Opinião
Dias Gomes
Dias Gomes
O cartel gasolineiro
Tenho curiosidade em saber o porquê de a gasolina custar muito menos do que em Portugal em todos os países da Europa Comunitária, sendo a moeda similar à nossa. Para esta asserção não há argumentos que destruam esta minha questão. Não deveríamos de pagar tanto como os espanhóis e demais cidadãos europeus? Obviamente que sim. Não se entende porque é que o Governo permite a bandalheira actual com 15 aumentos desde o princípio do ano.
O exemplo do que se passa aqui ao lado, em Espanha, não me sai da cabeça. Como é isto possível? Eu tenho de viver num país onde tudo é pior para os seus nacionais do que nos outros países? Expliquem-me se são capazes. Temos os ordenados mais baixos da Europa, mas os impostos mais altos. Temos as casas mais caras e de má qualidade, pois ainda novas ficam com humidade, fissuras, e não sei mais o quê. Temos o ensino degradado e escolas que se podem adjectivar de espeluncas. Desfrutamos de estradas perigosas, com perfil difícil. Vendem-nos automóveis a preços exorbitantes e com dupla tributação o que não acontece em qualquer outro sítio europeu. Aplicam-nos portagens extremamente caras e em estradas que nem servem para carros de bois.
Enfim a lista de infelicidades dos portugueses é infinda. Porque não nos corrigimos? Não temos a qualidade de vida de um espanhol, um francês, um inglês, um finlandês um norueguês. Ninguém nos defende. O governo que elegemos está-se marimbando para os nossos queixumes. E nós continuamos a aguentar. Até quando? Um dia a paciência pode esgotar-se e pode nascer uma ETA à portuguesa.
Já esteve mais longe. Não brinquem com o fogo onde todos nos poderemos queimar.
Quem governa o país tem de intervir rapidamente. Penalizar o cartel da gasolina. Investigar as gasolineiras. A gasolina se é mais barata em Espanha porque não pode ter o mesmo preço em Portugal? Não se admite que tenha aumentado tantas vezes. Estamos a brincar e a colocar a mão no bolso dos portugueses despudoradamente. Quem está a lucrar com esta roubalheira? O governo tem de investigar. E já, se não qualquer dia nem dinheiro temos para o mais básico.
Por exemplo, o Governo que prescinda dos 60% que leva de imposto num litro de gasolina.
Porque não se juntam os portugueses num movimento único, como onda avassaladora e que varra Portugal de Norte a Sul e de este para oeste e paremos todos os veículos e deixemos que as gasolineiras bebam a gasolina? Se afoguem nela e se envenenem juntamente com os produtores e exportadores? Façam isso e vejam se o Governo não actua e não baixa os preços. A continuarmos assim, passivos, letárgicos, uns bananas, ninguém nos leva a sério. Nós, os portugueses somos a essência da nossa economia. Sem nós ela estagna. O PIB fracassa e todas as contas do Governo, dos Bancos, dos Seguros, estiola.
Somos um povo sofrido, com 48 anos virado de costas para a evolução e que agora, depois da alvorada salvadora (?) do 25 de Abril de 1974, continua a sofrer. Aumentam os preços como e quando lhes apetece. Por que raio há-de ser assim?
2 comentários:
Caros circundantes,
A problemática do aumento dos preços dos combustíveis não se resolve com a velha e gasta ladainha do costume empregue por este tal de Dias Gomes, que mais não sabe do que lamentar o coitadinho do povo português, sofrido, martirizado e bla bla bla; Senhor Gomes deixe-se de choraminguisses e gestos covardes e aponte soluções.
Em Portugal a generalidade povo é vitima constante dos poderes instalados, contra os quais nada pode fazer; neste caso falamos das gasolineiras, com a bandidagem da GALP à cabeça (monopólio da refinação em Portugal); secundada pelo Estado (PS e PSD - que variam na troca de poleiro) que a cada aumento do preço base do combustível aumenta também perversamente o imposto sobre o mesmo. Cada cidadão tem na sua mão a possibilidade de contrariar esta pouca vergonha; de facto se os cidadãos deixarem de frequentar os postos de abastecimento monopolistas, se acelerarem menos, se andarem mais a pé (não é só na Marginal sem carros) e de transportes públicos, se racionalizarem os seus percursos (acordando mais cedo por exemplo, para não estarem parados no trânsito), reconverterem os veículos ao GPL entre muitos outros exemplos então, a razão e a fonte do problema é em muito suprida e atenuada e o efeito será um grave problema financeiro para as gasolineiras e para o Estado que saqueia o bolso do contribuinte honesto.
Acresce a tudo isto uma razão imperiosa a respeito da qual não tenho ouvido uma palavra: Mei ambiente. Estes aumentos são uma ajuda fundamental para a qualidade do ar que respiramos e para a natureza, já que as partículas em suspensão e outros poluentes tornam-se em menor quantidade com um menor consumo dos carburantes. Isto de se falar de poluição não deve ser só quando uma vez por ano se lavam as consciências de mei ambiente. Nestes momentos devemos ter a seriedade de constatar que estes aumentos em certa medida são até muito positivos e bem vindos.
A título pessoal estou contra os aumentos apenas porque eles têm origem numa acção concertada e monopolista, a par da delapidação que por arrasto é feita ao bolso do contribuinte honesto. Se assim não fosse diria mesmo que esta escalada seria muito bem vinda, até porque, e como sabeis, sou um cidadão eco.
Uma ressalva também para um outro aspecto que poderia muito bem ter evitado todo este cenário, e, aqui dirijo-me sobretudo aos mais esquerdistas - pseudo-liberais. Quando Bush invadiu o Iraque acusavam-no de ir lá pelo petróleo, pois bem, hoje a América tem petróleo e são a primeira economia do mundo. Se os tivéssemos acompanhado como aliás deveríamos ter feito, hoje teríamos recursos que hoje não temos e ao mesmo tempo estaríamos a ajudar um povo martirizado a construir o seu país em liberdade e democracia. Pena que a coragem e a visão não acompanhe muitos e seja atributo de poucos.
António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade
PS, Sei de fonte segura que os funcionários da CMO abastecem ilegalmente de gasóleo comprado pela autarquia a expensas do contribuinte. Uma pouca vergonha.
Em tempos idos as grandes revoluções e mudanças faziam-se porque havia fome (a revolução francesa começou com o aumento do preço do pão); hoje a acontecerem é porque o preço dos carburantes aumenta. Um mundo mais verde?.. Todos temos as nossas utopias.
António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade
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