domingo, 1 de julho de 2007

um típico domingo oeirense...

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Quem, por qualquer motivo - idoso, criança, deficiente, doente ou reformado, p.ex. -, dependa de forma incontornável dos transportes públicos em Oeiras, a um domingo, em que pretenda ir dar um passeio, fazer compras no centro comercial, visitar familiares e amigos ou outra coisa qualquer, está sujeito a uma coisa como a deste post. E não se pense que é uma excepção. É a regra, o habitual. A empresa é a ScottURB.


Domingo, 17 de Junho de 2007:


16:15, Chegada ao abrigo/paragem na Av. da República (Qta. do Barão, frente ao Pingo Doce de Sassoeiros, junto ao entroncamento com a Av. D. José I).

16:50, 35 minutos de espera. Chegada da camioneta 470 (a) para a Estação de Oeiras.


16:55, 5 minutos de trajecto. Chegada à Estação de Oeiras.


17:20, 25 minutos de espera. Chegada da camioneta 471 para o Alto da Barra.


17:25
, 5 minutos de trajecto. Chegada ao Alto da Barra.



Balanço:

60 minutos de espera nas duas paragens.
10 minutos em trânsito.
70 minutos no TOTAL para percorrer um circuito urbano entre a Quinta do Marquês e o Alto da Barra com 1.809,54 m. em linha recta e com ca. 3.734,84 m. de percurso pelas ruas segundo cálculo efectuado no Google Earth.


Média:

3.201,2914285714 m/h, ou seja 3,2 Km/h.

Por curiosidade, uma pessoa saudável desloca-se a passo moderado a uma velocidade média de 5.400 m/h - 5,4 Km/h..


Preços (tarifa de bordo):

470 - 1,70 €
471 - 0,80 €

1,70 + 0,80 = 2,50 € ( 500$00 na moeda antiga )
ida/volta, 2,50 x 2 = 5,00 € ( 1.000$00 na moeda antiga )


Relação distância - tempo - preço:

3.734,84 m. - 70 minutos - 2,50 €

A título informativo e comparativo, o mesmo trajecto feito de táxi custa ca. de 4,5 € e demora ca. 10/15 minutos.


Percursos:

470: Av. D. José I, R. Dr. José Carlos Moreira, Alameda Conde de Oeiras, R. da Quinta Grande e Av. Salvador Allende, até à Estação de Oeiras (
R. Henrique de Paiva Couceiro).
471: R. Henrique de Paiva Couceiro, R. da Fundição de Oeiras, Av. Infante D. Henrique, Av. D. João I, R. Infante Santo, R. D. Filipa de Lencastre, Av. Infante D. Henrique, Av. das Descobertas e R. de Aljubarrota até ao Alto da Barra.


(a) Não tenho a certeza do número, mas é indiferente. A diferença é de cerca de 1 minuto porque algumas camionetas seguem logo directamente pela Av. da República abaixo até entrarem na Av. Salvador Allende junto ao Centro de Saúde de Oeiras, e não atravessam a Qta. das Palmeiras e Nova Oeiras.


Nota importante: São comuns intervalos de espera que chegam a atingir os 45 minutos, pelo que este caso até nem é o PIOR...


PARA QUANDO UM EFICAZ SISTEMA DE TRANSPORTES URBANOS EM OEIRAS ?

Transportes que aproximem as pessoas ao invés de as isolar cada vez mais...

imagem: © Google Earth (legendagem: comunicação visual - adicionada em Photoshop) CLIQUE PARA AMPLIAR .

7 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Amigo J.A.

Muito pertinente a pergunta. Boa a recolha de elementos para 'ilustrar' o post. (a tal qualidade a que já nos habituaste...)

Em Linda-a-Velha temos agora o "ComBus" que anda bastante vazio, por comparação com o "MOVEOEIRAS" que andava sempre cheio.

Porque será?



Um []

I.

Anónimo disse...

E agora temos também um patético comboio do carrefour a entupir o trânsito todo em Oeiras, o qual diga-se já é caótico.

Unknown disse...

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Olá Isabel,

É simples. SIMPLEX ?! Ahahah...

Se perguntarmos aos operadores eles dizem que o número de passageiros não justifica aumentar o número de carreiras, tornando-as mais frequentes.
Se perguntarmos às pessoas eles dizem que não usam as camionetas e 'ficam em casa' ou 'optam pelo táxi', precisamente porque NÃO AS HÁ...
Para bom entendedor meia palavra basta.
É preciso ser inteligente...

Claro que se houver mais camionetas, mesmo que de início haja poucos passageiros e algum prejuízo, as pessoas acabarão por perceber o aumento de carreiras e acabarão por optar por as usar, aumentando substancialmente o fluxo de passageiros e gerando lucros. Quem sabe, até talvez permitindo que os bilhetes fossem mais baixos.
A conclusão é simples: Ponham mais carreiras, com maior frequência, que vão ter muito mais passageiros e acabarão por lucrar.

O 'drama' associado a esta questão é que há uma grande maioria de pessoas (todos conhecemos muitas assim) que pelas mais diversas razões estão MESMO dependentes das camionetas. Por exemplo, pessoas que não têm carro, pessoas que nem carta têm, pessoas pobres que nem podem ter carro ou andar de táxi, pessoas deficientes, crianças, etc., etc.

São muitos aqueles para quem a utilização de automóvel, que próprio, quer táxi, está vedada.
Estes apenas têm uma alternativa: Camionetas.
E como estas são poucas e no fundo saem caro, as pessoas acabam por ficar metidas em casa, quando poderiam ir dar um passeio, ir visitar um familiar, ir até ao shopping ver as montras, ir ver uma exposição ou um espectáculo, jantar fora, ou qualquer outra coisa. Socializar. Conviver.
Assim, isolam-se cada vez mais...

Por todo o lado se aumenta a aposta em transportes urbanos, preferencialmente gratuitos e sustentados pelas autarquias (pelos impostos), que fazem percursos optimizados passando pelos pontos-chave e/ou centros históricos das localidades e com uma frequência bastante aceitável (na ordem dos 15/20 minutos).

É claro que não se pode querer a camioneta à porta de casa e que ela vá directamente para onde queremos ir... (querer, até podemos :) , mas há que ser razoável)
Agora, que Oeiras apresenta gritantes e até grosseiras falhas neste plano, lá isso é verdade.
Não tem um sistema próprio de transporte eficaz, nem os operadores AUTORIZADOS a operar no concelho o proporcionam...

E ainda me vêm falar do SATUO...

Que tal começar-se pelo mais premente ?

Bjs

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Unknown disse...

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Caro Anónimo (01 Julho, 2007 17:14)

Importa-se de esclarecer a que 'comboio' se está a referir ?

É que não vou para ali há muito tempo e, excluindo o SATUO, não estou mesmo a ver qual é...

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E disse...

Vi um comboio de atrelado (a rodas) estacionado ao pé da praça Sergio Vieira de Mello. Se calhar era esse.

Vou estar nos próximos tempos de férias em Cascais. O concelho está muito evoluído, se compararmos há cerca de 6 anos atrás. Até parece que estou num país europeu - estou, não estou, humm...?

Isabel Magalhães disse...

Esses comboios de atrelado (a rodas) existem em várias cidades e capitais europeias e 'entopem' menos que uma dúzia de veículos privados. Têm também o mérito de facilitar a vida a quem não tem transporte próprio. No caso presente deve destinar-se a transportar os cidadãos que precisam de ir ao supermercado.

Uma ideia útil e cívica. (Digo eu.)

Unknown disse...

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Olá,

Hoje tive notícias sobre o dito comboio.

Um foi visto há dias próximo do Oeiras Parque. Outro ( seria o mesmo ? ) anda a circular entre a Estação de Oeiras e a Praia da Torre.

Os munícipes que me informaram não sabem muito, mas disseram-me que é 'turístico' e 'gratuito' e que parece ser 'um teste'.

Vou tentar averiguar alguma coisa e depois darei notícias.

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