CARTA ABERTA AOS MILITANTES E DELEGADOS DO PPD/PSD

Caros Companheiros,

A menos de 24 horas do início do XXXIV Congresso do nosso Partido, não poderia

deixar de manifestar a minha opinião sobre a proposta de alteração aos Estatutos

apresentada pela Comissão Política Distrital de Lisboa (AML), nomeadamente:

·         Fim da eleição directa do Presidente do PPD/PSD;

·         Método de escolha dos delegados ao Congresso.

Por mais defeitos que tenha o actual modelo de escolha de delegados – constituição de listas sujeitas a sufrágio universal, directo e secreto dos militantes – as Concelhias com maior número de militantes elegerão o maior número de delegados, não ficando “reféns” de resultados eleitorais, quando essas mesmas Concelhias são ignoradas e ultrapassadas na escolha dos candidatos à Assembleia da República, à Câmara Municipal, à Assembleia Municipal e à Assembleia de Freguesia.

Veja-se o caso de Oeiras: não dispõe de um deputado no Parlamento, ainda que seja a 2.ª maior Concelhia, ex-aequo com Vila Nova de Gaia, tendo sido a concelhia da Área Metropolitana de Lisboa (AML) com maior participação no acto eleitoral que levou à criação de uma única Secção Concelhia, realizado no dia 28 de Fevereiro de 2011.

Os proponentes vão mais longe: pretendem acabar com a eleição directa do Presidente da Comissão Política Nacional, com o regresso ao modelo de Congresso eleitoral.

Não podemos regressar ao passado.

Se os 10 anos de Cavaco Silva tiveram coisas positivas, também tivemos o reverso da medalha: um Partido amordaçado, sem debate, elitista, onde as críticas eram abafadas e desvalorizadas.

Pagamos amargamente, estamos a pagar dolorosamente os últimos 4 anos do “cavaquismo” autista, prepotente e autoritário – 1991 a 1995 – alavanca para a ascensão ao Governo de Portugal do facilitismo socialista que nos atolou no pântano, o efémero regresso ao Poder através de Durão Barroso, até à sua fuga para Bruxelas, permitindo depois que Pedro Santana Lopes, que não fugiu, que nos tentou tirar do “pântano”, fosse apunhalado pelo actual Presidente da República e por muitos de nós ou que dizem ser dos nossos.

As “Directas” devem-se a Pedro Santana Lopes. As “Directas” não podem acabar.

Se assim não fosse, se assim não continuar a ser, teremos o regresso dos congressos da mentira, em que as inerências são decisivas na escolha do líder, frustrando a vontade das bases.

Peço-lhe, caro/a Companheiro/a, que na discussão das alterações estatutárias diga NÃO à alteração do rateio dos Delegados ao Congresso, votando CONTRA;

Peço-lhe caro/a Companheiro/a, que na discussão das alterações estatutárias diga NÃO ao fim das “Directas”, defendendo a eleição do Presidente do Partido nos actuais moldes – voto directo, secreto e universal de todos os militantes do PPD/PSD Partido Social Democrata!

Viva o PPD/PSD!

Viva PORTUGAL!

Oeiras, 22 de Março de 2012.

Helder Marques de Sá

(Militante n.º 8686 - Delegado ao XXXIV Congresso)