segunda-feira, 30 de julho de 2007

As Bahamas em Algés

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Foi um Forte – Nossa Senhora da Conceição – ali à beira da Marginal, na Rua Major Afonso Palla, em Algés, depois casa apalaçada de gente fidalga de finais do século XIX, depois casino (no tempo em que era chique vir a banhos para esta zona), e depois sede de instituições e da Junta de Freguesia. No ano de 2000 as instituições e a Junta da Freguesia mudaram-se e a casa apalaçada foi ao chão, entaiparam a zona. As histórias que correram durante cerca de seis anos foram algumas: que tinham aparecido as ruínas do forte e o empreendimento fora embargado, que as ruínas seriam obrigatoriamente preservadas, que não se compreendia como, numa noite, a fachada fora destruída, que iam fazer um hotel, e até... que estava a ser difícil contactar o proprietário.

Porém, pelos finais do ano passado arrancaram umas grandes obras que dentro de 24 meses irão fazer aparecer uma volumetria de 17.189,73 m3 conforme indica uma tabuleta que informa entre outras coisas que o alvará é de Abril de 2006. Entretanto, a comercialização também já começou a ser anunciada com uma aliciante fotografia de uns apartamentos a olharem o Tejo e uma piscina entalada entre a frente dos andares e a Marginal. Depois só a linha do comboio e os terrenos do IPIMAR até ao rio.

A foto é tão aliciante que senti que as Bahamas tinham chegado a Algés e que não será necessário o incómodo de uma viagem. É só desfrutar de uma varanda sobre a piscina, ouvir o trânsito da Marginal, o barulho dos comboios, as dores de cabeça da mobilidade na linha do eléctrico. Seria mesmo necessário atravancar mais esta zona com um empreendimento desta natureza?


Maria Clotilde Moreira
ALGÉS


(texto recebido por e-mail com pedido de publicação)

2 comentários:

Unknown disse...

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Cara Maria Clotilde Moreira,

Uma grande parte dos 'boatos' que refere, tanto quanto sei, é verídica.
Fiquei sabedor deles há um ou dois anos pelas palavras dum interveniente, arqueólogo, numa conferência a que assisti, dada pelo mesmo.

O Forte existia de facto e no local que refere.
A casa apalaçada foi construída no local deste. Desconheço o grau de destruição do Forte, mas seria elevado.

O arqueólogo que refiro e cujo nome infelizmente não recordo, relatou que ia a passar no local a caminho do trabalho quando reparou na demolição da casa apalaçada. Foi ele que imediatamente contactou a autarquia e impediu o avanço da demolição.

Mas o mal estava feito e era irreparável. As belas cantarias de portas e janelas eram já entulho...

Ficou a ideia de que a demolição foi 'rápida' e 'fora de vistas', precisamente porque o responsável teria a noção da importância daquele património concelhio e de Algés.

É ainda verdade que foram encontrados restos do antigo Forte (estavam por baixo da casa apalaçada).

Quanto ao resto do que diz, nada mais sei e não posso confirmar ou negar.

Atravancar a zona ?
Aquela zona é muito apetecível para a especulação imobiliária.
Aliás, toda aquela frente até ao Dafundo, com magníficos prédios de fachadas em azulejo, infelizmente decrépitos na sua maioria, representa um maná muito apreciável.
Nada se faz para reabilitar aquela zona. Fica-nos a ideia de que 'alguém' está à espera que os prédios atinjam um grau de degradação tal que torne a demolição inevitável e liberte o espaço para novas construções.

Suspeito é que a vista de mar é um embuste...
Por enquanto existe. As novas construções irão beneficiar dela quando chegar a hora de vender. Mas depois de tudo vendido... toca a construir no espaço livre entre a linha de caminho-de-ferro e o rio. Para a qual existem já projectos.


Estou interessado em obter mais informação, quer sobre o Forte quer sobre a casa apalaçada.
Se dispuser de material sobre o assunto, referências p.ex., e não for pedir muito, agradeço-lhe que me envie.
Pode fazê-lo pelo mail do Oeiras Local.

Grato,
Cumprimentos

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Anónimo disse...

O preço do metro quadrado... o preço do metro quadrado.