31 Dezembro 2009 - 09h00
Da Vida Real
"O problema é que a instabilidade é o próprio Governo: deixem de criar facto sobre facto político."
O Partido Socialista já não esconde de ninguém que quer eleições antecipadas e que esticará a corda para que tal suceda, para além do razoável. Neste contexto, não deixa aliás de ser curioso um artigo assinado pelo deputado europeu eleito pelo Partido Socialista, no Jornal ‘Público’, Vital Moreira, sustentando a inviabilidade de governos de iniciativa presidencial, sobretudo em função de experiências anteriores e da Revisão Constitucional de 1982. Ora, nada se assemelha à situação actual. A legitimidade política e constitucional do Presidente é plena.
É sabido que outros dirigentes socialistas se têm referido exaustivamente a uma situação de instabilidade governativa e nem se furtam a tentar envolver os demais Órgãos Constitucionais.
Compreende-se o esforço para afunilar soluções que não conduzam a eleições antecipadas.
O problema é que a instabilidade é o próprio Governo: deixem de criar facto sobre facto político, feito da espuma dos dias e que não resolve problema algum aos Portugueses, para além de os desesperar.
Aliás, a dita ‘instabilidade’ (que é afinal, entre outras questões, a incapacidade governamental para gerar consensos), não deve ser tanta que impeça o Primeiro-ministro de partir de férias em época de final de ano.
Claro que a toda esta pressa em provocar eleições antecipadas não é alheia a situação dramática de impasse que vive o maior Partido da Oposição.
É aproveitar enquanto o adversário está doente, tolhido na sua legitimidade plena. Ao Partido Socialista também convém que o CDS cresça um pouco mais, aproveitando o actual definhar do PSD.
Neste ano que passou, de escândalos a todos os níveis e de descrenças, recheado de eleições não muito concorridas, nenhum dos partidos do espectro político partidário apresentou um desígnio integrado para o País, que é afinal o que importa.
É pena, mas é a realidade que temos e os agentes políticos que vão restando, com honrosas excepções.
Mas ainda há muita massa crítica no País e quem verdadeiramente fale com verdade e aponte caminhos. São é caminhos duros e que vão empobrecer as novas gerações. Inevitável, infelizmente.
É por isto que custa tanto, todos os dias, ver o País viver episódio inútil sobre episódio inútil.
É por tudo isto que custa tanto assistir a este afã governamental na criação de factos políticos. Precisamos que o Governo, ele próprio, estabilize.
Sosseguem e governem.
Paula Teixeira da Cruz, Advogada
O Partido Socialista já não esconde de ninguém que quer eleições antecipadas e que esticará a corda para que tal suceda, para além do razoável. Neste contexto, não deixa aliás de ser curioso um artigo assinado pelo deputado europeu eleito pelo Partido Socialista, no Jornal ‘Público’, Vital Moreira, sustentando a inviabilidade de governos de iniciativa presidencial, sobretudo em função de experiências anteriores e da Revisão Constitucional de 1982. Ora, nada se assemelha à situação actual. A legitimidade política e constitucional do Presidente é plena.
É sabido que outros dirigentes socialistas se têm referido exaustivamente a uma situação de instabilidade governativa e nem se furtam a tentar envolver os demais Órgãos Constitucionais.
Compreende-se o esforço para afunilar soluções que não conduzam a eleições antecipadas.
O problema é que a instabilidade é o próprio Governo: deixem de criar facto sobre facto político, feito da espuma dos dias e que não resolve problema algum aos Portugueses, para além de os desesperar.
Aliás, a dita ‘instabilidade’ (que é afinal, entre outras questões, a incapacidade governamental para gerar consensos), não deve ser tanta que impeça o Primeiro-ministro de partir de férias em época de final de ano.
Claro que a toda esta pressa em provocar eleições antecipadas não é alheia a situação dramática de impasse que vive o maior Partido da Oposição.
É aproveitar enquanto o adversário está doente, tolhido na sua legitimidade plena. Ao Partido Socialista também convém que o CDS cresça um pouco mais, aproveitando o actual definhar do PSD.
Neste ano que passou, de escândalos a todos os níveis e de descrenças, recheado de eleições não muito concorridas, nenhum dos partidos do espectro político partidário apresentou um desígnio integrado para o País, que é afinal o que importa.
É pena, mas é a realidade que temos e os agentes políticos que vão restando, com honrosas excepções.
Mas ainda há muita massa crítica no País e quem verdadeiramente fale com verdade e aponte caminhos. São é caminhos duros e que vão empobrecer as novas gerações. Inevitável, infelizmente.
É por isto que custa tanto, todos os dias, ver o País viver episódio inútil sobre episódio inútil.
É por tudo isto que custa tanto assistir a este afã governamental na criação de factos políticos. Precisamos que o Governo, ele próprio, estabilize.
Sosseguem e governem.
Paula Teixeira da Cruz, Advogada
3 comentários:
Eu não quero que um Governo que deu 3,5 mil milhões de euros a ladrões de bancos (BPN) – já para não falar nos milhares de milhões que tem gasto e se prepara para gastar em auto-estradas, aeroportos e TGVs – estabilize.
Eu preferia que se volatilizasse. Ou engaiolasse.
Bom 2010
Diogo;
Como eu o entendo! ;)
Se o partido Socialista quisesse governar Portugal para fazer os portugueses felizes,
se o partido Socialista estivesse interssado em resolver os problemas do país
se...
apresentava propostas que fossem ao encontro dessas finalidades.
Mas como é um saco de gatos e nem houvem os partidos da direita nem da esquerda (se calhar nem os avisos da família) é o que se vê.
No lugar de dar dinheiro aos bancos e subsídios ajudava a criar empregos. É que o emprego - já vi isto escrito neste blog - não é só dinheiro.
De Tercena
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