Quando me inscrevi para participar da visita excelentemente guiada pelo Professor José Meco e promovida pela C.M.O. não supunha a surpresa - triste - que teria ao percorrer a pé o Centro Histórico da Vila de Oeiras, um suposto ex-libris do nosso concelho.
O actual PCMO, autarca à frente do município há vários mandatos, e sem dúvida alguém que muito fez pelo concelho - dizer o contrário é negar a evidência - não terá tido ideia, quiçá preocupação, de preservar o Património Monumental e Artístico, não terá tido, talvez, alguém ligado ao respectivo pelouro que o alertasse para essa necessidade.
O Centro Histórico da Vila de Oeiras poderia ser a nossa 'Joia da Coroa', uma 'pièce de resistence', para constar do cartão de visita da vila a par com o desenvolvimento do concelho e do 'florescente' betão.
Eu sei, eu sei, o betão é necessário, a explosão demográfica a isso obriga, as infraestruturas são um facto, o parque industrial trazido para o concelho é uma mais valia, mas poderíamos, em simultâneo, preservar o que nos foi legado.
Oeiras é um concelho rico - dizem as estatísticas - e o seu autarca um empreeendedor com capacidade para negociar cedências, e talvez, a partir daí, com os impostos de todos nós e com os mecenas do costume, se pudesse arranjar um qualquer programa de melhoria e conservação do centro histórico da vila.
Capela de Santo Amaro - Altar-Mor(pormenor)
Rua Cândido dos Reis
Rua Cândido dos Reis
Biblioteca Operária Oeirense
Alguns dos edifícios têm, pelo menos, a 'cara' lavada
Candeeiro de iluminação pública.Os candeeiros de iluminação pública de inspiração pombalina, em cor verde escura, existentes no Centro Histórico da Vila de Oeiras, foram largamente substituídos pelos incaracterísticos candeeiros da foto acima, muito provavelmente dotados de lâmpadas de baixo consumo. Estes modernos adornos lembram os aparelhos de electrocutar insectos existentes nos cafés e estabelecimentos similares, espalhados pelo país.
Deixo uma pergunta, aliás duas: Não seria possível aplicar lâmpadas economizadoras nos candeeiros tradicionais? Qual o destino dado às lanternas pombalinas iguais às que ainda se podem ver no largo da Igreja Matriz?
Fotos: Isabel Magalhães ©
(reservados os direitos)
5 comentários:
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Isabel,
Em primeiro lugar, sinceros Parabéns pelas fotos e pela reportagem.
A qual certamente pode contribuir para sensibilizar os Munícipes para a necessidade, em muitos casos URGENTE, de restaurar, reconstruir, defender e proteger, e melhorar o Centro Histórico da Vila de Oeiras, e o imenso património que este encerra, algum tão imperceptível para não-especialistas como é o próprio traçado de algumas ruas mais antigas, curvilíneas ou quebradas como é típico da Idade Média. A Rua das Alcássimas, p.ex., pela toponímia - Alcássima, Alcáçova (do Ár. alkasaba, fortaleza) - parece comprovar a presença dos árabes neste local. Na mesma rua, no interior duma residência, foi encontrado um mosaico romano.
É remota a origem da Vila de Oeiras. Já há milénios era bom viver em 'oeiras'... e sem presidente de câmara... :)
Não posso é deixar de discordar da afirmação que fazes de que "O actual PCMO, autarca à frente do município há vários mandatos, e sem dúvida alguém que muito fez pelo concelho - dizer o contrário seria negar as evidências - não terá tido ideia, quiçá preocupação, de preservar o Património Monumental e Artístico, não terá talvez tido alguém, ligado ao respectivo pelouro, que o alertasse para essa necessidade."
Em especial a parte "... não terá talvez tido alguém, ligado ao respectivo pelouro, que o alertasse para essa necessidade."
Conheço alguns historiadores e investigadores de História Local, nomeadamente o Professor José Meco, todos eles moradores em Oeiras há décadas (e alguns nascidos aqui), e todos eles ao longo destes últimos 20/30 anos têm alertado a Câmara Municipal de Oeiras, sobretudo através da Vereação da Cultura, para a necessidade de preservar o valioso património do Centro Histórico da Vila (e não só).
Mas preservar património não mete dinheiro ao bolso de ninguém, dizem as más línguas...
... e não dá visibilidade política para eleições...
bjs
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Amigo J.A.;
Entendo e aceito a tua observação. No entanto, e em relação à tal 'parte especial' e exactamente porque tenho dúvidas é que usei o condicional, assim como mencionei 'pelouro' e não entidades privadas.
E continuo a afirmar que não sei se os titulares alertaram o sr. PCMO ou não, se isso foi debatido na Assembleia Municipal ou não, porque não tenho hábito (ou disponibilidade) de frequentar as sessões da A.M.
Sou apenas uma eleitora interessada no Património Monumental e Artístico e que questiona o que vê.
Fica um abraço.
O actual PCMO fez muito pelo Concelho e fez ainda muito mais por ele próprio....dizer o contrário é negar as evidências...
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Olá Isabel,
O que não faltam são dúvidas...
Não posso ajudar porque não tenho elementos suficientes. E quem os tem parece que não passa por aqui. Ou se passa, "fecha-se em copas"...
Mas "a verdade é como o azeite", né ? Um dia vamos saber toda a verdade.
O que receio é que nessa altura seja demasiado tarde, como aconteceu já com tantos monumentos neste país.
E agora vêm com as 7 maravilhas...
bjs
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Amigo J.A.;
Ora aí está outra dúvida...
não sei se "Um dia vamos saber toda a verdade." :)
O tal abraço. ;)
I.
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