Há dias, escrevi, aqui: "Eu gostava, mesmo, era de convencer Passos Coelho a não abandonar aquela ideia de nos convencer de que os governantes estão no nosso barco." Gostava, disse, de o convencer a mudar isto: dois membros do Governo, Miguel Macedo e José Cesário, com casa própria em Lisboa, recebiam, por serem da província, um subsídio de alojamento. Subsídio legal, note-se, mas quando se tira aos portugueses subsídios também legais seria justo retirar aos ministros regalias inexplicáveis em tempos de vacas esqueléticas. Ontem, colegas meus do DN dirigiram-se a Miguel Macedo e José Cesário a pedir-lhes explicações: estariam dispostos a abdicar do subsídio? Como era de esperar, eles disseram que não. Por isso é que eu abordei o assunto de forma gramatical (sujeito/predicado) diferente. Na crónica, a minha proposta tinha o mesmo predicado que foi perguntado aos ministros - a acção de acabar com aqueles subsídios -, mas usei o sujeito certo: o primeiro-ministro. A Macedo e a Cesário não cabe agir, o máximo que poderiam fazer era caridade. Eles disseram não querer dar para este peditório (compreendo, também eu não abdico do meu pequeno-almoço, apesar da fome no Sudão), mas esse não é o problema. O problema daqueles subsídios não é moral, é político. Por isso eu me dirigi a quem deve agir, Passos Coelho. E este só tem de explicar aos seus colegas espoliados o mesmo que achou suficiente explicar-nos: tem de ser.
2 comentários:
Comecem a pagar aos professores, médicos e outros profissionais deslocados um subsídio equivalente e assim talvez eu já concorde que estes chupistas também o recebam... olhem, esta subvenção foi criada pelo governo do Bloco Central (conveniente, assim agrada a todos, do PS e do PSD).
O Ministro da Defesa tem residência oficial no Forte de São Julião da Barra.
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