sexta-feira, 17 de novembro de 2006

(mau) exemplo...

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A propósito de uma troca de comentários feita no recente post um dia de chuva..., a respeito dos obstáculos nos passeios, que dificultam ou impedem a circulação de peões, e que está AQUI, trago algumas fotografias que ilustram um caso 'gritante' e paradigmático, que infelizmente não é único, porque se encontra um pouco por todo o concelho de Oeiras, como tenho podido constatar.

As imagens abaixo reportam-se à Av. das Descobertas, na Medrosa.
Esta é uma via de sentido único, com aproximadamente 350 metros de extensão, só com moradias.
É uma das principais vias de acesso às Galerias Alto da Barra e ao quase concluído Auditório Maestro César Batalha, sobretudo para quem se desloca a pé a partir dos prédios do chamado "Bairro Novo", ao qual ela pertence, ou do bairro do Outeiro ou, para quem se desloque de carro, do lado dos Lombos ou Carcavelos.
A referida via tem apenas uma passadeira para peões no seu início. Mas não é isto que quero aqui mostrar.

É sim, o estado de confrangedora degradação dos passeios e a profusão de obstáculos que os enchem, maioritariamente constituídos por decrépitas árvores, em passeios que não têm largura para elas e cujas raízes rebentaram a calçada em muitos pontos tornando-a irregular, e candeeiros de iluminação pública deficientemente colocados, sem deixar espaço suficiente para a circulação.
O "Bairro Novo" de 'novo' pouco lhe resta. Foi construído cerca de 1970 e tem portanto aproximadamente 36 anos. Tendo em conta que quem o veio habitar eram pessoas na casa dos 30-40 anos, estas pessoas andam hoje pelos 70-80. Conheço muitos dos habitantes e imensos têm dificuldades de vária ordem derivadas da idade e da saúde. Enfim, são idosos. Com dificuldades visuais e motoras e, alguns, já de cadeira de rodas. Fácil é imaginar as dificuldades que enfrentam para se deslocarem nesta avenida.

Não posso, evidentemente, colocar aqui as quase 50 fotografias que tirei a todas as situações anómalas que encontrei ao longo da via, nem tal faria sentido.
Estas que aqui mostro servem bem para ilustrar o problema. Tenham é em conta que os passeios se encontram assim em praticamente toda a sua extensão (350 metros), obrigando as pessoas a circular pelo alcatrão, com os perigos que daí advém. Como há sempre muitos carros estacionados junto ao passeio esquerdo, quem circula por este lado tem que o fazer praticamente pelo meio da via. E de 15 em 15 minutos passa por ali a camioneta 471, normalmente a 'abrir' porque anda sempre atrasada..., para além doutros aceleras... Para agravar, a via é quase toda em curva, o que reduz muito a visibilidade. Mas vejam as imagens:


Aqui começa a avenida e esta é a única passadeira que existe ao longo dos seus 350 metros...

O estado degradado da calçada é uma das primeiras coisas que salta à vista (e faz tropeçar, torcer pés, dar quedas e estragar o calçado...)


Não é preciso ser idoso ou deficiente para não conseguir circular pelo passeio esquerdo...


O passeio direito também não escapa... Porque é que o poste de iluminação está quase a meio do passeio?


E para ficar por aqui, esta é a surreal 'linguiça' com cerca de um pé ou dois de largura em que acaba o passeio direito...


Nota final: À situação calamitosa, a que se chegou apesar dos imensos pedidos feitos à CMO, que os ignorou sistematicamente, talvez não seja alheio o facto de o presidente Isaltino, em todas as eleições em que participou, sempre ter tido baixas votações na Medrosa... digo eu, que gosto de dizer coisas...


CLIQUE NAS FOTOS PARA AMPLIAR

Todas as fotografias tiradas em 16 Nov 2006, entre as 16:01 e as 16:22

imagens: © comunicação visual 2006

12 comentários:

Anónimo disse...

Caro José António,

Ignorando o último post que me deixou e, com o qual me sinto obviamente injustiçado, aproveito a oportunidade para lhe dar os parabens pela dedicação com que se dedica à causa pública, exercendo o seu dever de cidadão através da denúncia pública de situações calamitosas como as que aqui nos trás!
E o que dizer do caos de Linda-a-Velha? e Miraflores?! É impressionante como Miraflores permanece um estaleiro à mais de vinte anos!!! Acho que também esses locais mereciam a visita da sua prespicaz máquina fotográfica.

com amizade,
António Manuel Bento

Isabel Magalhães disse...

Bom dia J.A.;

ATEMPADAMENTE EXCELENTE!

um abraço.
I.

nota de rodapé - a propósito de uma reclamação sobre a freguesia de Linda-a-Velha, deixada há tempos no O.L. contactei pessoalmente o presidente da junta e creio até que aqui deixou umas explicações sobre competências - da cãmara e da junta - e lembro-me que os passeios são da responsabilidade da junta de Freguesia.

Seria interessante enviar este teu post ao respectivo presidente e tb - porque não - à cmo.

Não sei se teria algum impacto mas é sempre de tentar...

Digo isto porque me lembro, a respeito da escultura Camilo Castelo Branco, à porta de escola secundária do mesmo nome, em Carnaxide, vandalizada com grafittis, e que denunciei aqui, ou no O.L. do JJCM, ter enviado dois e-mails com as fotos e o texto ao presidente da junta de freguesia de Carnaxide, pessoa que conheço há muitos anos porque pertenceu ao executivo da minha freguesia (Olá Vilhena, bom dia, como está?) e não ter recebido qualquer resposta.

Da resposta eu prescindo. Gostaria é que tivessem devolvido a dignidade à escultura do Mestre Soares Branco e isso não aconteceu.

Anónimo disse...

Se isto chegar como reclamação por escrito ao Departamento de Infra-estruturas Municipais, podem ter a certeza que alguém fará alguma coisa... é que isto não tem só a ver com a Divisão que faz a obra, tem também a ver com a Divisão de Espaços Verdes por causa das árvores.

Unknown disse...

Caro Manuel Bento,

Ignore à vontade o meu comentário, que não o pretendia 'injustiçar', mas apenas chamar-lhe a atenção a respeito do 'tom' do seu comentário. É um direito seu responder ou não. Seu e de todos nós.

Obrigado pelos parabéns, mas não faço nada demais nem que não possa ser feito por outros. Assim eles o façam. É um direito e sobretudo um dever de munícipe. Creio que nos entendemos perfeitamente a este respeito.

No que concerne às freguesias e bairros que refere, apenas conheço os zunzuns que vou ouvindo e lendo. Acredito que sejam verdadeiros.

Concordará comigo certamente é que não posso ser eu a fazer o trabalho todo...
Tenho a minha vida particular e condicionalismos vários que me impedem de andar pelo concelho a fazer foto-reportagens. O que aliás lamento, nomeadamente no plano patrimonial.
Além disso, quem mora nos bairros é que conhece a realidade vivencial do sítio que habita. Esses munícipes têm aqui uma porta aberta para mostrar a realidade como a vêem.
Qualquer um pode fazer uma ou duas fotografias (até o telemóvel serve), escrever umas linhas a descrever o problema, enviar por mail com pedido de publicação, et voilá!
Teremos todo o gosto neste género de participação no Oeiras Local, o que já tem acontecido, como sabe.
Não só para 'dizer mal'. Não estamos aqui com esse objectivo e se alguém observar algo que considere ser uma boa obra, bem executada e útil, também aqui existe espaço para fazer a referência. Só que, como sabe, os buracos dão mais nas vistas...

Cumprimentos,

Unknown disse...

Cara Isabel,

Tanto quanto sei esta questão foi colocada, julgo que por mais de uma vez, na própria Junta de Freguesia, por um morador desta via, na época vogal na mesma junta.

Por razões particulares que não devo divulgar aqui, não estou em posição de aprofundar a questão, nomeadamente investigando o que efectivamente foi feito a nível de reclamações e sugestões.
A ideia que tenho, é de que foram efectivamente feitas reclamações na assembleia de freguesia e que o resultado foi... o que se vê...

bjs,

Unknown disse...

Caro anónimo,

Agradeço a sua resposta e a sua sugestão, com a qual estou de acordo.
Se for oportuno, procurarei saber junto dos moradores se tencionam fazer alguma coisa, o quê e a resposta, e divulgá-lo-ei.

p.s. 1: Tanto quanto noto, as pessoas estão muito desmotivadas e já perderam qualquer esperança. Acham que não vale a pena reclamar e pedir a intervenção dos serviços competentes.

p.s. 2: A Medrosa é um lugar esquecido e para esquecer, para o actual executivo.

Cumprimentos,

Anónimo disse...

O anonymous das 16:25 tem razão na metodologia processual, contudo o abate de arvores não é um processo de todo pacifico e que neste caso se justifica plenamente,se não for possivel alargar o passeio, reduzindo a faixa de rodagem.

Anónimo disse...

Cara Amiga Isabel,
Tal como já foi dito acima, também acho que o munícipe pode - E DEVE - reclamar melhores condições de vida e, neste caso, de mobilidade, para o seu local de residência (embora eu prefira sempre abordagens mais abrangentes e não do género "a minha rua", "o meu carro", "a minha casa"... Faço-me entender.
Admito que, apesar de eu sempre ter sido assim, "enraizei" mais este hábito depois de - com muita honra - ter desempenhado um cargo Autárquico numa Junta de Freguesia, por onde, aliás, penso que todos os políticos deviam começar a sua "carreira".
Também eu "lutei" pela implantação de novas e necessárias passadeiras (que alguns "iluminados" na CMO não achavam prioritárias, quando em ruas com pouco mais de 100m existem seis...), contra as barreiras arquitectónicas a deficientes, pessoas com carros de bebé ou mibilidade reduzida, nomeadamente no Centro Histórico de Paço de Arcos (mas outro "iluminado" arquitecto entendeu que não...), enfim. Às vezes, as "lutas" são inglórias, mas o pior de tudo é deixar de "lutar".
Um beijo.

Unknown disse...

Caro Rui Freitas,

A sua intervenção não me foi dirigida, mas permita-me que teça algumas considerações a respeito da mesma.

Concordo com a sua ideia de uma abordagem abrangente. As questões devem ser vistas globalmente e não de uma forma 'bairrista', que já não tem sentido neste mundo em que vivemos.

Acho é que é necessário ser realista e visões 'abrangentes' sem um suporte concreto, fundamentadas em exemplos reais e visíveis, caem em saco roto e não conduzem a nada.
Não basta dizer que no concelho existe um problema de mobilidade e que é necessário resolver este. Para sensibilizar as pessoas para o problema e a sua resolução é importante e incontornável mostrar-lhes exemplos concretos do que dizemos. Não acredito que discorde de mim neste aspecto.

Espero ainda que tenha percebido que o post que eu coloquei foi feito precisamente no sentido que refiro (exemplos concretos). Apesar de eu conhecer bem a avenida com a qual exemplifiquei, quer porque morei naquele bairro durante cerca de 17 anos, quer porque passo lá quase todos os dias (ainda tenho familiares no bairro), a 'minha rua' é outra e o 'meu bairro' também é outro (aliás quase sem problemas de monta).

Tal como fiz neste post, em que exemplifiquei um determinado problema com imagens da Avenida das Descobertas, assim continuarei a fazer, seja com que rua, estrada, edifício, parque, jardim, monumento, for.
Usando sempre exemplos no concelho de Oeiras, porque é dele que aqui falamos, principalmente.
E dentro do possível, sempre com fotografias tiradas no próprio dia e local.

Cumprimentos,

Anónimo disse...

Caro José António,
Ainda bem que começa por dizer que a minha intervenção não lhe foi dirigida. É que, de facto, não o quis atingir, fosse de que modo fosse. Sinceramente!
Só generalizei, porque é recorrente o nefasto "hábito" de olharmos para a "nossa",o "nosso"...
Isso não quer dizer que não esteja totalmente de acordo consigo.
Fica a rectificação e o pedido de desculpas da minha parte.

Unknown disse...

Caro Rui Freitas,

Começo por lhe agradecer a sua resposta. E nada há a desculpar. Estamos aqui para debater ideias e falar dos problemas do nosso concelho.
Estou de acordo, como já disse, que não se pode ter uma visão 'umbiguista' dos problemas.
O que infelizmente acontece muito. As pessoas, quando vêem finalmente tapado o buraco à sua porta, já não querem saber dos buracos à porta dos outros. É pena.

p.s.: Fiquei curioso com a sua referência a Paço de Arcos. É uma terra de que muito gosto e a última vez que lá estive vi algumas coisas que me entristeceram. Talvez quando for oportuno possamos falar no assunto.

Fica um abraço.

Isabel Magalhães disse...

Olá Rui Freitas;

Boa tarde!

Eu entendi que a sua resposta que me veio dirigida era mais abrangente. Não se preocupe...! :)

Ao que o amigo José António respondeu gostaria apenas de acrescentar - e isto sem discordar do que ambos disseram - que tb acho natural quando os fregueses/munícipes falam do seu bairro, da sua freguesia, por ser o que melhor conhecem.

Se todos contribuirmos um bocadinho que seja estamos a lutar por um concelho com melhor qualidade de vida.

Bom fim de semana.
Um abraço social-democrata
IM.