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Apoiei a justa independência de Angola - assim como de todas as ex-colónias portuguesas.
Apoiei a entrega do poder ao MPLA do dr. AGOSTINHO NETO, digno representante dos anseios do povo angolano.
Apoiei o progresso e o programa de desenvolvimento da democracia angolana.
NUNCA apoiei, nem apoio, a corrupção, o compadrio, a oligarquia que se apropriou do poder em Angola. Sinal da herança cultural deixada pelos portugueses?! Afinal, é lá como cá. Bastaria trocarmos os nomes para pensarmos estar em Portugal...
Para reflectir.
recebido via email:
"Aos
Directores dos jornais Semanário Angolense e A Capital
Prezados,
Por achar pertinente a abordagem, faço chegar as minhas considerações, enquanto cidadã atenta, sobre o conteúdo de um comunicado com a assinatura da deputada Tchizé dos Santos, veiculado na edição 292 do Semanário Angolense.
Queiram publicá-las, caso seja do vosso interesse.
Atentamente,
Cláudia Francisco
Luanda, 03 de Dezembro de 2008
"Como militante do MPLA, sinceramente, não me lembro de ter ouvido falar, previamente, do desempenho ou da
militância de Tchizé. Essa vertente era-me, completamente, desconhecida."
E se Tchizé não fosse filha do Presidente da República?
Muitos militantes do MPLA espantaram-se ao ver o nome de Tchizé dos Santos na lista de candidatos a deputados do
partido. Também fui assolada pelo espanto. Pensei logo que havia, no seio daquela formação política, outras tantas
pessoas cuja militância era mais visível e o nível de intervenção pública muito mais profícuo que o da personalidade em causa. As preferências, julgava eu, recairiam para essas pessoas, quando chegasse a hora da escolha dos representantes do povo, conforme os critérios do MPLA. Mas não foi.
A opção recaiu, entre outros tantos repescados sabe-se lá como e onde, para uma jovem de quem nunca ouvi, sequer, uma declaração, por mais curta que fosse, em nome do partido. Tinha ouvido, de facto, o nome dela. Ouvi-o mais por ser filha do Presidente da República, por estar ligada ao glamour, ao jet set e, claro, pelo seu deslumbrante casamento.
Como militante do MPLA, sinceramente, não me lembro de ter ouvido falar, previamente, do desempenho ou da militância
de Tchizé. Essa vertente era-me, completamente, desconhecida.
Muito antes disso, já tinha experimentado uma outra sensação de surpresa quando soube que Tchizé e o seu irmão Zedú foram bafejados - assim mesmo - pela sorte de uma qualquer fada madrinha, ao lhes ser passado para gestão, dizem, o segundo canal da Televisão Pública de Angola (TPA).
Foi mesmo assim: sem concurso público, sem nada. De dia para noite, os angolanos foram informados sobre uma negociação que transferiu, para uma empresa privada, a gestão de uma empresa pública ou, pelo menos, de parte dela.
Desta vez o meu espanto é, ainda, maior. Nas páginas do Semanário Angolense li um comunicado rubricado pela ilustre deputada. Uma raridade. Já li comunicados atribuídos à mesma pessoa na Internet. Na imprensa, quanto mais privada, posso ter lido, até, um ou outro. Mas essa também não é, ainda, a razão do meu espanto.
Fiquei boquiaberta ao ler, no texto da página 42 da edição 292 do Semanário Angolense [consulte: www. semanario-angolense. com], a palavra ética bem timbrada no comunicado de Tchizé. Li e reli o texto. Não haviam dúvidas, a palavra aí estava: ética.
Defende, a deputada, que a sua intervenção no Parlamento, a respeito da sangria de quadros que esteve à porta da Televisão Pública de Angola (TPA), foi movida por um sentido de ética e de cidadania também. Disse Tchizé dos Santos no aludido documento que apenas propôs, na sessão parlamentar em que interveio, que «o Estado defendesse os seus interesses e o dos seus cidadãos, aquando da atribuição de licenças de Comunicação Social».
Engraçado. Sobretudo porque não me lembro ter ouvido, de Tchizé, aquando da mudança relâmpago da gestão do canal
2 da TPA, uma referência por mais mínima que fosse à ética. Nem mesmo a ouvi falar de ética aquando do surgimento, inesperado, do seu nome na lista de candidatos a deputados pelo MPLA.
Concluo, portanto, que há uma condição suficientemente forte para permitir que a jovem Tchizé caminhe, ao mesmo tempo, em ambos os sentidos de uma mesma faixa de rodagem.. Ao mesmo tempo que anda em contramão em relação à ética, lá
está ela a defender, ferrenhamente, o seu sentido ético.
Alguém consegue compreender? Nem eu. Por isso, dizia, entendo que há uma força que permite à Tchizé fazer tudo isso e mais alguma coisa.
E essa força, essa condição que a coloca, digamos, numa posição de super-poderosa é o facto de ser filha do Presidente da República.
Em países onde se respeita a ética, isso tem um nome: tráfico de influências. Mas logo me desperto e percebo que estou em Angola, onde a cartilha de ética parece bem diferente da que é usada noutras latitudes.
Lembrei-me, por ocasião de tudo isso, de um artigo de Mia Couto inicialmente publicado no Semanário Savana, em Moçambique, reproduzido pelo Novo Jornal e pelo Folha 8, em Angola, e, rapidamente, difundido pelos diferentes blogues de língua portuguesa na Internet. «E se Obama fosse africano?», questionava o texto daquele bem-sucedido escritor moçambicano, a respeito da eleição (as nossas presidenciais estarão a caminho?) do novo Presidente dos EUA.
Para o caso da deputada Tchizé dos Santos eu, inspirada em Mia Couto, inverto a pergunta: e se ela não fosse filha do Presidente da República?
1 - Se Tchizé não fosse filha de quem é viveria, se calhar, na Vila da Mata ou num outro bairro suburbano qualquer, sem electricidade, nem água corrente.
Teria de madrugar todos os dias para ir à escola, andar, a pé, uma longa distância até à primeira paragem de táxi. Viajaria apertada, feita lata de sardinha, numa viatura para 12 pessoas, mas lotada com 24.
Teria de enfrentar, nestas condições, um pesado congestionamento de trânsito até chegar, enfim, à escola, exausta para receber a notícia de que não haveriam aulas.
Motivo: os professores estariam, então, em greve. Estudaria, assim, nestas condições, aula sim, aula não até concluir o ensino médio, no Instituto Médio de Economia de Luanda, quem sabe, cursando jornalismo.
2 - Se não fosse filha de quem é e quisesse abrir uma publicação, teria de enfrentar a burocracia no Ministério da Comunicação Social.
Andaria de cima para baixo em busca de uma licença e ficaria, ali, de mão estendida a espera de publicidades que seriam facilitadas conforme a conveniência política.
E quando abrisse, finalmente, a publicação, teria de enfrentar interrogatórios na Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC). Só com muita sorte não iria para a cadeia.
Mesmo assim, seria impossibilitada de efectuar a cobertura de actividades oficiais como as reuniões do Conselho de Ministros ou as deslocações de governantes ou mesmo do próprio Presidente da República.
3 - Ficaria frustrada quando o Presidente do seu próprio país se referisse a jornais, feitos na base de muito sacrifício, como meros pasquins e não entenderia a razão de tanta perseguição a jornalistas num país que se diz democrático.
Não entenderia os preços absurdos praticados pelas gráficas, tão pouco a falta de incentivos a pequenos empresários da comunicação social privada que são, no entanto, grandes empregadores.
Tentaria, até, abrir uma revista do género Caras, mas as barreiras aduaneiras inviabilizariam a respectiva impressão no país, ao menos que se predispusesse a ignorar, simplesmente, a periodicidade com a qual se firmou um acordo com os leitores.
4 - Passaria por tudo isso e por muito mais, claro, se com o esforço de uma mãe quitandeira conseguisse entrar na escola, fazer o curso de jornalismo e evitar o destino triste de muitas filhas de gente anónima que não têm alternativa senão entregarem-se ao subemprego no Roque Santeiro ou, quem sabe, deixarem-se levar por uma sorte bem pior que esta.
Felizmente, para ela sobretudo, Tchizé dos Santos é filha de quem é.
Tem, à partida, uma vantagem em relação aos demais cidadãos que não puderam usufruir de tudo o que ela beneficiou e beneficia pela condição social do seu pai.
Mas nem isso lhe dá o direito de espezinhar do jornalista vítima de um sistema mal concebido, altamente responsável pelas debilidades apresentadas por quem não teve a oportunidade de rumar para o estrangeiro e fazer uma formação de melhor qualidade, ou do coitado do empresário da comunicação social travestido de corredor de obstáculos, na tentativa de saltar
sobre todas as barreiras que lhe são impostas por um Estado que, longe de defender os interesses do povo, está mais para satisfazer os apetites de uma minoria abastada.
É isso que precisa de mudar neste país, e gostaria, enquanto angolana, de contar com a influência, «com a dedicação ao povo e à juventude» tão propaladas pela senhora deputada.
Será que posso?
FIM"
imagem - Google
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25 comentários:
O que é que isto tem que ver com o Concelho de Oeiras???
António Manuel Bento
PS e PSD fazem rasgados elogios a José Eduardo dos Santos
As direcções do PS e do PSD apoiam abertamente a linha de actuação política de José Eduardo dos Santos, embora ambos tenham correntes minoritárias críticas (caso de João Soares entre os socialistas).
Só o Bloco de Esquerda se mostra abertamente contra o poder político angolano, bem como contra o grupo de «negociantes» em Portugal que tem relações com esse mesmo poder de Luanda.
Os corruptos apoiam os corruptos.
VOTA B.E.!
vota BE vota XPTO vota onde quiseres vota em quem quiseres ou vota branco...
mas NÃO VOTES EM SÓCRATES!
Eles fazem rasgados elogios "aos dinheiros e lucros" que obtem em negócios pouco transparentes. Olhem e vejam como o José Eduardo dos Santos e a sua família , começa a controlar muito dos negócios portugueses .
Alerto só para o negócio da CGD com a Sonengol.
E já agora ... Isaltino não está em visita de "estudo " a Angola ?
HUM !
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Anunciação,
"... E já agora ... Isaltino não está em visita de "estudo " a Angola ?"
Estará aí a resposta a quem acha que o post nada tem a ver com Oeiras !!!??? ;)
Fora, é claro, as centenas de angolanos e descendents que vivem no concelho de Oeiras e que... VOTAM!
Abraço
.
J;
E mesmo que no artigo não houvesse qualquer ligação a Oeiras está escrito na barra lateral do blog:
"Um ponto de encontro.
Um espaço de cultura.
Um local onde falamos do concelho de Oeiras, de Portugal e do Mundo."
E, ainda que nada constasse, os colaboradores têm livre arbítrio...
Concretamente, o que esse pretenso comentador não consegue escamotear é o profundo ressabiamento de não lhe permitirem gerir e ingerir no Oeiras Local. Depois de quase três anos de tentativas várias ainda não entendeu... Enfim!
[]
I.
Senhora Isabel Magalhães,
Não precisava de ser deselegante com um simples e inofensivo cidadão que não quer mal a ninguém... Não pretendo gerir nem ingerir este espaço, pretendo apenas contribuir de modo positivo para o mesmo, com opiniões e conselhos que nunca são demais e não fazem mal a ninguém. Não vou alimentar polémicas, apenas acho que se faz por vezes deste espaço um "telejornal" quando para esse fim existem os "telejornais", este blog serve ou devia servir para tratar mais os assuntos de Oeiras e menos para propaganda politica e insultos aos orgãos de suberania.
Abtónio Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade.
Caro José António,
Assim já estou mais esclarecido e percebo a pertinência do assunto. Porém uma referência a esse pormenor na noticia faria toda a diferença.
Isaltino e Emanuel (com certeza que este também foi) em Angola a fazer escola com quem de facto percebe como ninguém os mecanismos da corrupção e afins.
António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade
Já agora informo, esse cidadão que gosta de dar conselhos a quem nunca lhos pediu, que o Presidente vitalício de Angola,(não eleito) está 3ª f de visita a Portugal.
Ah! e já agora, se o OL na sua opinião é um "telejornal" e os outros mimos que lhe dedica .... porque carga de água é que continua a frequentar o pedaço.
O homem largue o OL. Vá comentar para o site do Partido Socialista, que aí pode sempre dar conselhos... Basta dizer que gosta muito do Socas que é igual ao seu amado Salazar .
EhEhEh ! ainda lhe tiram a reforma mais o complemento para idosos que recebe ..... LOL.
Caro anónimo de cima,
Faz uma referência a José Eduardo dos Santos, no entanto, a reacção de intransigência e a indignação que demonstra no seu post à simples opinião que expressei não diferem muito das reacções totalitaristas que esse mesmo regime expressa a quem discorda daquela “democracia”.
Enquanto este for um espaço livre, todos, sem excepção, têm o direito de dar as suas opiniões! Afinal é para isso que serve o Oeiras Local. Também não deve parecer mal a ninguém ouvir uma opinião mais critica sobre o funcionamento do blog.
Quem mais critica os outros é quem menos tolera a critica... curioso.
António Manual Bento, um cidadão ao serviço da comunidade
O «detrito bento» é como o Frei Tomás. Bater no Sócas não se pode mas andar sempre a insultar o presidente da câmara e o vereador do PS da câmara já se pode.
Vota B.E.!
Outra coisa, ele é contra os telejornais, critica o blogue mas quer ser «teleponto».
Grande cromo.
Vota B.E.
Um texto muito interessante e cheio de coragem desta Claudia Francisco, já que em Angola quem diz estas coisas corre riscos fisicos reais.
Concordo com o que diz o Bento, muitos blogs mais parecem agências lusas do que outra coisa qq
Subscrevo um leitor que questiona o facto de deixarem este AMBento encher o blogue com parvoeiras e ingerências. O v/ blog teria muito a lucrar sem estes espaços perdidos com as intervenções da dita criatura.
Infelizmente para certos e determinados individuos o Oeiras Local é um espaço democrático.
É um espaço democrático e ainda bem, pese embora o desconforto de se ter de “levar com as incongruências, duplo padrão e tantos etc. que não vale a pena mencionar, do "Detrito Bento o Lixo da Comunidade". É o preço que pagamos pela liberdade.
Em dias de Sol, votamos o detrito ao desprezo, nem lhe respondemos. Em dias que os remédios e comprimidos não fizeram efeito e o comentário ultrapassa a civilidade, o administrador do blog, apaga-os...
Em dias de bom-humor gozamos todos com o cromo, e ainda damos uma valente gargalhada.
É um pobre de espírito, o único problema é que vota . Ainda não está interditado LOL
Estas tias não têm mesmo remédio, quem não toma chá com elas está feito!
BE diz que Presidente de Angola «não é bem-vindo» em Portugal
O Bloco de Esquerda anunciou hoje que não vai estar presente na cerimónia de terça-feira no Parlamento com o Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, «face às divergências com o Governo angolano».
Questionado pela Lusa, o gabinete de imprensa dos bloquistas afirmou que o partido não se vai fazer representar no encontro de Eduardo dos Santos com o Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, e os partidos com assento parlamentar por estar em desacordo com o Governo angolano «no que diz respeito aos direitos humanos, à liberdade de imprensa e à própria concepção de democracia».
Questionado pela Lusa sobre a visita do presidente angolano, o BE já tinha manifestado fortes críticas, com o deputado Fernando Rosas a considerar que José Eduardo dos Santos «não é bem-vindo a Portugal», acusando-o de comandar «um regime oligárquico, assente na corrupção e com chocantes desigualdades sociais».
Apesar das recentes eleições presidenciais, o historiador bloquista considerou que, «infelizmente, a democracia em Angola está por realizar».
«O Estado Português deve ter relações com Angola, mas não pode desconhecer o que se passa neste país, nem muito menos aproveitar-se dele, assumindo uma visão exclusivamente pragmática com ausência de valores», declarou ainda Fernando Rosas.
Guerra e paz, amor e ódio: esta é a minha conclusão a respeito destas senhoras que tanto criticam António Bento, elas não passam sem ele. Com tantos textos interessantes neste blog para comentar as senhoras perdem-se a criticar o pobre homem enchendo a caixa de comentários que já marca 20 posts para gáudio da assistência! Na minha opinião as senhoras deste blog deviam também repensar se as respostas que lhe dão são as mais correctas. Acho que não. Acho até que são geralmente bastante incorrectas.
Beijos fofos
«Com tantos textos interessantes neste blog para comentar»
e o anónimo das 23:10 justo escolhe comentar este. Porque será? Falta de capacidade para mais? Recado encomendado? Ambos?
Para o leitor do B.E.
Seja bem-vindo!
Nesta questão da visita do presidente de Angola não posso estar mais de acordo consigo.
Bom dia, O Lopes;
Na "mouche"!
Há uns quantos anónimos que nunca comentam qq um dos muitos textos publicados, no entanto, de quando em quando, brindam-nos com este tipo de comentário "para gáudio da assistência!" sic
Também dirijo as boas vindas ao leitor que se identifica como "Bloco de esquerda".
Espero que continue por cá.
[]
IM
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