CUSTOS DO PIONEIRISMO
O concelho de Oeiras serviu de balão de ensaio a algumas práticas inovadoras da administração municipal, nas últimas décadas. O dinamismo da acção e a vontade de progresso alcandoraram o território a um patamar elevado de qualidade. Verificou-se, rapidamente, uma ruptura com o recente passado de dependência e estagnação (ou, mesmo, definhamento) e a entrada num autodeterminado avanço sustentado, de progressão célere. E a nova realidade daí resultante passou a servir de modelo.
Uma das iniciativas pioneiras foi a criação do SATUO (Sistema Automático de Transporte Urbano de Oeiras). Pretendia-se dotar os novos pólos empresariais – Lagoas Park e Tagus Park – de um seguro e rápido meio de transporte não-poluente de ligação ao litoral. E para tal a autarquia constituiu uma parceria com a empresa Teixeira Duarte, promotora do Lagoas Park. Ambas as entidades tinham interesse na execução deste projecto: a câmara repartiria os custos da planeada ligação perpendicular litoral/interior e a Teixeira Duarte valorizaria assim o seu empreendimento, dotando-o de acesso directo.
Obra para ser desenvolvida em três fases, não ultrapassou ainda a primeira, entre Paço de Arcos e o Oeiras Parque. E, talvez por não corresponder ao projectado, tem dado prejuízo. A sua diminuta utilização pela população é notória. Não nos surpreende que o exercício de 2008 tenha dado cerca de três milhões de euros de prejuízo!
A Teixeira Duarte, segundo condições contratuais, ficaria responsável pelos custos da construção das duas primeiras fases. Mas, agora, o prejuízo já deve ser de exploração, o que poderá supor que também seja suportado pela autarquia (na proporção do capital - 51%). A continuar assim o negócio será ruinoso.
Dada a fraca adesão a este transporte e a acumulação de prejuízos, a Teixeira Duarte parece estar desinteressada do processo. A salvação do projecto está em a câmara assumir, sozinha, a sua conclusão, desde que compensada financeiramente pela parceira. E a autarquia já deu sinais de querer prosseguir, mesmo só.
As duas fases em falta implicarão um investimento de cerca de 30 milhões de euros que, assim, terão de sair do erário municipal.
É tempo de ponderar se se está em condições de despender tão elevado montante e se a ligação ao Tagus Park será rendível.
Neste momento, temos dúvidas e tememos que se possa vir a parir um “elefante branco”…
O concelho de Oeiras serviu de balão de ensaio a algumas práticas inovadoras da administração municipal, nas últimas décadas. O dinamismo da acção e a vontade de progresso alcandoraram o território a um patamar elevado de qualidade. Verificou-se, rapidamente, uma ruptura com o recente passado de dependência e estagnação (ou, mesmo, definhamento) e a entrada num autodeterminado avanço sustentado, de progressão célere. E a nova realidade daí resultante passou a servir de modelo.
Uma das iniciativas pioneiras foi a criação do SATUO (Sistema Automático de Transporte Urbano de Oeiras). Pretendia-se dotar os novos pólos empresariais – Lagoas Park e Tagus Park – de um seguro e rápido meio de transporte não-poluente de ligação ao litoral. E para tal a autarquia constituiu uma parceria com a empresa Teixeira Duarte, promotora do Lagoas Park. Ambas as entidades tinham interesse na execução deste projecto: a câmara repartiria os custos da planeada ligação perpendicular litoral/interior e a Teixeira Duarte valorizaria assim o seu empreendimento, dotando-o de acesso directo.
Obra para ser desenvolvida em três fases, não ultrapassou ainda a primeira, entre Paço de Arcos e o Oeiras Parque. E, talvez por não corresponder ao projectado, tem dado prejuízo. A sua diminuta utilização pela população é notória. Não nos surpreende que o exercício de 2008 tenha dado cerca de três milhões de euros de prejuízo!
A Teixeira Duarte, segundo condições contratuais, ficaria responsável pelos custos da construção das duas primeiras fases. Mas, agora, o prejuízo já deve ser de exploração, o que poderá supor que também seja suportado pela autarquia (na proporção do capital - 51%). A continuar assim o negócio será ruinoso.
Dada a fraca adesão a este transporte e a acumulação de prejuízos, a Teixeira Duarte parece estar desinteressada do processo. A salvação do projecto está em a câmara assumir, sozinha, a sua conclusão, desde que compensada financeiramente pela parceira. E a autarquia já deu sinais de querer prosseguir, mesmo só.
As duas fases em falta implicarão um investimento de cerca de 30 milhões de euros que, assim, terão de sair do erário municipal.
É tempo de ponderar se se está em condições de despender tão elevado montante e se a ligação ao Tagus Park será rendível.
Neste momento, temos dúvidas e tememos que se possa vir a parir um “elefante branco”…
Jorge Miranda
jorge.o.miranda@gmail.com
jorge.o.miranda@gmail.com
O 'Oeiras Local' agradece ao Autor e ao 'Jornal da Costa do Sol' a cedência do artigo e ao 'Boletim Municipal Oeiras Actual' o uso da foto.
2 comentários:
Não podia deixar de estar mais de acordo com o último parágrafo do artigo.
Eu gostaria de focar os três últimos parágrafos:
"As duas fases em falta implicarão um investimento de cerca de 30 milhões de euros que, assim, terão de sair do erário municipal.
É tempo de ponderar se se está em condições de despender tão elevado montante e se a ligação ao Tagus Park será rendível.
Neste momento, temos dúvidas e tememos que se possa vir a parir um “elefante branco”…"
Quanto ao último parágrafo, o 'elefante branco' já lá está. Trata-se, apenas, de saber se vão continuar a alimentá-lo...
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