JN 00h30m
1 - Há estatísticas que melhor seria que não existissem. Não servem para mais do que incomodar quem, como os governos, já tem de lidar com tantas chatices. Não falo das estatísticas que estão agora na moda, como a do desemprego que sobe, a do PIB que diminui, ou a da inflação que congela. Essas não são um problema do Governo nacional, são um problema mundial.
As estatísticas de que falo são aquelas que só aparecem de vez em quando e que servem para nos recordar a medida do nosso atraso e da nossa miséria relativamente aos outros. Como a que foi conhecida esta semana, e que dá conta do facto de uma em cinco crianças portuguesas ser pobre. Pior ainda, que cerca de 40% passam por dificuldades económicas. Números que reflectem uma realidade anterior a esta crise profunda que vivemos.
O que este tipo de estatística nos diz é que somos piores do que os outros também na forma como cuidamos das nossas crianças. Nós enquanto Estado, entenda-se, porque ninguém pode ser responsabilizado por ser pobre e não poder garantir às suas crianças tudo aquilo a que elas deveriam ter direito.
A análise da Fundação Europeia para a Ciência deu-se, aliás, ao trabalho de medir o efeito das medidas de combate à pobreza entre as crianças. E concluiu que, sem esses apoios, em Portugal teríamos 26% e não 21% de crianças pobres. Não comecem já a festejar o nosso modelo social. Só para citar o melhor exemplo, a Noruega teria quase 30% das suas crianças dentro de um patamar de pobreza, não fosse a sua política de intervenção social ser um pouco mais eficaz do que a nossa. E com isso consegue reduzir o problema para um patamar inferior aos 10%.
2 - A derrota nas eleições europeias continua a fazer mossa no Partido Socialista. Uma das consequências do resultado foi que Manuel dos Santos não conseguiu ser reeleito. Sendo que este era o eurodeputado a que tinha direito o aparelho socialista do Porto.
Não tardaram as reacções de solidariedade ou as recriminações pelo facto de ter sido atribuído ao PS Porto um lugar de risco. Mas isso seria o menos. O problema é que o aparelho - essa estranha instituição partidária - teve a brilhante ideia de imaginar uma solução que permitiria repor o equilíbrio. Ainda por cima, a personagem estava à mão de semear.
Quem senão Elisa Ferreira para resolver o problema? Desistia de Bruxelas, agora que já foi eleita, e concentrava--se na Câmara Municipal do Porto. Com uma cajadada matavam-se dois coelhos: acabava-se de vez com o falatório sobre o empenho de Elisa Ferreira e recolocava-se Manuel dos Santos no lugar que pelos vistos é seu por direito.
Na verdade, tudo isto serviu apenas para voltar a colocar areia na engrenagem da candidata socialista à Autarquia. Que foi novamente obrigada a reafirmar que ficará em Bruxelas, mas apenas o tempo suficiente para conquistar a Câmara do Porto. Para que não restassem dúvidas, disse Elisa Ferreira que até está para chegar um camião TIR com a mobília. Se o frete é de ida e volta é questão que fica para decidir em Outubro.
1 - Há estatísticas que melhor seria que não existissem. Não servem para mais do que incomodar quem, como os governos, já tem de lidar com tantas chatices. Não falo das estatísticas que estão agora na moda, como a do desemprego que sobe, a do PIB que diminui, ou a da inflação que congela. Essas não são um problema do Governo nacional, são um problema mundial.
As estatísticas de que falo são aquelas que só aparecem de vez em quando e que servem para nos recordar a medida do nosso atraso e da nossa miséria relativamente aos outros. Como a que foi conhecida esta semana, e que dá conta do facto de uma em cinco crianças portuguesas ser pobre. Pior ainda, que cerca de 40% passam por dificuldades económicas. Números que reflectem uma realidade anterior a esta crise profunda que vivemos.
O que este tipo de estatística nos diz é que somos piores do que os outros também na forma como cuidamos das nossas crianças. Nós enquanto Estado, entenda-se, porque ninguém pode ser responsabilizado por ser pobre e não poder garantir às suas crianças tudo aquilo a que elas deveriam ter direito.
A análise da Fundação Europeia para a Ciência deu-se, aliás, ao trabalho de medir o efeito das medidas de combate à pobreza entre as crianças. E concluiu que, sem esses apoios, em Portugal teríamos 26% e não 21% de crianças pobres. Não comecem já a festejar o nosso modelo social. Só para citar o melhor exemplo, a Noruega teria quase 30% das suas crianças dentro de um patamar de pobreza, não fosse a sua política de intervenção social ser um pouco mais eficaz do que a nossa. E com isso consegue reduzir o problema para um patamar inferior aos 10%.
2 - A derrota nas eleições europeias continua a fazer mossa no Partido Socialista. Uma das consequências do resultado foi que Manuel dos Santos não conseguiu ser reeleito. Sendo que este era o eurodeputado a que tinha direito o aparelho socialista do Porto.
Não tardaram as reacções de solidariedade ou as recriminações pelo facto de ter sido atribuído ao PS Porto um lugar de risco. Mas isso seria o menos. O problema é que o aparelho - essa estranha instituição partidária - teve a brilhante ideia de imaginar uma solução que permitiria repor o equilíbrio. Ainda por cima, a personagem estava à mão de semear.
Quem senão Elisa Ferreira para resolver o problema? Desistia de Bruxelas, agora que já foi eleita, e concentrava--se na Câmara Municipal do Porto. Com uma cajadada matavam-se dois coelhos: acabava-se de vez com o falatório sobre o empenho de Elisa Ferreira e recolocava-se Manuel dos Santos no lugar que pelos vistos é seu por direito.
Na verdade, tudo isto serviu apenas para voltar a colocar areia na engrenagem da candidata socialista à Autarquia. Que foi novamente obrigada a reafirmar que ficará em Bruxelas, mas apenas o tempo suficiente para conquistar a Câmara do Porto. Para que não restassem dúvidas, disse Elisa Ferreira que até está para chegar um camião TIR com a mobília. Se o frete é de ida e volta é questão que fica para decidir em Outubro.
1 comentário:
É o esplendor do regime xuxialista, os maiores na pobreza. Tem sido o dever de Sousa conseguir essa proeza.
Somos pobretes e alegretes.
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