domingo, 28 de janeiro de 2007

Reabilitação do Palácio do Egipto


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Portal do Palácio do Egipto cerca de 1986

O Palácio do Egipto é um edifício que data do séc. XVIII.
Este era a casa nobre da Quinta de Nossa Senhora do Egipto, a qual ia desde o local onde se encontra o palácio até Sto. Amaro de Oeiras, por uma área hoje completamente urbanizada.


Quinta do Egipto cerca de 1643

Foi residência de António Rebelo de Andrade (1696-1763), benemérito de Oeiras, que contribuiu grandemente com o seu patrocínio para as obras da Igreja matriz, na qual está sepultado, e que terá ampliado o primitivo palácio que tinha herdado.
Depois do Palácio do Marquês e paralelamente ao do Arriaga, seria certamente em importância e grandeza a segunda casa nobre de Oeiras.

Conserva, da primeira metade do séc. XVIII, belos conjuntos de azulejos seriados Joaninos, albarradas nos dois átrios e padronagem na escadaria
De grande relevo e efeito é também o seu curioso pórtico em forma de arco asa de cesto, com volutas, coroado por uma concha.


Átrio do Palácio do Egipto em 29 de Julho de 2006

Passou por muitas vicissitudes que o degradaram substancialmente, nomeadamente no período em que nele funcionou a sede da A.D.O. e um restaurante/casa de fados.
Muitas agressões foram feitas ao edifício, que viu destruídos vários dos frescos vegetalistas que decoravam parte das suas paredes e tectos e delapidada uma grande parte dos seus belos painéis de azulejos.

O Palácio do Egipto, pela sua importância para a História de Oeiras, merece ser dignificado e reabilitado, sem dúvida. Estamos entre os primeiros a defendê-lo. Mas vejam AQUI, fazendo o download do PDF, o que vai ser feito. Muito MAL, na nossa opinião.


Mais um ATENTADO ao castigado
Centro Histórico de Oeiras.



fotografias: ©2007 Fernando Júlio Batista / josé antónio / comunicação visual.
mapa: pormenor da Carta dos Arredores de Lisboa, Folha 1 [Oeiras], 1643-1646 in "Cartografia de Oeiras 4 séculos de representação do território (do século XVI ao século XX)", coord. Joaquim Boiça, CMO, 2003, p. 64.

CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIAR
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32 comentários:

Anónimo disse...

O que é que esperavam...
Vem aí mais uma "Carrilhada" e, se calhar, ainda ganha algum prémio.

Isabel Magalhães disse...

Caro JA;

Excelente recolha. Um assunto da maior pertinência!

É preciso que os munícipes estejam atentos.

Um []
I.

Unknown disse...

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Caro Eue,

Já nada me surpreende...

Obrigado pela visita. Volte sempre.

Cumprimentos

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Unknown disse...

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Cara Isabel,

Da leitura do PDF fiquei com a impressão de que são propostas soluções cuja volumetria choca ostensivamente com a volumetria do Palácio e que em nada vão beneficiar este, antes pelo contrário, vão 'apagá-lo'. Nomeadamente um pórtico gigantesco cujo objectivo parece ser apenas 'olhem pra mim, tão grande que eu sou'...
Triste.

Temo é que já nada possa ser feito.

bjs


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Isabel Magalhães disse...

JA;

Não consigo ler as informações adicionais do PDF - o Acrobat Reader que eu tenho é insuficiente e não sei porque razão não consigo aceder à versãomais recente.

oeiras local disse...

A maqueta deve estar exposta em 'algum lado' muito provavelmente na CMO.

Unknown disse...

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Olá Isabel,

Também tive esse problema e fui buscar uma versão mais recente aqui: http://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html

bjs

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Isabel Magalhães disse...

Olá J.A.

Obrigada pelo link.

Quanto ao projecto na parte adicional, e sem conhecer área do Palácio, área envolvente, e volumetria da nova construção, defendo a teoria 'A Arte é também verdade'.

Dizia Kandinsky:

"Toda a obra de arte é filha do seu tempo e, muitas vezes, a mãe dos nossos sentimentos.
Cada época de uma civilização cria uma arte que lhe é própria e que jamais se verá renascer. Tentar ressuscitar os princípios da arte dos séculos passados só pode conduzir à produção de obras abortadas."

in "Do Espiritual na Arte" - WK

oeiras local disse...

Sr. AMBento;

A coerência é uma coisa que fica bem em todo o lado, principalmente aos que a defendem e depois não praticam.
Então não foi o senhor que usando aqueles adjectivos que todos lhe conhecemos - vis, antidemocratas e mais não sei o quê - veio um dia ao blogue criticar os que se 'atreviam' a comentar assuntos diferentes do post? Poderemos até fazer copy/paste desse seu comentário caso esteja 'esquecido' como muitas vezes lhe acontece...

A administração do OL aguarda pois que o senhor se digne informar qual a pertinência desta sua carta para o «além-túmulo» num post sobre arquitectura local.

Muito mais haveria a dizer-lhe, mas e dada a sua aparente 'perturbação' seria a mesma coisa que pregar aos peixes.

Unknown disse...

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Cara Isabel,

Василий Кандинский...

Isso é o que eu chamo um golpe baixo. :)


Gosto muito do Kandinsky. Como Designer e como artista, muito fui beber à inesgotável fonte da Bauhaus.

Não contrario nada do que dizes, mas apenas no puro plano da Arte. Nesse estou em completo acordo.
Mas a questão que aqui temos ultrapassa-a largamente. Porque:

1. Trata-se de um 'objecto' arquitectónico, o que implica, para além da fruição estética, como acontece com qualquer objecto artístico, uma qualidade funcional, isto é, a função que vai cumprir, e que não pode ser menosprezada.

2. Trata-se de um 'objecto' a integrar numa pré-existência arquitectónica, num monumento, e num tecido urbano específico. Esta integração tem que ter em conta os vários parâmetros referentes ao monumento e à envolvente. Deve valorizá-los e nunca o contrário.

3. Não se pode fazer 'arte' a qualquer preço.
O que dirias se um 'artista' pegasse numas quantas latas de tinta e fizesse uns graffitis, uma 'obra de arte', em cima da "Última Ceia" do Leonardo?


O problema de qualquer intervenção arquitectónica num monumento passa sempre por um "até onde é razoável destruir" e um "até onde é razoável construir". Porque infelizmente há sempre alguma coisa que tem que desaparecer.

É muito difícil tomar uma decisão destas. E também conseguir conceber um 'objecto' que se integre perfeitamente no edifício sem o anular.

Este é o meu 'temor'. Que o 'objecto' tenha uma tal relevância que apague completamente o monumento.

Um bom exemplo dum trabalho bem executado no Centro Histórico de Oeiras é aquela vetusta casa cor-de-rosa na Rua Cândido dos Reis, ao lado da Caixa Geral de Depósitos.
A casa está lá, bem visível. Pode ser apreciada. E o arquitecto fez na mesma um excelente e moderno edifício para o banco, sem estragar nada.
Nenhum dos dois edifícios anula o outro. Estão perfeitamente integrados. Assim, sim.

post scriptum: Uso o conceito 'objecto' referindo-me à globalidade da intervenção, a qual passa por diversas 'peças' e equipamentos.

bjs

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Unknown disse...

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Sr. Bento,

Esta sua atitude é perfeitamente inqualificável e só pode advir dum espírito doente, perturbado e ressentido.

Da leitura deste seu pretenso 'artigo de opinião' que diz pretendia ver publicado no blog e cuja publicação afirma ter sido recusada, digo-lhe que estou de perfeito ACORDO com a recusa de publicação.

O seu texto (será mesmo seu?), independentemente de fazer a apologia do fascismo e dum feroz ditador - esqueceu-se de mencionar o campo da morte do Tarrafal, as masmorras da polícia política, as pessoas assassinadas, a censura, entre outras qualidades 'democráticas' do ditador- é um chorrilho de disparates, imprecisões e erros históricos.

Salazar um democrata? Não me faça rir. Vá aprender HISTÓRIA. Essa sua conversa lembra-me a dos BUFOS da PIDE (querem ver que acertei na mouche?)

Além disto, o texto nada tem a ver com o tema a debate neste post. Onde é que está esse seu apregoado espírito de colaboração?

Mais ainda: Diz que lhe recusaram a publicação de muitos textos. Informe-nos, s.f.f., exactamente QUANTOS. É que eu só me lembro deste...


Assumo publicamente a responsabilidade disto que lhe vou dizer:
— Em situações futuras similares, em que o sr. Bento volte a tomar uma atitude destas, de publicar um texto recusado, quem lho apaga aqui dos comentários sou EU! Fica o aviso. Leia bem: AVISO, que é para não vir depois dizer que o estou a ameaçar.

Passe bem.

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Isabel Magalhães disse...

Amigo J.A.;

Não há nenhum 'golpe baixo'! :)

Comecei por tecer umas ressalvas a respeito de áreas e volumetrias e só depois te disse o que acho da coesistência de projectos de arquitectura contemporânea com uma arquitectura tradicional. E aqui abro novo parentess não sou arquitecta; avalio o assunto à luz das bases que tenho em História de Arte e Património Monumental e Artístico.
A história do nosso património está cheia de exemplos de 'acrescentos', certamente muito contestados à época e que acabaram por entral normalmente no dia a dia dos cidadãos - muitos deles nem sabem o que é de origem e o que não é. Tomemos como exemplo o Palácio Nacional da Vila de Sintra, aqui a dois passos, e as duas gigantescas chaminés, verdadeiro ex-libris, e que não são de origem. Poderia continuar com outros exemplos no país mas gostaria de referir o Museu de Arte Contemporânea de Colónia adossado à Catedral, a pirâmide do Louvre que tanta polémica causou...

Nada do que aqui digo ou disse acima, invalida os teus receios que são também os meus, por isso comecei por referir a tal falta de dados.

Um abraço.
IM

post scriptum - O ponto 3 é um exemplo levado ao extremo e no meu código de valores chamar-se-ía vandalismo! :)))

Unknown disse...

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Cara Isabel,

A do 'golpe baixo' era uma óbvia brincadeira. Estava lá o :)

Tens razão quando dizes que as pessoas se 'habituaram' aos acrescentos. As pessoas habituam-se a tudo.
Mas a verdade é que muitos deles destruíram aspectos importantes dos edifícios, inviabilizando uma correcta leitura e compreensão destes por parte de visitantes e estudiosos.

Há monumentos que apresentam uma tal 'salganhada' de estilos, mesclados devido às alterações a que foram sujeitos, que já não se consegue distinguir o que é que é o quê. E isso torna muito difícil (ou impossível) a sua compreensão e o seu estudo enquanto espaço vivencial.

É por sabermos isto que hoje em dia há uma grande preocupação quando se trata de intervir em espaços arquitectónicos monumentais. Tens um excelente exemplo em Viseu, no Museu Grão Vasco - http://www.rpmuseus-pt.org/Pt/cont/fichas/museu_41.html
Estive lá o ano passado e fiquei deveras impressionado com o cuidado posto na reabilitação do edifício para espaço museológico.

O problema é que nem sempre assim acontece. Nem sempre obras desta natureza têm o devido acompanhamento de especialistas em História e História de Arte e depois... depois 'chora-se sobre o leite derramado' e ninguém foi responsável.

bjs

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Isabel Magalhães disse...

Zé;

Claro que sei que era uma brincadeira e retribui com outro smile.

A preocupação é saudável, significa interesse e logo que consiga ler toda a informação constante do site da CMO volto ao assunto.

Gostaria de deixr aqui um exemplo de algo que nunca deveria ter sido feito.

Em Milão, no refeitório do antigo Convento de Santa Marie delle Grazie, na parede principal onde Mestre Leonardo pintou 'A Última Ceia', algures no tempo, durante o período de vida do convento, os frades dominicanos para encurtarem a distância do refeitório à cozinha, abriram, ou mandaram abrir, uma passagem em arco abatido, exactamente no local onde Leonardo da Vinci havia pintado as pernas de Cristo.

http://a-redea-solta.blogspot.com/2005/10/ltima-ceia.html



[] I.

ressalvo 'parêntese' que ficou mal 'teclado'!

Anónimo disse...

Ao
Antonio Manuel Bento,

Que você seja louco, é lá consigo.
Que obrigue os outros a aturarem
os seus desvarios, é outra!

Eu, não estou para aturá-lo!
Já disse muita vez o que penso de si animal.
Portanto, só lhe venho dizer o seguinte:
A Pancrácia não é a minha Amiga Isabel MAgalhães percebeu???!

Tanto que se eu fosse a Isabel,
já tinha arrumado o assunto consigo há muito!
Felizmente para si, que eu não sou nem tenho a paciência da minha amiga Isabel.

Acabou-se a conversa. Tenho mais que fazer.

A Pancrácia Anacleta Josefina!!

Anónimo disse...

Chamem o 112 e digam para trazerem um colete de forças que o Bento não tem cura!

Anónimo disse...

Como vê, eu não sou Cobarde!
Só estava a gozar consigo meu anormal.

Adeus até nunca!

Ah! qualquer tentaiva de aparecer no meu blog, arrumo o assunto à primeira ;-)

Adeusinho até nunca!

Consciência Critica disse...

Ó Isabel,
Desculpe-me, mas isto mais parece uma batalha campal, entre o solitário cidadão ao serviço da comunidade, e a restante malta. Chiça!
Quanto à arte…. que dizer… ????, como sabe não é a minha área… mas lá que a volumetria parece exagerada, lá isso parece!

Isabel Magalhães disse...

Caro CC;

Como alguém já sugeriu, o tal cidadão deveria perguntar à comunidade se quer ser 'servida' por ele.

A avaliar pelo 'feed-back' parece-me que não...!

Qto ao post, e conhecendo a área envolvente do Palácio, tb estou em crer que sim, que a volumetria parece exagerada.

No entanto, não me 'incomoda' o facto de se adicionar um elemento arquitectónico contemporâneo.

Obrigada pela sua participação.
I.

oeiras local disse...

Comentário 29 Janeiro, 2007 17:30


Absolutamente ridículo... fruto de falsas premissas e má fé.

Anónimo disse...

Dizer mal só por dizer fica mal... o que queriam, que o palácio ficasse ao abandono mais uns anitos?

Quando alguém quer fazer obra nalgum lado, logo vêm os críticos criticar... seja o projecto o que for, muitas vezes sem o conhecerem a fundo.

Deixem os arquitectos trabalhar na sua especialidade e dediquem-se às vossas especialidades, que raio!

E olhem que eu não sou arquitecto, até discordo de muitos muitas vezes, mas o que tenho visto no Concelho tem-me agradado...

Anónimo disse...

A carta ao ditador é um atentado à democracia. Impõe-se que seja apagada.

Anónimo disse...

Estão à espera de quê para correr com os fascistas de um espaço de tradição democrática?

Anónimo disse...

Estão a virar à direita?
Haja mais respeito pelos verdadeiros democratas.

Anónimo disse...

Ao anónimo das 11:40

Não vejo aqui nenhum 'atacar por atacar'. Vejo sim preocupaçºoes no campo da estética e paisagistica. Gostaria de saber mais.

Anónimo disse...

Estão à espera de quê para correr com os fascistas de um espaço de tradição democrática?

Rui Freitas disse...

Se me permitem um comentário de um não arquitecto (espero que os Srs. AMB e Major Silvério mo "permitam" também), em meu entender, o tal pórtico nada tem a ver com a estrutura original do Palácio. Ali mesmo "ao lado", têm a prova provada de uma intervenção infeliz: a "pedra tumular"!
Como cidadão apaixonado por Paço de Arcos, até já tenho receio em sequer imaginar o que poderá vir a ser a recuperação do Palácio dos Arcos.
A sério! Muito a sério!

oeiras local disse...

Resposta ao comentário de
30 Janeiro, 2007 13:43

Caro leitor;

O seu comentário é a prova de que acompanha assiduamente este nosso blogue pois ao fazê-lo demonstra estar a par dos 'casos' que aqui vão acontecendo.

Muito gratos lhe ficariamos se nos desse as suas sugestões - na cx de comentários ou para o e-mail do O.L. - para resolver tal assunto sem termos de recorrer à queixa formal junto do Alojador do Blogger.

Cumps.

oeiras local disse...

Resposta ao comentário de
30 Janeiro, 2007 19:17

Caro leitor;

Este seu comentário embora de texto igual ao das 13.43 provêm de um IP diferente.
De qualquer modo a resposta é a mesma. Aceitam-se sugestões.

Cumps.

Anónimo disse...

Ora bem, ficámos a saber que o «major» afinal trabalha na CMO, quiças na construtora a quem vai ser adjudicada a obra, e até nos garante « não há que ter receios numa intervenção que será um MARCO!!!!! »

Unknown disse...

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Caro anónimo (16:54)

Receio que vá ser um 'marco', pelas piores razões...

Cumps

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Isabel Magalhães disse...

Resposta ao comentário de
29 Janeiro, 2007 17:30

Sr. Bento;

Verifico que o sr. antes de estar com febre já estava. O que o sr. diz a meu respeito é um chorrilho de disparates, o sr. está a ver o filme ao contrário.

Nunca me zanguei consigo, a minha atitude aqui não é de "zangas", é apenas de gestão do blogue, e permito-me não publicar e-mails que me envia com tentativas de ingerência na administração do O.L.

Para esse assunto temos um grupo de colaboradores e o que é feito é feito por decisão de todos.

Por isso é inútil continuar com este esquema.

Cumps.