quarta-feira, 21 de março de 2012

Falando em projectos


   Houve alturas que anunciar grandes projectos para o nosso Município de Oeiras foi o verdadeiro ópio que adormeceu muitos que se deixaram ir atrás dos arautos. Como em tudo, uns mais avisados tentaram chamar a atenção para o impacto negativo que alguns dos tais projectos, pela sua dimensão, poderiam criar no futuro. E, pelo caminho, muitas intervenções necessárias estão por realizar. 


   Lembram-se do entusiasmo do eléctrico rápido para a Falagueira? Entretanto, apareceu o SATUO que continua às moscas e que parece que só dá despesas. 


  Também a orla ribeirinha tem sido muito apetecida pelas suas potencialidades e a ambição máxima será a sua transformação numa imensa marina. Assim, diversas vezes falam em projectos de marinas para Algés e agora, com insistência, para a Cruz-Quebrada. (Não se deve esquecer até uma antiga ambição para a frente de Caxias). Claro que todos estes projectos admiravelmente apresentados em suportes cada vez mais inovadores deslumbram qualquer pessoa.


   E com estas marinas aparecem os hotéis, os blocos de escritórios e, claro, habitação de luxo que isto de ter o Tejo aos pés tem de se aproveitar. E também os projectos para a resolução da mobilidade com a linha do comboio a ser enterrada, alterações nas via existentes com nós rodoviários – uns por cima, em viadutos, outros desnivelados para o lado da Boa Viagem. Também para esta zona se andou a falar em grandes projectos incluindo até um auditório ao ar livre aproveitando o vale que ali existe. 


   Claro que muitos vêem na concretização destes projectos boas contrapartidas para o Município mas esquecem-se que também poderá acentuar a descaracterização que tem vindo a acontecer e um aumento desnecessário de betão para não referir algum endividamento. Mais que grandes obras será necessário que cada Terra se mantenha actualizada não perdendo a sua Memória e tenha um Futuro sustentável. Não se pode hipotecar o Futuro dos nossos jovens.  


Maria Clotilde Moreira / Algés


Artigo publicado no Correio do Leitor do JO de ontem.
   
     

2 comentários:

Leite Pereira disse...

Ainda se falava no passei marítimo até Algés. Quanto ao SATU dará prejuízo, prejudica seriamente todos os que ali compraram apartamentos e prejudicou os construtores que ali construiram casas e não as vendem. O dito SATu nem como elevador tem serventia pois o seu custo é superior ao de um autocarro!

Oeiras disse...

Mas a CMO ainda está a tratar de concretizar coisas como mais um passeio marítimo em Caxias e o novo edifício dos Serviços Técnicos, tudo coisas da ordem dos milhões... fora as verbas que vão ter que ser dadas aos construtores das parcerias público-privadas... Moita Flores que se cuide, isto em 2013 e daí para a frente vai ser bonito, vai...