segunda-feira, 28 de maio de 2007

FRENTE RIBEIRINHA DE ALGÉS

O texto que se segue foi recebido por e.mail com pedido de publicação na coluna principal. Sendo a administração do Oeiras Local desconhecedora da veracidade dos factos lembra que a informação nele constante é da responsabilidade do respectivo autor.


FRENTE RIBEIRINHA DE ALGÉS
ESPAÇO DE LAZER SOBRE UM ATENTADO ECOLÓGICO -
1ª PARTE.

Foi há vinte cinco anos sensivelmente que largas dezenas de camiões começaram a descarregar toneladas de terras e entulho ao lado da praia de Algés, dando inicio à construção de um aterro que entrou Rio Tejo adentro e se prolongou até ao Dafundo. Durante três anos as descargas foram constantes. Uma nuvem de pó permaneceu insistentemente sobre aquela zona ribeirinha, afectando milhares de cidadãos.
Para os mais novos - que por certo não sabem - este aterro tinha por finalidade servir de base à edificação do WTC (world trade center) português num projecto que prometia arranha céus em fartura naquela zona tão singela e de habitat tão delicado. Felizmente por bons augúrios o projecto foi chumbado mas, como é normal em Portugal, o mal estava feito, a tentativa de facto consumado deixou vastos hectares de terra nova, tirando por outro lado o direito dos pescadores em fazer a sua faina, banhistas usufruírem do lazer e aniquilando a fauna e a flora que ali prosperavam - para os ecológicos: não venham dizer que é o nível do mar que sobe...
Durante uns bons vinte anos este espaço esteve abandonado, entregue aos matagais, aos drogados e à prostituição. A delinquência encontrou um campo aberto, no sentido objectivo do termo, para pôr em prática os seus vis actos.
À noite, em altas horas, dezenas de carros estacionavam no aterro, após recolherem mulheres mais "levianas" ali na zona da Av das Descobertas, ou junto ao estádio do Belenenses que também por lá paravam e também que ali as havia, em grande número, em Pedrouços, bem junto ao antigo cinema Restelo. O circuito tinha como ponto alto o aterro de Oeiras onde no interior das viaturas a pouca vergonha tinha lugar, bem em cima de milhões de contos - moeda antiga - espoliados aos contribuintes honestos pagadores de seus impostos.
Este tema foi sempre negligenciado pela Câmara Municipal de Oeiras. Este aterro é um atentado ambiental levado a cabo pela CMO.
Não querendo tomar mais tempo ao estimado leitor, pois que continuo o tema daqui por uns dias com novas informações, datadas da história recente.


António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade."

10 comentários:

antonio manuel bento disse...

À Administração do Oeiras Local,
Um pequeno apêndice em forma de nota:

Julgo que seria escusado questionar em subtítulo a veracidade das verdades evidentes que descrevo em artigo de opinião. Porém creio dispor em arquivo fotográfico de um bom lote de fotografias tiradas aquando da construção do aterro de Oeiras.
Não deixo porém de solicitar ao caro ilustre José António, figura sem par na análise da História do nosso estimado Concelho de Oeiras, que nos ilustre, com um pouco da sua sabedoria e conhecimento, um pouco mais a respeito do Aterro de Oeiras.

António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade.

Anónimo disse...

Mas que sapiência de artigo!
Os meus parabens ao Oeiras Local por tão bom trabalho que tem realizado

Horácio Resende

Unknown disse...

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Sr. Bento,

Em primeiro lugar e quanto ao seu 'raspanete' à Administração por causa da nota introdutória ao seu artigo, devo recordar-lhe que o blog é nosso - Administração - e que as colaborações no mesmo estão sujeitas às normas 'cá de casa'.
Quem não gostar tem por aí muitos blogs onde escrever. E quem não encontrar nenhum pode sempre escrever no jornal da paróquia.

Em segundo lugar, agradeço os seus encómios - que acho imerecidos - e deixe-me esclarecer que não sou HISTORIADOR.

Sou DESIGNER GRÁFICO e ILUSTRADOR e TRABALHO todos os dias.

NÃO tenho nem tempo nem competência para fazer a história de aterro nenhum. E mesmo que tivesse ainda seria necessário que me APETECESSE... Não me apetece !

Além de que o sr. Bento parece-me saber MUITO sobre esse aterro.
Até sabe dos delinquentes, dos toxicodependentes, dos carros e das prostitutas e sabe mesmo em que ruas é que andavam (andam ?) ao 'ataque' !!
Confesso-lhe que esta é matéria - delinquência, toxicodependência e prostituição - em que o sr. Bento me leva larga e evidente vantagem no saber, como bem se depreende do seu texto. Aproveite os seus créditos !

Cumprimentos

.

TONE disse...

...o0(bem me parecia que me ia divertir)

:O

Anónimo disse...

Portugueses,
Caro Sr. José António,

Fico desde já satisfeito pela enorme lembrança que o nosso comentador de blog, Sr. António Manuel Bento nos trouxe... o aterro de Oeiras!!!
Sim, realmente não era conhecedor de todo o "historial" do mesmo, mas confesso que já me tinham contado alguns detalhes relativos ao referido e estes coincidem com a história agora relatada pelo Sr. António Manuel Bento e aqui, sem quaisquer dúvidas, tenho de concordar com o nosso comentador...
VERGONHA, não para Oeiras, também para Oeiras mas VERGONHA nacional!!!
Como é possível que se deixem realizar este tipo de acções, a céu aberto e sem fiscalização apropriada?? Por favor...
Relativamente ao facto do Sr. José António afirmar que "... confesso-lhe que esta é matéria - delinquência, toxicodependência e prostituição", sendo que o Sr. Comentador leva vantagem relativamente ao Sr. Administrador... NÃO ACREDITO!!
Infelizmente estes temas, actuais, todos eles, fazem parte do quotidiano de Oeiras... e somos todos obrigados a "conviver" com estas chagas sociais... temos de ter compreensão.

Cumprimentos,

Silvério

Anónimo disse...

Portugueses,

Pelo presente, e dado que a veracidade dos factos foi questionada, após vários contactos e depois de confirmar parte dos mesmos (não me refiro propriamente aos relatos de índole sexual...), pelo presente comentário garanto aos leitores que este aterro de Oeiras foi na realidade efectuado no decorrer da década de oitenta e teve como base uma pretensão urbanística, com forte componente política, entretanto abandonada (adiada?). Penso que este é um tema que deverá ser explorado e até reportado à data, pois os interesses continuam...

Silvério

Unknown disse...

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"Cada um sabe de si e Deus sabe de todos..." (A.A.)

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antonio manuel bento disse...

Caro Silvério,

Certamente que esclarecido após a troca de correio por internet em meu mail que passo a citar: amanuelbento@sapo.pt onde pôde ser esclarecido, através do chamado “levantar da ponta do véu” do que será o próximo desenvolvimento em abordagem referente ao Aterro de Oeiras.

António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade.

antonio manuel bento disse...

Caro José António e outros circunstantes,

Quero também desde já informar os leitores e colaboradores de que encontrei as fotografias - aéreas - do Aterro de Oeiras em processo de construção. São imagens muito interessantes e que certamente o caro José António irá achar de interesse de nível concelhio. Amanhã já, ou depois - conforme disponibilidade - irei procurar uma casa de fotografias para me fazerem o processo de as meter no meu computador.

António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade.

oeiras local disse...

« Questionar » não é sinónimo de « desconhecer » mas se dúvidas houver há um Dicionário da Língua Portuguesa no banner do blogue.