-se...
então a senhora das finanças não pode comprar o casaquinho com o ordenado?
Cada vez mais me convenço que o Sr. António Manuel Bento sofre de um grave trauma "anti-funcionários" públicos.
Mais: acho que o trauma extravasa essa classe (onde há bons, menos bons e maus... como em todas as classes) e envolve "tudo o que se mexa" nesta Planeta.
Há quem se mexa... e pense. O Sr. Bento não está incluído nesta "classe".
É pena... para ele, claro!
Caro Tio da Linha e anónimo por cima (deste),
Como anteriormente já referi a indumentária da senhora não é o centro do problema, apesar de a mesma ser o centro das atenções naquela repartição pública de finanças. Julgo, aliás, que não é de bom-tom o contribuinte ao ir largar os seus bens em favor do Estado deparar-se com demonstrações de novo riquismo de quem recebe em mãos o dinheiro do cidadão. Mas, e como já disse, antes Deus quisesse que o problema fosse só uma questão de vestimenta!.. Só que não quer, e o problema é bem mais profundo do que aquilo que os nossos olhares alcançam.
António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade
Caro Rui Freitas,
É com estima e também com o chamado “fair Play” que leio os comentários que me faz.
Não tenho nada contra os funcionários públicos. Tenho tudo contra o excesso de funcionários públicos e que, como ontem pôde comprovar no jornal Correio da Manhã, são na proporção de 1 para cada 16 portugueses, quando na tão elogiada e invejada e moderna e evoluída e rica e desenvolvida e culta Espanha - e isto é para os sujeitos que invocam a tão repugnante união ibérica - são de 1 por cada 30 cidadãos! Somos aliás o pais da Europa com maior número de funcionários públicos em proporção à população! Tal facto e o lugar que Portugal ocupa na inverosímil “cauda da Europa” não podem deixar de ser dissociados, existe naturalmente uma relação que o simples bom senso alcança: EXCESSO DE BUROCRACIA E, tudo bem, supostos melhores serviços ao cidadão (esta é só para a fotografia e para eu me rir um pouco) E TAMBÉM DÉFICE DE CRIAÇÃO DE RIQUEZA.
Isto tem um preço, um preço que pagamos com o nosso subdesenvolvimento. Os funcionários públicos não têm culpa, de um modo geral, quem tem culpa são as políticas proteccionistas e forças corporativas que apenas defendem os interesses das classes e de quem representam de um modo egoísta, ignorando os custos que a sua prepotência tem para Portugal. Falo, entre outros, dos sindicatos. Têm culpa também os sucessivos governos que não sabem dizer não e que enchem o pais de boys, girls tachos e por diante, mas principalmente o regime instalado no Estado em que a entrada de novos funcionários tornou-se numa questão dinástica e de favores entre familiares e amigos. Portugal não aguenta isto, as finanças de Portugal já não o permitem, e agora a factura é paga por todos.
Com isto e vivendo acima das possibilidades, pagando o que não tem e já sem anéis, Portugal está parado. Não há investimento porque o dinheiro dos impostos é quase todo para pagar salários! Este é que é o problema! Não se cria riqueza com este modelo de desenvolvimento sustentado num estado que pensa que é um “pai” e num povo que julga que é adolescente e que ao pai tudo pode pedir!
É por isso que quando observo o que observei na repartição de finanças – e esqueçam o casaco da senhora! – me sinto mais do que indignado, sinto-me triste e desmotivado. Porém não me calarei!
António Manuel Bento, um simples cidadão
Caro António M. Bento;
Tirando aí a parte dos sindicatos, (que fazem falta sim, para que -alguns - patrões não tiranizem ainda mais os empregados) e algumas pretensas 'alfinetadas' dirigidas aos que de alguma forma possam ter demonstrado discordância consigo, digo-lhe que o subscrevo na sua análise económica.
(de notar que não sou economista, mas faço a 'gestão do lar' há umas décadas e nunca apresentei défice. mesmo sem pedir subsídios ao governo.)
Saudações digitais.
IM
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