quinta-feira, 29 de maio de 2008

PONTOS DE VISTA





REEDIÇÃO DESEJÁVEL


Há obras que o tempo não desgasta. Os anos passam, as realidades transformam-se, mas a sua leitura é sempre desejável, aprazível e oportuna. Faz-nos mergulhar nas malhas do passado, nas teias das recordações, e estabelecer nexos com o presente. Ajuda-nos a compreender o curso do território e das mentalidades e a situarmo-nos no espaço. São obras que proporcionam um meritório esclarecimento e fornecem referências que alimentam a identidade. Elas próprias constituem uma referência.
Sem dúvida, podemos enquadrar nesta situação a obra de Branca de Gonta Colaço e Maria Archer Memórias da Linha de Cascais.
Editada no distante ano de 1943 pela Parceria António Maria Pereira, em breve se esgotaria. E a sua procura animou o mercado livreiro-alfarrabista. Até que, há cerca de meia dúzia de anos, numa apreciável iniciativa conjunta (julgamos que inédita neste âmbito), as câmaras de Cascais e Oeiras decidiram proceder à sua reedição fac-similada. O êxito foi total. Rapidamente, de novo, se esgotou. E a procura continua.
Não só por constituir um garantido sucesso editorial mas, sobretudo, por contribuir, cívica e pedagogicamente, para a assunção do sentimento de pertença a esta região, julgamos que já tarda a sua nova reedição, nos moldes da parceria já ensaiada. E, aproveitando a embalagem, outras iniciativas editoriais, com interesse para os dois concelhos, se deveriam empreender, como a dos opúsculos da autoria de D. José Coutinho de Lencastre sobre o veraneio no nosso litoral, na segunda metade do século XIX, como, aliás, tivemos oportunidade de sugerir aquando da apresentação da segunda edição das Memórias da Linha de Cascais.
Haja, pois, vontade política. Leitores interessados não faltam.


O Oeiras Local agradece ao autor e ao Jornal da Costa do Sol a cedência do artigo.
Foto: Oeiras Actual

4 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Há muito que procuro, mesmo usado desde que em bom estado, o livro
"Memórias da Linha de Cascais". Já cheguei a andar pelos alfarrabistas... sem sucesso.

Obrigada pelo alerta, pode ser que me permita comprar o almejado exemplar. :)

Anónimo disse...

Eu tenho um exemplar da edição da C M O que devorei (mas deixei todas as folhas intactas). Também tenho andado à procura para comprar outro pois como tenho dois netos era um para cada um. Vivo na Linha desde 1942/43 e a família da minha sogra era e ainda lá está em Cascais.
Clotilde

Unknown disse...

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Há anos que procuro pelas "Memórias..."
Há mais de 20 anos, desde o tempo em que a minha mulher estava na faculdade e eu a ajudava com os trabalhos, num dos quais essa foi precisamente uma das obras necessárias, e assim tomei contacto com ela pela primeira vez.

Depois de a conhecer, decidi que era uma obra fundamental na minha pequena 'biblioteca' doméstica.
Até hoje, todos os esforços para a encontrar, mesmo em 2.ª mão, foram infrutíferos.

Oxalá o apelo do Jorge Miranda ecoe até aos pavilhões auriculares de quem de direito, e finalmente eu tenha a possibilidade de adquirir a obra.

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Rui Freitas disse...

Caros Amigos,
Junto à vossa a minha voz, no apelo a mais uma reedição dessa magnífica obra... que nunca cheguei a ler, apesar de ma terem deixado "folheá-la" há alguns anos.