quinta-feira, 18 de junho de 2009

Toxicoindependente? Ná!

...E saíu da sala de video-conferência, algures na Suiça, nervosíssimo com a acusação do MP e acendeu um charrito para se acalmar.
Este MP só me dá vontade de rir. Nem aos presentes assusta quanto mais aos ausentes...
Agora vai ser um cabo das tormentas para entregar a notificação ao homem...
Para rir.
Gostei no entanto das palavras da Dona Casimira. O marido nunca fumou um charro ou meteu uma linhazita que fosse. Claro que não. E a depressão deve ter sido durante um programa de metadona...
Aqui na prisa, vejo muitos a ressacar e deprimidos durante este tipo de programas. Deprimidos com 900 mil na conta (600 são do tio...), conheço poucos... mesmo a ver o sol aos quadradinhos.
Ou então as escutas efectuadas à conversa entre tio e sobrinho induziram o MP em erro. Imaginem o seguinte diálogo:
Tio:
- Ó Leo, vê lá agora se me f... o papel todo em chocolate. Sabes que aí na Suiça é chocolate por todo o lado. Não caias em tentações!
Sobrinho:
- Ó tio Tino, era só o que me faltava. Então eu lá fazia uma coisa dessas? Eu já não me meto nisso. Tenho ali umas plantinhas numa estufa, mas é só para matar saudades dos tempos da minha horta aí em Portugal e a ver se me passa esta maldita depressão. O tio sabe que a minha Casimira a lavar cabeças ganha bem como o c..., tira quase 50 mil por ano, como nós quase não comemos porque estamos a poupar para uma casinha de férias fora da Europa, está a ver, já temos quase 300 mil.
Tio:
- 300 mil!!?... Hum... e onde queres investir nessa casa de férias?
Sobrinho:
- Estava a pensar em Cabo Verde.
Tio:
- F...! Mete-te já no avião e vem falar comigo, tenho aqui uma coisa muito em conta em Cabo Verde. E com os meus conhecimentos ainda te faço a casa de borla. Ou quase. Bom logo se vê. Vem já para cá.
Sobrinho:
- Mas ó tio Tino, agora tenho um processo-crime por falsas declarações. E se vou preso?
Tio:
- Preso? só por isso? - Ó Leo, há quanto tempo saiste de Portugal? Hum... tu andas a meter-te naquilo outra vez?
Sobrinho:
- Ó tio Tino, um dia não são dias...

Texto: "Afonso de Melo e Cunha" - Imagem: "Tiazoca de Oeiras"


4 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Hilariante!

:D

Jorge Pinheiro disse...

Por acaso não percebo bem o que isto tem a ver com o julgamento. Prejúrio? Está tudo tonto... Para avaliar o carácter do rapaz não havia necessidade!

meninaidalina disse...

Expresso da linha, a questão é simples:
Isaltino refere que o sobrinho juntou aquele dinheiro porque é muito poupado . Ele e a mulher.

O Tribunal deseja provar que o dinheiro é do tio e provém de muitas actividades ilicitas já reconhecidas:fuga ao fisco, ficar com sobras das campanhas etc.

Ora, pelo facto de as escutas telefónicas efectuadas foi percebido que o sobrinho tinha tido/têm consumos de drogas. Que se saiba a droga não se vende em supermercados e não tem saldos . Ser ou não toxicodependente é relevante para o tipo de vida que se faz, gastos e comportamentos.

Mais, em tribunal quando se mente, estamos a cometer perjúrio dado que se falta ao juramento de dizer sempre a verdade.

A questão fundamental é como o sobrinho "poupou" e andou a movimentar 900 mil euros depositados na UBS. Teria ele capacidade para poupar os valores em causa. Daí a relevância da questão .

E já agora, como se avalia o caracter do rapaz sem se perceber o seu percurso de vida ?

Isso foi o que o Isaltino disse à saida do Tribunal , sabia?

Anónimo disse...

Mas a escuta demonstra que o guito era do Helvético......