Há uma frase de esperança que a Câmara de Lisboa está a difundir: Obra a Obra Lisboa Melhora. E Lisboa lá vai tentando corrigir a politica de degradação que, durante anos, foi “autorizada” nos imóveis da nossa Capital.
Aqui na minha Freguesia a frase é outra: Em Algés os prédios caiem pelos pés.
Estas fotos são uma amostra. Ninguém obriga ninguém a manter o património aliás como é uso um pouco por todo o País. Depois porque as rendas são baixas - depois porque os proprietários estão descapitalizados – depois porque há a expectativa de se construir mais alto, estender pelos quintais e ganhar umas “pipas de massa” - depois… e assim se vai descaracterizando as nossas memórias.
Como ninguém vigia a propriedade horizontal e muitos prédios não têm uma administração minimamente organizada não tardará muito que os imóveis mais novos comecem também a apodrecer.
Mas não tem importância: o Alto de Algés está cheio de casas à espera…
Mas não tem importância: o Alto de Algés está cheio de casas à espera…
[Fotos: Maria Clotilde Moreira]
12 comentários:
Clotilde;
A acrescentar há ainda a parte que respeita aos contentores do lixo. Aqui na minha freguesia, (Linda-a-Velha) está escrito nos contentores iguais aos da foto que o lixo só deve ser depositado depois das 19 horas mas ninguém cumpre e ninguém faz cumprir a lei. Depois é o que se vê...
Clotilde : bem observado. Requalificação urbana não é intervenção considerada adequada pela CMO . Outros valores mais altos se levantam.
A verdade tem que ser dita. Em Paço de Arcos, na zona histórica, a CMO acaba de fazer instalar um cartaz (daqueles que ocupam toda a fachada)que faz propaganda da política de recuperação de casas para jovens. Agora não é uma andorinha que faz a Primavera.
As imagens que a Clotilde aqui coloca são bem elucidativas.
Estado (Governo) e autarquias têm que fazer muito mais para impedir a descaracterização da urbes ao deixarem morrer as casas de reconhecido valor.
Muito bom trabalho Clotilde
Falta de requalificação urbana é uma das falhas da CMO. No centro histórico de Oeiras o aspecto não é melhor do que este que nos é mostrado no artigo.
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Cara Clotilde,
Excelente alerta, como sempre.
Contudo, "Aqui na minha Freguesia..." ?!
Acho que o 'cancro' se estende a todas as freguesias do nosso concelho, infelizmente.
Até no Centro Histórico de Oeiras, como pode ser constatado por quem por lá passar, diversos prédios estão em absoluta ruína e risco de colapsar de um momento para o outro.
Talvez à espera para depois...
Abraço
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A política seguida pela autarquia de Oeiras nos últimos 23 anos, tem sido a de desmotivar os proprietários dos imóveis, até à exaustão.
O mal é que antes, não havia política de requalificação urbana, o resultado é aquilo que se vê em todo o concelho, construir + construir e desistir para mandar demolir.
Desde há mais de 50 anos, que não se faz requalifi9cação urbana no concelho de Oeiras, o estado de conservação dos núcleos históricos, é o mesmo de sempre, sem nada feito.
Olá amiga. É caso para dizer: Oeiras, quem te viu e quem te vê. Conheci esse recanto a partir da década de 60, há anos que não vou a Oeiras, mas pelo que vejo náo perdi muito, se exceptuarmos as pessoas. Passei para desejar uma boa Páscoa.
Clotilde;
Permita-me responder ao leitor Eduardo Santos.
Caro leitor;
Estas são fotos de prédios degradados - que os há em todas as freguesias do concelho de Oeiras. No entanto, Oeiras não é 'apenas' isto; há imensos bairros novos, de muito boa qualidade, com zonas verdes bem cuidadas e polos como, por exemplo, o 'Tagusparque', 'Lagoasparque' e outros.
Também foi construído um Porto de Recreio, um Passeio Marítimo e muito mais...
Feliz fim de Páscoa para si também.
D. Isabel Magalhães,
O que diz é verdade, mas também é verdade que toda a população nativa deste concelho, e que aqui vive desde antes do 25 de Abril de 1974, continua a viver na miséria, tal como os seus pais e avós, em lugares sem as mínimas condições, que estão bem retratados nas fotos que referem neste artigo.
Esta verdade não pode ser esquecida.
Desde o 25 de Abril de 1974 que nada foi feito, para dar condições de vida a essas populações, e mais grave, os jovens nascidos (antes) e desde então continuam a não ter condições para se fixarem neste concelho, nas Nossas freguesias, a maioria tem de imigrar para outros lugares.
Habitação em Oeiras, de facto, só para quem dinheiro ou é amigo do Isaltino e vota nele.
O povo de cá, não tem direito a nada!
Sr. Pedro Paço de Arcos,
Obrigada pelo apoio mas não posso concordar com o Sr. totalmente. Ainda há muitos "nativos" do Municipio que conseguem fazer toda a sua vida aqui. Mas, com a mobilidade de toda a zona lisboeta, uns encontram aqui emprego ou casa e outros movimentam-se à procura de melhores condições noutros sítios.
Mas há muito a fazer no nosso Municipio para que seja Bom viver entre Lisboa e Cascais.
Clotilde
D. Clotilde,
Com todo o respeito que a seu comentário me merece, permita-me que diga, ele é absolutamente redutor e muito parcial, desconhecedor aliás de outras realidades do Nosso concelho (e até de toda a região de Lisboa, profundamente explorada e colonizada).
Eu fiz alusão, não há liberdade de movimentação e de opção dos cidadãos (esse é um direito deles), eu referi as sucessivas gerações de nativos da minha terra (Oeiras), que nunca tiveram opções. Os pais e avós, que não tiveram oportunidade de reabilitar a casa legado pelos outros tios e avós, os jovens, incluindo os meus filhos e netos que estão reféns de inadequadas políticas de desenvolvimento, impedidos de requalificar todo esse património que as suas fotos aludem, porque aqui se promoveram durante 23 infindáveis anos, políticas tem por fim a exploração e a criação de novas oportunidades, para quem chega (e não para quem aqui sempre permaneceu e viveu).
Com apreço
D. Clotilde,
Não diga "nativos", mas com dignidade, porque são gente de bem, são NATIVOS, tão portugueses como os outros que vieram de fora do concelho de Oeiras e aqui se radicaram.
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