Carlos Reis**
(...) Falo aqui de incoerências linguísticas não com um sentido reprovativo (que seria absurdo), mas tão-só para notar que elas são naturais e toleráveis. No Português que hoje escrevemos (repito: no de agora, não ainda no que virá depois do Acordo!), grafo “erva”, “herbário” e “ervanário”, ou seja, avanço e recuo, em palavras da mesma família etimológica, em relação ao uso ou ao desuso do “h” inicial; e o mesmo “h” desapareceu já em “desumano” (tendo persistido em “humano”), sem ofensa da etimologia, num acto de simplificação que aceitamos sem pestanejar. Mais: no Português actual, mantemos a consoante surda em “acto”, mas já a dispensámos em “contrato” e em “aflito” (antes, “aflicto”); perdemo-la em “prático”, mas conservamo-la em “eléctrico” ou em “ecléctico”. Escrevemos “pronto” (e já não “prompto”), mas parece que alguns resistem em passar a escrever “perentório” em vez de “peremptório”, usando ainda aquele “p” (que ninguém pronuncia) bem à vista. E abundam as homografias, tratando o contexto de desfazer eventuais confusões: escrevo “gelo” (substantivo) e “gelo” (do verbo gelar), sem necessidade de acento gráfico para sabermos onde está o “e” aberto e onde está o fechado; e “consolo” (substantivo) e “consolo” (“eu consolo”, do verbo “consolar”) e “colher” (de chá ou outra) e “colher” (verbo); e “acordo” (ortográfico, pois então) e “acordo”, como verbo (por exemplo: “acordo para as vantagens do acordo ortográfico”). E há o famoso hífen: insistimos nele nas formas monossilábicas “hei-de” e “há-de”, mas não fazemos questão nele em “havia de”.
Repito: estes são exemplos de discrepâncias no Português actual, não ainda o efeito da aplicação do Acordo Ortográfico. Não percebo por que razão os detractores do dito Acordo se não escandalizem com tais coisas, mas são capazes de verberar as oscilações (em menor grau, diga-se) que ele consente. (...)
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2 comentários:
O problema é que o Brasil e a sua Sociedade Civil ( foi espelhado por todos os trajeitos dos rostos dos Srs/as nos P& Contras) considera Portugal como se fossemos CRIANÇAS DE RUA! POBRES E INDEFESOS!!
Eles sem dúvida é que para a Comunidade Internacional não passariam mais de uns Colombianos ou Uns Hugos Chaves se não fosse a sua Ligação a PORTUGAL! Isso eles sabem-no BEM! Não lhes convem é admitir enquando não lhes demonstrarmos BEM CLARO QUAL É DEFCTO O SEU DEVIDO LUGAR! E Isto deveria começar AGORA pela LÍNGUA!
Já agora o que eles querem é da exacta dimensão da solicitação de um Autocne de São MIGUEL O PORTUGUES DE PORTUGAL CONTINENTAL aproximar-se graficamente da sua Fonética de são MIGUEL! Há os Brasileiros são muitos! Pois é! Mas não foi por isso que a Suécia ou a Noruega mandaram as suas Polícias Matar criancinhas para a rua, depois daquele episódio de triste memória cuja sociedade civil Brasileira ( Inclusive a mais informada) acompanhou em apluso e em encolher de Ombros!
É pena termos editores em PORTUGAL que se desleixem e permitam a publicação de uma quantidade impensável de gentalha mediocre ( Escritores e pseudo-poetas) que estão a desempenhar o belo papel de CANGALHEIROS da língua Portuguesa. Por aí se pode ver bem o nível das criaturas! UM BOICOTE À FEIRA DO LIVRO DE LISBOA SERIA UMA EXCELENTE FORMA DE OS COLOCAR NO SÍTIO CERTO.
Vale!
PS.: Esse Senhor Tem é o estupido Auto-trauma da ( LINDA!) Pronúncia AÇORIANA!Vá ao Psiquiatra!
Eh pah! tanto erro! Não há por aí um corrector ortográfico?
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