sexta-feira, 26 de junho de 2009

A não responsabilização dos Partidos


Foram muitos os Partidos que se apresentaram às eleições europeias e alguns deles estão preparando campanha para as próximas eleições. E até há alguns números significativos de votantes que os vão alimentando. Mas talvez fosse interessante que os eleitores conhecessem bem até que ponto é que os partidos cumprem os deveres subsequentes.

Assim, partidos com discursos inflamados e líderes de renome não têm militantes disponíveis para integrar as quotas de membros das mesas de votação, nem nomeiam delegados. Alguns nem aparecem nas reuniões preparatórias das eleições, mas depois sabem receber as subvenções por serem “partido” e aparecem nas listas.

Acontece muitas vezes que para se obviar esta falta de elementos, o número de eleitores por mesa de votação é excessivo, ou para conseguirem abrir as urnas a tempo e horas se tem de solicitar aos cumpridores que “transformem” os seus delegados em membros de mesa de votação.

E, depois, até tem acontecido que membros desses partidos que conseguem ser eleitos para órgãos autárquicos mantêm-se calados nas reuniões ou perguntam a outros partidos o que vai acontecer.

Não seria de exigir e até penalizar todos aqueles partidos que não cumprem todas as obrigações? E os votantes não deveriam informar-se e conhecer quais são os partidos que seriamente estão cumprindo? Claro que se houver seriedade acaba uma parte do folclore de qualquer um fundar um partido como quem lidera uma tertúlia do café do bairro.

Maria Clotilde Moreira / Algés


[Artigo publicado hoje no 'Público' - Correio dos Leitores]

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