sábado, 30 de agosto de 2008

COISAS DE ALGÉS XVII


A PRAÇA DE TOUROS
Uma História, lembranças e fantasia


Nos fins do século XIX foi construída a Praça de Touros de Algés, pelo clube Tauromáquico e as touradas tinham uma fama espantosa. Muitos foram os artistas de renome incluindo Manuel Casimiro conforme se lê nas Memórias da Linha de Cascais.

Quando comecei a ter atenção a esta Terra, a Praça estava velha e abandonada e, já não sei quando, foi deitada abaixo. Mas lembro-me de se falar que iam fazer um grande, grande prédio coisa para mais de vinte andares. Logo muitos mostravam estranheza que isso fosse possível pois, diziam que a ribeira que por ali passava tal não permitia. E dissertavam sobre leitos de cheia, fundações, ribeiras tapadas indevidamente. Eles falavam e eu ia ouvindo e aprendendo.

Outros rematavam que dado o avanço da engenharia tudo era possível e o dono de tal terreno era quem mandava naquilo que era seu. Depois do 25 de Abril, lembro que alguns estavam contentes pois já havia outro projecto só para 17 andares; entretanto foi estacionamento e depois fizeram um passeio à volta, deram nome à rotunda. Mais tarde as conversas confirmavam o perigo da implantação de um prédio em cima da ribeira e começou a falar-se, também, do viaduto, da ligação por cima da linha do comboio e que o tal terreno estava desvalorizado. E o viaduto foi feito.

Ultimamente lá esteve o terreno abandonado, cheio de carros e lixo com uma rede à volta. Parece que tentaram levar o dono a dar-lhe um ar mais aprazível dado tratar-se de uma entrada não só de Algés, mas de todo o Município. Até parece que foi redigido um “protocolo” pela Câmara: mas nada, o abandono continuou.

Porém, parece que já encontraram uma solução: não entrando no terreno que é particular, mas na linha periférica envolvente que é área pública, foi colocada uma rede metálica que irá ser rematada com “muro” de plantas e – parece – com cartazes.

Vamos lá a ter esperança e fazer votos para que aquele sítio fique mais atraente; depois informo para virem cá ver.

Apenas uma pergunta: mesmo sendo terreno privado, mesmo não conseguindo fazer um grande negócio para que estava perspectivado, o particular não devia ter a obrigação de manter o terreno limpo e aprazível? Esta pergunta estende-se a todos os terrenos, prédios etc. que estão abandonados.
Foto: JFAlgés

8 comentários:

Anónimo disse...

Clotilde que bem me lembro desta praça!
Por baixo das palmeiras que estavam mesmo em frente à praça, no Natal os vendedores de perus "abancavam" ali.
Era uma correria de famílias a comprar o dito para o ceia.
E o ferro velho que havia numas "lojas" por baixo da praça?
O alfarrabista...
O carvoeiro.....
O homem do papelão.....

E em frente havia farturas...

E era ali naquele descampado circundante que ficava o circo no Natal... e o poço da morte.... os aviões e cadeirinhas....
Eia... o que me foi lembrar...
Já parece a conversa de hoje com a Amélia sobre as bolachas da fabrica das Romeiras....!!!!!

Bom fim de semana e temos que combinar a excursão!!!!!!

Isabel Magalhães disse...

Clo;

Lembro-me da Praça de Touros, levaram-me lá algumas vezes, - o meu pai era aficionado... ARGH! Tb me lembro da Feira Popular de Algés e dos carrinhos de choque no jardim das esplanadas mas não sei se no fim dos anos 60 quando vim viver para L-a-V Praça de Touros ainda existia.

Unknown disse...

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I.,

Nos anos 70 ainda existia. Creio é que já não funcionava.
Namorei uma moça de Algés entre 73-76 e frequentei muito Algés neste período. Recordo bem a Praça de Toiros.
Não sei é em que data foi demolida, mas penso que terá sido aproximadamente na mesma altura em que fizeram o interface de transportes públicos na estação.
Julgo que uma pesquisa na net é capaz de produzir resultados.

bjs
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Clotilde Moreira disse...

Obrigada a todos. Quando estiver pronto o embelzamento estão convidados para um afézinho.
Clotilde

Tiazoca de Oeiras disse...

Clotilde

Fareja-me que os cartazes é para fazer muita e vária publicidade inclusivé a institucional (CMO) . Será essa a solução ideal no espaço ora degradado ?

Depois de terem deitado abaixo a Praça de Touros , em nome do progresso, o resultado foi o vazio. Pois é , há coisas assim...

Já agora, é melhor combinarem o café de qualquer maneira ....

Clotilde Moreira disse...

Tiazoca,

Agora vi que o meu agradecimento tem falta de letras, mas deu para perceber. Na 5ª feira vou tentar saber se realmente há cartazes e de que tipo. Claro que o café é sempre que nós quizermos.
Clotilde

Unknown disse...

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... Claro que o café é sempre que nós quizermos.

Digamos... "O café é como o Natal !" :)

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Isabel Magalhães disse...

J;

Com a diferença que o Natal é muito mais caro! ;)