Alunos do Liceu Camões arrasam legado de Lurdes Rodrigues
O representante dos alunos do Liceu Camões destacou-se hoje durante as comemorações dos 100 anos da escola ao tecer duras críticas à política educativa, acusando a ministra da Educação de «tirar credibilidade à democracia»
Pedro Feijó, delegado dos alunos no Conselho Pedagógico do Liceu Camões, foi um dos participantes da cerimónia do 100º aniversário da escola, ao lado do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, além do director da escola e do médico João Lobo Antunes, um dos antigos alunos.
Pedro Feijó, que discursou de improviso, criticou o que disse serem os «entraves que foram postos à democracia nas escolas pelas novas políticas de Educação» e «a linha de orientação errada que a Educação tomou», acusações que não mereceram qualquer reacção da ministra no discurso que fez de seguida.
«O que o Ministério fez foi tirar credibilidade à democracia dentro e fora da escola», sublinhou.
Entre os exemplos que considera negativos das políticas educativas do Governo cessante, o aluno apontou o novo Estatuto do Aluno, considerando que, em vez de falar dos estudantes como «os agentes construtores da escola, fala como essas pessoas iguais e padronizados, que vêm às escolas apenas para fazer os seus testes e competir por um futuro que não é garantido e que devia ser um direito».
Outro exemplo daquilo que considerou «um dos maiores ataques à democracia» é o novo modelo de gestão das escolas, que «tira a representatividade e o poder aos estudantes e outras classes nos órgãos de gestão, dando-o a agentes exteriores à escola».
«Por melhor que essa colaboração pudesse ser, não podemos prescindir de direitos tão fundamentais como a eleição do director da escola e a elaboração do regulamento interno», sublinhou, motivando fortes aplausos entre a audiência.
Mas, para o jovem estudante, pior do qualquer lei, «foi a atitude do ministério».
«Desprezou manifestações com milhares de estudantes, só por sermos menores, como se por sermos estudantes de secundário não tivéssemos uma palavra a dizer. Desprezou abaixo-assinados, incluindo um com dez mil assinaturas de estudantes, que pediram a revogação destas leis. Desprezou manifestações com várias dezenas de milhar de professores que lutavam pelos seus direitos, pelas suas escolas», sustentou.
Lusa / SOL
O representante dos alunos do Liceu Camões destacou-se hoje durante as comemorações dos 100 anos da escola ao tecer duras críticas à política educativa, acusando a ministra da Educação de «tirar credibilidade à democracia»
Pedro Feijó, delegado dos alunos no Conselho Pedagógico do Liceu Camões, foi um dos participantes da cerimónia do 100º aniversário da escola, ao lado do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, além do director da escola e do médico João Lobo Antunes, um dos antigos alunos.
Pedro Feijó, que discursou de improviso, criticou o que disse serem os «entraves que foram postos à democracia nas escolas pelas novas políticas de Educação» e «a linha de orientação errada que a Educação tomou», acusações que não mereceram qualquer reacção da ministra no discurso que fez de seguida.
«O que o Ministério fez foi tirar credibilidade à democracia dentro e fora da escola», sublinhou.
Entre os exemplos que considera negativos das políticas educativas do Governo cessante, o aluno apontou o novo Estatuto do Aluno, considerando que, em vez de falar dos estudantes como «os agentes construtores da escola, fala como essas pessoas iguais e padronizados, que vêm às escolas apenas para fazer os seus testes e competir por um futuro que não é garantido e que devia ser um direito».
Outro exemplo daquilo que considerou «um dos maiores ataques à democracia» é o novo modelo de gestão das escolas, que «tira a representatividade e o poder aos estudantes e outras classes nos órgãos de gestão, dando-o a agentes exteriores à escola».
«Por melhor que essa colaboração pudesse ser, não podemos prescindir de direitos tão fundamentais como a eleição do director da escola e a elaboração do regulamento interno», sublinhou, motivando fortes aplausos entre a audiência.
Mas, para o jovem estudante, pior do qualquer lei, «foi a atitude do ministério».
«Desprezou manifestações com milhares de estudantes, só por sermos menores, como se por sermos estudantes de secundário não tivéssemos uma palavra a dizer. Desprezou abaixo-assinados, incluindo um com dez mil assinaturas de estudantes, que pediram a revogação destas leis. Desprezou manifestações com várias dezenas de milhar de professores que lutavam pelos seus direitos, pelas suas escolas», sustentou.
Lusa / SOL
7 comentários:
Meus caros OL,
Embora não esteja de acordo com pequenas coisas que a Ministra da Educação fez, aconselho-os a perguntar a Manuela Ferreira Leite MFL) quais são as suas discordâncias de fundo com a política de educação que tem vindo a ser seguida.
É que se MFL fosse Ministra da Educação mantinha no essencial esta política bem como o processo de avaliação dos professores tão necessário ao bom funcionamento do sistema escolar.
Educação é algo que faltou ao aluno em causa, querendo ter o seu momento de glória faltou ao respeito com a instituição que o acolhe e com a data centenária que estava a ser comemorada.
Vai ser interessante ver quanto tempo vai estar a próxima ministra da educação sem contestação, é que desde que somos uma democracia nenhum ministro da educação parece ter servido, vamos ver como vai ser com a próxima ministra.
José Motta
Malditos professores que obrigam os alunos a dizer estas coisas desagradáveis, pensará a ministra cessante.
Parabéns ao Pedro Feijó; tem razão em tudo o que apontou.
Caro 'Oeirenses';
Não sei a opinião do colaborador que assina 'oeiras local', nem tenho procuração dele por isso falo apenas por mim.
A minha militância não me obriga a dizer 'Amem' à Sra Presidente do PSD e nem é pelo facto de não lhe ter dado o meu voto mas apenas porque me reservo o direito de pensar pela minha cabeça.
Não sei se será o seu caso...
Ainda uma nota: Nunca aqui leu que sou contra a avaliação dos professores. Sou é contra esta avaliação que não passa de uma medida economicista e em nada contribui para um melhor ensino.
A democracia na escola parece mais do que suficiente, visto que se pode contestar professores, dirigentes e ministros abertamente "de improviso".
Nenhum aluno o faria há 40 anos.
O que falta mesmo é aproveitamento, pois parece que esta Escola Secundária Camões desceu do 104º para o 125º lugar no ranking nacional.
Por isso Portugal continua no fundo da lista dos testes PISA.
E o CONTRIBUINTE a pagar e bem por escolas mal governadas e pouco produtivas, verdadeiras "repúblicas", no mau sentido da palavra.
Isto de ser avaliado é muito aborrecido.
Em vez de contestar, mostrem trabalho com resultados.
Avaliem-se as escolas...
Avaliem-se os professores...
Avaliem-se os alunos...
Resp. 11:30
Que estranho conceito de 'falta de educação e falta de respeito' pela instituição.
A mim o Pedro Feijó parece-me extremamente lúcido e um excelente representante dos alunos no Conselho Pedagógico do Liceu Camões.
Felicito os Pais pelo filho que têm.
2009/10/18 Miguel Pinto
Boa noite
Não consigo enviar o comentário.
Passo a escrevê-lo.
Sou professor da escola secundária de Camões. Aqui sempre se promoveu a liberdade e a democracia. Por aqui passaram importantes figuras públicas. Foram professores ou alunos Mário Dionísio, Mário de Sá-Carneiro, Jorge de Sena, Rodrigues Miguéis, Aquilino Ribeiro..
Tenho a certeza que o Pedro é uma das garantias do futuro.
Cumprimentos
Miguel Pinto
--- Em dom, 18/10/09, oeiras local
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