terça-feira, 9 de janeiro de 2007

rumores...

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Em 14 de Dezembro de 2006 fui contactado via mail por um munícipe, preocupado com os rumores, publicados na imprensa, sobre a 'betonização' em larga escala da Quinta do Barão (termo poente do Concelho de Oeiras).
Questionava-me este munícipe se eu dispunha de elementos sobre o assunto, que lhe pudesse fornecer.
Da troca de mails que então encetámos chegámos à simples conclusão de que ele dispunha de muito mais do que eu, nomeadamente de recortes de imprensa, e assim eu não podia contribuir em nada para o ajudar nas suas legítimas preocupações com o destino desta importante quinta. E assim continuo. Não disponho de mais informações. Excepto o que vi acontecer hoje.




A Quinta do Barão (ver as fotografias supra; na fotografia aérea a quinta encontra-se no centro da imagem) é relevante, quer do ponto de vista histórico, patrimonial, por ter sido o último produtor, o último reduto, do afamado Vinho de Carcavelos, quer por constituir uma enorme mancha verde, um pulmão, que purifica o ar na zona envolvente, nomeadamente defendendo-a da agressão da constante poluição da Av. da República e da via N 6-7 (portagens de Carcavelos - Estrada Marginal). A Quinta do Barão confina a Norte com a Quinta do Marquês, a nascente com a Quinta das Palmeiras, a Sul com os Lombos e a poente com a Quinta das Rosas, só para citar as mais importantes. Todas estas áreas envolventes estão hoje densamente urbanizadas e carecem de espaços verdes que ajudem a despoluir e purificar o ar.

Recordo o rude golpe que esta quinta sofreu na sua integridade, aquando da construção da N 6-7, que 'partiu' a quinta ao meio, deixando fora desta, desenquadrando, a importantíssima Adega (para a qual a Câmara de Cascais tem um projecto de instalação do Museu do Vinho).

Os rumores que num passado recente se levantaram referiam que a quinta seria transformada num empreendimento imobiliário com mais de 200 fogos que incluiria uma torre de 12 andares (a implantar no local onde se encontra o palácio e uma mancha de enormes, vetustas, e certamente centenárias árvores).
Os últimos rumores, que se parecem confirmar, apontam agora para a construção dum empreendimento hoteleiro de luxo da cadeia HOTÉIS REAL, que está referenciado AQUI.



Tenho um feeling de que as fotografias que aqui em baixo trago tenham a ver com este assunto e signifiquem que alguma coisa está para acontecer:


Este helicóptero - do tipo habitualmente usado para transporte de pequenos grupos de pessoas - andou uns bons 10 ou 15 minutos a pairar lentamente por sobre a Quinta do Barão, hoje de manhã, por volta das 9,30 h., até finalmente se afastar na direcção de Tires.
Quererá isto dizer que está para breve o

"Primeiro dia do resto da tua vida"...!?


nota: Peço desculpa pela péssima qualidade das fotografias mas, com o céu muito nublado, em contra-luz e a 'correr', era difícil obter melhores resultados.

imagens: © comunicação visual 2007 CLIQUE PARA AMPLIAR
fotografia aérea: © DigitalGlobe/Google Earth 2007 CLIQUE PARA AMPLIAR
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11 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Temos tão pouco e estragamos tanto!

Já no início da década de 70 quando era aluna da Escola de Turismo de Lisboa, o meu saudoso Professor Tomaz Ribas nos falou da destruição das vinhas do 'Carcavelos' para construir os apartamentos J. Pimenta.
Estas três décadas não nos trouxeram ensinamentos e continuamos a destruir.

Um abraço, J.A.

Unknown disse...

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Cara Isabel,

É bem verdade. E não foi só o caso do J. Pimenta.
Praticamente todas as quintas de Oeiras produziam esse afamado vinho.
Por exemplo, a Quinta do Egipto, entretanto urbanizada e que se estendia desde o palácio do mesmo nome, junto aos B.V.O., para Sul, por todo aquele alto hoje cheio de moradias (e já alguns prédios).
As quintas do Marquês de Pombal também tinham as mesmas castas.
O vinho chama-se Carcavelos porque aí teve a sua origem, mas Oeiras era o seu GRANDE produtor. Hoje restam umas poucas cepas guardadas a sete chaves na Estação Agronómica, que tem essa pesada herança de salvaguardar esse património.

post scriptum: Tenho uma 'ligeira' rectificação a fazer a este post. Estou a prepará-la para a publicar assim que possível.

bjs

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Anónimo disse...

História à parte. Mas aquele helicópetro às 9h da manhã era bem capaz de estar a analisar o trânsito:-)
Cara Isabel, sou aquele_que_brada.
p.s.nice to meet you

Unknown disse...

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Caro aquele_que_brada,

Tal como eu disse no p,s., tenho uma correcção a fazer ao post. E respeita precisamente ao 'hélio'.
Não estava a ver o trânsito mas estava a fazer outra coisa...

Cumps

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Isabel Magalhães disse...

aquele_que_brada;

Gostaria imenso de lhe responder 'likewise' mas não sei quem o 'Caríssimo' é.


No 'hard feelings'! :)))

E disse...

Podia estar em holding point à espera de lhe ser dada autorização para aterrar em Tires, porque não? Ou então em treino.

Ou algo relacionado com o trânsito na marginal e portagens A5. Estar a tirar fotografias aéreas com o céu nublado acho estranho.

Fazer um reconhecimento aéreo também pode ser, já que está equipado com equipamento de câmara.

Alguém que esteja na CMO que descubra,já que se houver obra naquela área (é protegida pelo IPPAR, não é?) deve haver procedimentos especiais a aplicar.

Unknown disse...

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Caro Direct Current,

Tudo o que diz e muito mais me passou pela cabeça. Afinal fui da Força Aérea (Regimento de Caçadores Páraquedistas - uma tropa de VERDADEIROS militares e não de soldadinhos de Polichinelo a armar ao pingarelho).

Mas a verdade é outra e se o blogger não continuar a oferecer obstáculo à 'postagem' como está a acontecer agora, em breve esclarecerei o que andava a fazer o hélio. A menos que alguém se antecipe.

Abraço

post scriptum: Até agora ainda ningum acertou na resposta... :)

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Rui Freitas disse...

Caro José António,
Poderá ser pura asneira, aquilo que se me oferece dizer-lhe neste momento, pois só amanhã terei alguma confirmação ao que afirma, mas de duas uma:
Tenho alguma dúvida de que a totalidade da Quinta do Barão pertença ao Município de Oeiras;
Tenho quase a certeza de que o futuro "El Corte Inglés" (que estava previsto para os terrenos da Fundição de Oeiras), será uma das construções a erguer nesse local.
Como disse, só amanhã poderei ter mais certezas, lembrando entretanto que, infelizmente, "não há fumo sem fogo"...

Unknown disse...

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Caro Rui Freitas,

Tanto quanto sei, acho que tem razão em afirmar que a quinta não pertence toda ao concelho de Oeiras.
A parte que pertence a Oeiras é a que contém o palácio, o renque de árvores que referi e uma zona de mato que desce até à N 6-7. O resto pertence a Cascais.
Não posso afirmar com convicção, porque nestas coisas de limites de concelhos as coisas fiam fino e às vezes não são o que parecem, mas julgo que a linha separadora seja precisamente a N 6-7. A Adega está indubitavelmente no concelho de Cascais, daí que pertença a este o projecto do Museu.

Quanto ao futuro da área da quinta que pertence a Oeiras, referi o que me foi comunicado pelo munícipe (que se identificou). A página da cadeia de hotéis confirma-o, pelo menos como projecto.

Quanto ao El Corte Inglés, é uma novidade para mim. Pessoas bem informadas já me asseveraram que o mesmo não irá para a Fundição e será implantado no concelho de Cascai. Agora, onde? Não faço ideia.

Grato pelas suas achegas.

Abraço,

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Rui Freitas disse...

Caros Amigos,
O "El Corte Ingles" já não vai para a Fundição de Oeiras; disso tenho a certeza. O que me falta confirmar (mas tenho como certo a 90%) é se irá para a Quinta do Barão. Foi isso "que me chegou aos ouvidos" há alguns dias!

Unknown disse...

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Caro Rui,

Resta saber de que lado do 'muro' ficará... Oeiras ou Cascais?

Mas pelo que me é dado observar 'in loco' a área oeirense dispõe de mais espaço e é mais apetecível, até devido às vias de comunicação.

Isto contraria um pouco a ideia que me tinham passado de que o El Corte Inglés (ai... que alguém não vai dormir esta noite...) preferia o concelho de Cascais por ali ter condições mais vantajosas (desconheço quais).

Seja como for, a questão central - o futuro da Qta. do Barão - mantém-se uma incógnita para todos nós. E os rumores não indiciam nada de bom...

Abraço

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