terça-feira, 28 de abril de 2009

A desumanização dos pequenos nadas


Está a alastrar a moda de não se usar “por favor” e “obrigada”. Também entidades oficiais deixaram de usar “Sra. Dona” na correspondência. Somos incomodados via telefónica por jovens formatados em autênticos autómatos e se alguns de nós não desligamos logo é porque sabemos que estão a ganhar a vida. Por outro lado, quando ligamos para uma empresa ou serviço público ficamos pendurados até acabarem as instruções das máquinas que nos respondem, em total desrespeito pela pessoa que está do outro lado.

Somos incomodados por vizinhos que deixam os cães a ladrar dia e noite, fazem todo o tipo de barulho, atiram com portas, gritam nas escadas e põem a música ou as televisões muito alto mostrando um défice de educação. As ruas estão inundadas com estacionamento em curvas, em cima dos passeios, em ruas sem saída e as autoridades não interferem até no sentido de prevenir a mobilidade em caso de acidente.

A escola deixou de ser um local de respeito não se exigindo que os alunos respeitem os professores e até há alunos e encarregados de educação que batem nos professores sem que lhes aconteça nada.

Esta é uma pequena lista da desumanização das relações entre pessoas. Ninguém liga aos pequenos nadas, ninguém está obrigado a respeitar o semelhante. Dizem que isto é o espelho das nossas autoridades. Para quando a obrigatoriedade de sermos bem educados e os prevaricadores serem realmente chamados à atenção e até punidos pelo seu comportamento?


(Este artigo foi publicado hoje no Público nas Cartas ao Director)

2 comentários:

Anónimo disse...

Este artigo é de doidos. Diz um eminente jurista, creio que alemão, que mal seria de qualquer sociedade no dia em que a falta de educação constituísse ilícito...

Quanto aos operadores de call center, esses eu varro-os em dois tempos, dizendo-lhes desde logo para não gastarem o tempo deles nem o meu.

E Sra.D. é um anacronismo. Exmo.Sr. parece-me ser bem mais correcto.

Isabel Magalhães disse...

Clotilde;

Subscrevo.