ULTIMATUM FUTURISTA
às gerações portuguesas do século XX
Eu não pertenço a nenhuma das gerações revolucionárias. Eu pertenço a uma geração construtiva.
Eu sou um poeta português que ama a sua pátria. Eu tenho a idolatria da minha profissão e peso-a. Eu resolvo com a minha existência o significado actual da palavra poeta com toda a intensidade do privilégio.
Eu tenho 22 anos fortes de saúde e de inteligência.
Eu sou o resultado consciente da minha própria experiência: a experiência do que nasceu completo e aproveitou todas as vantagens dos atavismos. A experiência e precocidade do meu organismo transbordante. A experiência daquele que tem vivido toda a instensidade de todos os instantes da sua própria vida. A experiência daquele que assistindo ao desenrolar sensacional da própria personalidade deduz a apoteóse do homem completo.
Eu sou aquele que se espanta da própria personalidade e creio-me, portanto, como português, com o direito de exigir uma pátria que me mereça. Isto quer dizer: eu sou português e quero portanto que Portugal seja a minha pátria.
Eu não tenho culpa nenhuma de ser português, mas sinto a força para não ter, como vós outros, a cobardia de deixar apodrecer a pátria. (...)
Almada Negreiros
Obras Completas
Vol.VI
Textos de Intervenção
INCM
às gerações portuguesas do século XX
Eu não pertenço a nenhuma das gerações revolucionárias. Eu pertenço a uma geração construtiva.
Eu sou um poeta português que ama a sua pátria. Eu tenho a idolatria da minha profissão e peso-a. Eu resolvo com a minha existência o significado actual da palavra poeta com toda a intensidade do privilégio.
Eu tenho 22 anos fortes de saúde e de inteligência.
Eu sou o resultado consciente da minha própria experiência: a experiência do que nasceu completo e aproveitou todas as vantagens dos atavismos. A experiência e precocidade do meu organismo transbordante. A experiência daquele que tem vivido toda a instensidade de todos os instantes da sua própria vida. A experiência daquele que assistindo ao desenrolar sensacional da própria personalidade deduz a apoteóse do homem completo.
Eu sou aquele que se espanta da própria personalidade e creio-me, portanto, como português, com o direito de exigir uma pátria que me mereça. Isto quer dizer: eu sou português e quero portanto que Portugal seja a minha pátria.
Eu não tenho culpa nenhuma de ser português, mas sinto a força para não ter, como vós outros, a cobardia de deixar apodrecer a pátria. (...)
Almada Negreiros
Obras Completas
Vol.VI
Textos de Intervenção
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