segunda-feira, 14 de abril de 2008

À espera que acabe por cair...

Casa da Quinta da Graça, Estrada da Costa, Cruz Quebrada
Concelho de Oeiras

9 comentários:

Oeiras disse...

Já quando era miúdo e ia para ali jogar ténis me interrogava por que tinham deixado decair desta forma um casarão destes...

Deve ser mais um caso de desavença de herdeiros, como é costume. E mesmo que entreguem os imóveis às Câmaras, o que é que elas fazem com eles?

Fernando Lopes disse...

Porque estão à espera de o transformar num hotel...mesmo sem charme.

Unknown disse...

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Bom... antes hotel que nada ( ruína ).

Não conheço o edifício nem a quinta em questão, mas assim se vai demonstrando que espaços/edifícios tradicionais - e com história - não faltam no Concelho de Oeiras para a instalação de tanta coisa que nos falta - p. ex. museus, espaços lúdicos, espaços de cultura, espaços de exposição, eventos culturais múltiplos, espaços para colóquios e palestras, etc.

Enfim... o betão/habitação é que enchem os bolsos DELE...

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Isabel Magalhães disse...

A casa fica mesmo em frente ao antigo INEF, depois ISEF e agora Faculdade de Motricidade Humana. Nas últimas décadas do séc XX, pelo menos ainda durante a década de 80 faziam-se ali eventos ligados à juventude e meio estudantil, seminários, cursos de fotografia e outros. Depois o tecto ruiu, das paredes interiores algumas devem ter desabado, (pelo menos assim parece) e sobrou a ruína da foto.
A quinta tem uma particularidade, um dos muros tem a forma de navio, contanto mesmo com duas janelas redondas, uma a bombordo e outra a estibordo.

Vai uma aposta? Ali, naquele espaço de eleição, irá surgir um condomínio, ou vários, a exemplo do que já acontece do lado oposto da rua. Não sou contra o betão, - as pessoas necessitam de locais para viver - sou é contra a não ordenação do território, a excessiva volumetria e a falta de espaços verdes.

Fernando Lopes disse...

"Inda" bem que a Isabel não é contra o betão...mas é contra o resto. Ou seja, para mim ser contra o betão não é ser contra a técnica que dá às estruturas consistência. Ser contra o betão é prcisamente isso que a Isabel acabou de dizer que se resume numa palavra "ordenamento" do território a pensar no presente e no futuro (sustentável)

Isabel Magalhães disse...

Ironias à parte, 'betão' além da técnica é também a estrutura feita com essa técnica, a construção em si - e há quem seja contra toda e qualquer construção; são os fundamentalistas da vida.
O ordenamento do território a que chamei por lapso 'ordenação', não pode ser dissociado da explosão demográfica, da vinda de pequenas e médias empresas para o concelho e da necessidade de espaços habitáveis. Que se permita construir de forma desordenada e desenfreada é toda uma outra história.

Unknown disse...

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A questão é precisamente essa Isabel, apesar de haver quem não entenda o sentido das palavras.

Ser contra o 'betão' é tão ridículo como ser contra o 'tijolo', a 'argamassa' ou o 'vidro'.

Tudo participa, ou não, das técnicas de construção - como os ingredientes dum cozinhado.

O que está em questão no Concelho de Oeiras, e é nesse sentido que se usam como 'metáfora' expressões como betão e betonização, é a construção desenfreada - seja do que for, principalmente de habitação - sem ter em consideração a qualidade de vida em todas as suas dimensões e componentes.

Todos os 'canteiros' servem para construir mais um edifício...
Pouco falta para que Oeiras se pareça com uma Tóquio, Los Angeles, São Paulo, ou outra grande metrópole, de ar absolutamente irrespirável, por falta de espaço, cheia de 'buildings' por todo o lado. Mas sem espaço para viver!

Muita parra e pouca uva...

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Anónimo disse...

Todos têm razão: não se é contra a construção seja de betão ou de tijolo: estamos - quase que tenho a certeza - todos contra este disparate de habitações e escritórios quando já existem tantas casas vazias e não se investe na conservação do que existe e se aproveite para criar espaços novos espaços de "estar" Na quinta da Graça não foi lá o alojamento dos estudantes do INEF pelos anos 60??
Oeiras bem podia ser um Concelho MODELO!
Clotilde
a

Guilherme disse...

Pelo que me contaram, a casa ficou naquele estado devido a um incendio e apesar de já terem sido feitas varias tentativas para a camara municipal e/ou o estado disponibilizarem a verba necessária para a recuperação esta nunca foi disponibilizada devido a questões politas. Assim funcionam as coisas em Portugal...