.
Caros Munícipes e Visitantes, na sequência dos meus posts sobre a Quinta do Barão e do profícuo e por vezes curioso e surrealista debate que aqui se gerou em torno do seu destino, a nossa distinta gestora fez-me chegar 'às mãos' (leia-se 'ao computador') dois links relacionados com o tema em apreço. Aqui fica o meu agradecimento a Isabel Magalhães.
Estes links parecem-me poder contribuir enormemente para nos dar uma ideia mais profunda, quer da história da quinta, quer do seu possível destino, pelo grande manancial de informação que contêm.
Não poderia deixar de os partilhar convosco.
O primeiro dá acesso a um ficheiro PDF (é necessário o Adobe® Acrobat), da responsabilidade da Câmara Municipal de Cascais.
Designa-se por "Estudo Preliminar do Plano de Pormenor da Quinta do Barão" e está datado de Março 2003.
Sobre ele não teço quaisquer considerações. Cada um que analise e julgue por si. O mesmo pode ser consultado CLICANDO AQUI.
O segundo conduz-nos a um site com a história de Carcavelos, e do texto presente na página (que cita a fonte, uma nossa 'conhecida' também da história de Oeiras), para os nossos propósitos, apenas nos interessa este trecho que transcrevo:
(…)
Coeva da época do marquês de Pombal é também a Quinta do Barão.
Os terrenos que a compõem foram comprados e murados por Jacinto Isidoro de Sousa, um afamado mestre-de-obras da Lisboa setecentista, o que dirigiu a conclusão do palácio Pombal, em Oeiras. A casa apalaçada, de nobre estilo português, que é o encanto e a graça da Quinta do Barão, foi construída por esse mesmo mestre de obras com os restos do material do palácio do marquês, oferecidos pelo estadista ao mes tre que presidira ao remate da obra.
A casa foi concluída em vida do dono e habitada. Anos depois, com a sua morte, fecharam-se as portas do palacete. A viúva, sem amor à vida campestre, vendeu em 1794 toda a propriedade ao barão de Mossâmedes, um dos membros da grande família Almeida e Vasconcelos, e que era, ao tempo, o 12º senhor de Mossâmedes.
A quinta passou então a ter grandezas de propriedade senhorial. Brasões de família foram pintados nos tetos das suas salas. Um mobiliário sumptuoso recheou-a de ponta a ponta. Espalhou-se na terra, entre o povo, a nomenclatura “Quinta do Barão” baptismo popular e imperecível. O nome alongou-se às "cercanias, Alto do Barão, Baixa do Barão, etc., como um sinete de senhorio.
O vinho de Carcavelos" começava, pela época, a ter fama, nos mercados mundiais. O barão de Mossâmedes seguiu a indicação preciosa e plantou a sua propriedade de vinha. A adega, o vasilhame foram arranjadas nas proporções requeridas para as enormes colheitas. A marca de vinhos «Quinta do Barão» data dessa época.
nota: este site tem outras coisas, como fotografias e postais antigos, muito curiosas, que aconselho a quem gosta de vasculhar no passado.
O site pode ser visto CLICANDO AQUI
imagem: fotografia extraída do PDF citado acima e manipulada em Photoshop 4.0. CLIQUE PARA AMPLIAR.
.
9 comentários:
Caro J.A.;
A 'distinta' gestora agradece a menção.
Já que estamos numa de 'agradecimentos' obrigada também pelo teu trabalho como colaborador e co-gestor do O.L.
Abraço.
I.
.
Cara Isabel,
Não há nada a agradecer. É com grande prazer que o faço.
Sei o quanto pode ser penoso e difícil comandar este 'AVIÃO' sozinho... sobretudo com passageiros que insistem para lhes servirmos bagaço a bordo... :)))
bjs
.
Caros Amigos,
Pelo que já apurei, só uma ínfima parte da Quinta do Barão pertence ao Município de Oeiras e, aí, não daria para construir um pequeno PER.
A quase totalidade, pertence ao Município de Cascais (daí o grupo Hotéis Real ir chamar-se "Real Carcavelos").
Quanto ao "El Corte Ingles", só amanhã terei "certezas...
.
Caro Rui,
Tem razão.
Confirmei-o ao consultar as plantas do PDF, em especial a da pág. 3, que mostra que está de fora apenas um pequeno canto junto ao entroncamento da Av. D. José I com a Av. da República.
Este 'canto' coincide com o pequeno bosquete de que falei.
Fico curioso em relação ao El Corte Inglés, esses infames castelhanos... :)
Afinal, onde raio irão ficar?
Os boatos que tenho ouvido apontam para o concelho de Cascais, mas mais não sei.
Grato pela sua prestimosa contribuição.
Abraço,
.
Quando fiz a pesquiza tive o cuidado de ler na íntegra os documentos e constatei - efectivamente - que a parte da Quinta do Barão localizada no concelho de Oeiras é pouco relevante. No entanto, o facto de a quase totalidade pertencer ao concelho de Cascais não é motivo para perder o interesse pelo assunto. Vivemos noutro concelho mas Oeiras não é uma redoma. Fáz parte do distrito de Lisboa e de um país que bom ou mau é o nosso.
.
Cara Isabel,
Concordo em absoluto e, se outro motivo não houver, a verdade, como se constata da leitura da história de Carcavelos, é que esta região pertenceu a Oeiras, logo está indissoluvelmente ligada à história do nosso concelho.
Isto não pode ser escamoteado.
bjs
.
Exactamente!
Abraço. J.A.
Caro, J.A.
Entrei aqui, por um acaso que passo a explicar:
Moro num prédio mesmo em frente à Quinta do Barão, num 4º andar. Comprei o andar em 1973 porque me apaixonei, na altura, pela vista de uma grande quinta de vinha e palácio e arvoredo (eurocádias? Cedros, etc.)
Tenho vivido olhando e venerando o espaço que cresceu comigo.
Hoje, vejo-o abandonado mas continuam, apesar de tudo as árvores a crescer e deixando pousar todas as aves que as escolham.
Tenho visto um rebanho a deambular pela quinta cheia de ervas. Mas, uma ovelha muito solitária balia constantemente.
Pensado que ainda pertencia à viúva dos João bernardino gomes telefonei para perguntar se se tinham esquecido das ovelhas em pleno agosto a pastar lá. Quando me informaram que tinham vendido a uma empresa do Espírito Santo. Fiquei consternada pela informação; uma vez que a empresa com espirito santo não está provalvemente também numa situação para salvar a quinta.
E assim foi. Podem-me informar qual o destino mais uma vez da Quinta do Barão? Tudo menos venderem em lotes para construir casas. Seria uma blasfémia à memória dos honrados falecidos e de todos aqueles que querem o melhor futuro para a Quinta do Barão, majestosa em termos de natureza, património material e imaterial. Obrigada regina.sao@gmail.com
Cara Senhora;
Apesar de este blog ter chegado ao fim, e de nem eu nem o meu Amigo José António Baptista sermos da Câmara de Oeiras ou da Câmara de Cascais, publiquei o seu comentário e a sua preocupação, a minha começa pelo rebanho abandonado, - pasto tem, suponho, e água terá? - e vou enviar um alerta para que o JAB leia o que aqui deixou.
Os meus cumprimentos.
Enviar um comentário