Espiga – Pão; Malmequer – Ouro e prata; Papoila – Amor e vida; Oliveira – Azeite e paz; Videira – Vinho e alegria; Alecrim – Saúde e força.
Infelizmente já não consegui, como há algum tempo atrás, "roubar" umas espigas e com as papoilas, o ramo de oliveiras e outras flores campestres compor ramo tradicional. Os campos de Oeiras deixaram de ser cultivados... é o progresso. E não tínhamos nós (ainda teremos?) os melhores barros (designação vulgar na toponímia cadastral do nosso Concelho).
Mas hoje também é dia de espiga. O texto em baixo está num blog (de um jovem a quem agradecemos), que por acaso encontrei na net, e que faz uma síntese do essencial sobre este dia fundamental nas culturas agrárias que julgávamos ultrapassadas até à recente crise dos cereais. É curioso observar que esta festividade ancestral (cristianizada) assume matizes próprios de cada região e localidade onde é celebrada.
«O Dia da espiga ou Quinta-feira da espiga é celebrado no dia da Quinta-feira da Ascensão com um passeio matinal, em que se colhe espigas de vários cereais, flores campestres e raminhos de oliveira para formar um ramo, a que se chama de espiga. Segundo a tradição o ramo deve ser colocado por detrás da porta de entrada, e só deve ser substituído por um novo no dia da espiga do ano seguinte. As várias plantas que compõem a espiga têm um valor simbólico profano e um valor religioso. Crê-se que esta celebração tenha origem nas antigas tradições pagãs e esteja ligada à tradição dos Maios e das Maias.
O dia da espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque havia uma hora, o meio-dia, em que em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam". Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios.»
O dia da espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque havia uma hora, o meio-dia, em que em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam". Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios.»
3 comentários:
Coincidência! Hoje, no meu passeio matinal com os cães vi umas papoilas no campo e lembrei-me do Dia da espiga. Não por saber ser hoje mas por saber ser em Maio. Criança citadina que fui lembro-me de a minha avó comprar o 'ramo da espiga' na Praça. A esse ramo juntava um pedaço de pão que, curiosamente, nunca ganhava bolor até ao ano seguinte.
Na minha zona já não há campos de trigo mas as oliveiras não faltam no concelho. O presidente Isaltino Morais 'importou' uma quantidade considerável que mandou plantar em vários locais. Aqui mesmo onde habito há, num canteiro, uma oliveira transplantada que já atingiu um dimensão considerável. E até dá azeitonas! :)
Pois também eu quase esquecia a festividade, não fora alguém lembrar-me. Por isso me lembrei de postar...agora que já voltei a ter o anti-virus instalado.
A propósito das oliveiras...que pena a ideia não se estender aos cereais. Não, não é maluquice. Há cidades que o fazem, para não falar nas hortas urbanas (o DN e a TV falaram nisso esta semana). É certo que as grandes extensões cerealíferas do passado já não voltam, mas aquilo que se fizesse alimentava a fauna que frequentava o território do Concelho (perdizes, aves de rapina, rolas, entre outra passarada).
Há muitos anos - cerca de 50 - desde o Bairro dos Corações até Oeiras eram campos do Canas cheios de cereais; onde hoje é a biblioteca e os SMAS, sabiam? Parece que o Canas foi depois para o Alentejo e começaram a nascer prédios. A vista para o mar deve ser de pessoas e não de espigas de cereais.
Clotilde
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