Carlos Sousa continua em terceiro nos automóveis; Hélder Rodrigues voltou ao Clube dos Dez nas motos (está em nono). A frente portuguesa do Lisboa-Dakar ficou, assim, reforçada na transição de Marrocos para a Mauritânia, onde o almadense do Volkswagen Touareg cortou ontem a meta de Zouérat na sétima posição e o lisboeta da Yamaha foi sexto na etapa (a sexta e mais longa do mítico rali, com quase 400 quilómetros cronometrados), que conheceu um vencedor repetente, o norte-americano Robby Gordon (Hummer), e um outro inédito, o espanhol Jordi Villadoms (KTM). Triunfos que não abalaram as respectivas frentes, dominadas pela mesma bandeira, a do país dos líderes Carlos Sainz e Marc Coma.
Sainz foi quarto classificado, a 7.17 minutos de Gordon, e perdeu 25 segundos para o colega de equipa e seu perseguidor, o sul- -africano Giniel de Villiers (terceiro na etapa), embora conservando uma vantagem de 3.11 minutos no topo da tabela geral. Sousa chegou 10 minutos depois de Gordon e perdeu mais cerca de três para o líder, encontrando-se, agora, a 14.03 minutos de Sainz.
O segundo melhor português continua a ser Miguel Barbosa (Proto-Dessoude). "Depois de todos os infortúnios dos últimos dias, finalmente começo, passo a passo, a subir posições. Claro que estou satisfeito e só espero poder continuar assim, sem problemas no carro e a recuperar as posições perdidas. O meu objectivo é terminar a prova em Dakar perto dos dez primeiros", afirmou o bicampeão nacional de todo-o-terreno (16.º na etapa), que subiu sete lugares na geral (de 23.º para 16.º).
Hélder Rodrigues assinou mais uma vitória na categoria 450cc, enquanto Ruben Faria protagonizou novo "salto" (de 120.º para 95.º), ao cortar a meta em 14.º.
"O mais difícil foram os muitos quilómetros que tivemos de fazer por zonas muito pedregosas e o facto de termos encontrado os primeiros troços de erva de camelo. Estou cada vez mais perto dos 15 primeiros. Espero que amanhã [hoje] as coisas me corram da mesma forma", disse, por seu turno, Paulo Gonçalves, o Speedy de Esposende, que está agora na 17.ª posição (foi 19.º em Zouérat).
João Nazaré (Yamaha), primeiro quad na etapa, subiu nove lugares e já é segundo na geral, no dia em que viu abandonar o outro parceiro da categoria, António Ventura (uma queda na véspera provocou-lhe uma entorse no pé).
O sexto dia de prova deixou pelo caminho mais 21 dakaris (12 nos automóveis + 7 nas motos + 2 nos camiões), depois de na véspera, o director do Dakar 2007, Etienne Lavigne, ter-se regojizado com a captura de três presumíveis membros do Grupo Salafista para a Prédica e Combate (GSPC), um movimento argelino aliado à Al-Qaeda, numa acção conduzida pelas autoridades mauritanas.
Hoje, a caravana terá pela frente um total de 580 quilómetros, dos quais 542 cronometrados (só 38 de ligação), novamente com zonas de dunas e de erva de camelo, a ligar Zouérat a Atar, seguindo-se o dia de repouso.
Do azar de António Ventura ao encosto de Madalena Antas
Partiram 27 à conquista do deserto e de Dakar. Todos com a esperança de ganhar o desafio. Seis dias depois, os portugueses já não estão em bloco nas rotas do sonho. Ontem, o quad António Ventura foi o quarto a ficar pelo caminho, depois de ter sofrido uma queda no dia anterior: uma entorse num pé que o obrigou a encostar a moto de quatro rodas, quando ocupava a 157.ª posição da geral e viaja agora integrado na equipa de assistência técnica, uma opção seguida por muitos desistentes.
O motard da Yamaha juntou- -se, assim, a Joaquim Adélio Machado (automóveis) e a Ricardo Pina e José Carvalho (motos), que pararam, definitivamente, na terça-feira. Machado, que pilotava um Toyota Land Cruiser, posicionado no final da terceira etapa em 73.º lugar da geral, foi vítima de um acidente com o seu carro, do qual saiu incólume, ao contrário do seu navegador, o francês Jean-Louis Dronne, de 59 anos, que já foi operado à coluna nas Canárias. No que diz respeito aos outros dois motards portugueses, aparentemente a desistência ficou a dever-se a problemas mecânicos com as respectivas máquinas KTM 660 Rally.
Ontem, Madalena Antas viu partir-se o motor, sem reparação, do Nissan/Super Produção ao quilómetro 374 da ligação, pelo que nem sequer pôde fazer o troço cronometrado (contrariedade que não deve impedi-la de continuar hoje), um dia depois de ter sido o anjo-da-guarda de Ricardo Leal dos Santos. Contemos: o Mitsubishi do português foi-se abaixo (bloqueou o motor de arranque) e teve de ser a pintora lisboeta, que pouco antes havia sido ultrapassada pelo campeão solo de 2006, a dar- -lhe um forte encosto com a Nissan. E o carro pegou.
publicado por JN às 00:01
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