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Há dias andava eu por aqui a organizar fotografias antigas do meu arquivo, como de costume, porque é boa ideia deixar as coisas minimamente organizadas para os vindouros que possam vir a tirar partido delas, quando me deparei com duas que de imediato me despertaram uma especial atenção.
Lembraram-me um outra fotografia que tirei há algum tempo, pouco, e por curiosidade decidi compará-las no sentido de confirmar aquilo que eu já suspeitava.
As primeiras são duas fotografias a preto e branco, de 1986, do interior da Galilé de entrada do Palácio do Egipto.
Nestas, é possível ver como naquela época, apesar de alguns sinais de desmazelo e do que viria a acontecer, a degradação nos painéis de azulejo ainda não atingira aquilo que podemos constatar na fotografia a cores, mais recente, de 29 Julho 2006.
Apresento-as aqui para que possam fazer a comparação:
Uma coisa salta logo à vista e não é preciso usar óculos. O painel de azulejos que se encontra à direita do banco foi completamente delapidado. E pelo aspecto, não se tratou da simples queda de azulejos por descolamento provocado pela humidade... Vê-se claramente na regularidade que se tratou de um acto deliberado, intencional, de alguém que arrancou e roubou - sim, roubou! - os azulejos, quase o painel todo na sua parte central, para certamente (sabemos que acontece) os vender no mercado negro.
Nota: Vêem-se tantos destes azulejos setecentistas azuis e brancos à venda pelas feiras de velharias e antiquários.
Já agora, e para matar saudades, ficam aqui mais algumas fotografias do Palácio do Egipto também tiradas em 1986, que desencantei no 'fundo do baú'. São 21 anos mais atrás. Uma memória que vai desaparecer dentro em pouco, da qual apenas nos restarão registos como estes (que guardo religiosamente, coisa que aconselho vivamente todos a fazerem às velhas fotos que possam ter encafuadas no sotão):
fotografias: © josé antónio / comunicação visual e Júlio Batista - CLIQUE PARA AMPLIAR
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6 comentários:
J.A.;
Obrigada pela partilha. Do conteúdo e do tempo dedicado ao post. E ao blog.
O património descurado, negligenciado, abandonado, não devidamente protegido, deixa-me um misto de revolta e de tristeza.
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I.
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Isabel,
Nada a agradecer.
Oeiras e os Munícipes merecem.
É urgente preservar a memória.
Além de que sabes o gozo que me dá fazer estes trabalhos.
E tenho cá mais uns quantos, em projecto uns e em preparação outros.
Assim eu consiga ter tempo para avançar com eles !
O que se vai arranjando desde que eu não tenha que desperdiçar tempo com outras coisas, algumas bem comesinhas que aqui se passam e conheces.
Só para levantar uma pontinha do véu:
Estou a preparar uma peça sobre o Gomes Freire de Andrade e outra com fotografias antigas de Oeiras, que tenho que procurar e digitalizar, talvez com colação com outras recentes dos mesmos locais.
Há algumas coisas bem curiosas.
Lembras-te do Inatel quando ainda era Motel Continental e não havia passeio marítimo ? Ou das escarpas na praia da Torre sem a piscina oceânica e o porto de recreio ? :)
Bjs,
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J.A.;
Claro que me lembro muito bem; vivo no concelho desde o fim da década de sessenta.
Novos posts sobre património - Estou expectante. Venham eles. Os nossos leitores merecem. Salvo umas raras excepções que não são honrosas.
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Caro José António,
Parabéns por mais este sapiente trabalho de estudo e pela partilha do seu conhecimento e saber com Oeiras e suas gentes.
António Manuel Bento, um cidadão ao serviço da comunidade
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sr. Bento,
Grato pelos parabéns.
Todos sabem que esta é uma área que gosto de 'explorar', a da divulgação do Património Histórico, Cultural e Humano de Oeiras.
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Sou o pai do Joao Maria Rebelo de Andrade e tambem me chamo Joao rebelo de Andrade, descendente directo do Sr que fez o palacio e a igreja matriz.Só soube da existencia ha 23 anos quando fui morara para santo amaro e onde o meu pai me contou a historia.
ainda bem que foi recuperado , tambem estava a cair aos bocados, mais uma obra da camara parabens
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