"PONTOS DE VISTA
SOBREPOSIÇÃO INDESEJÁVEL
SOBREPOSIÇÃO INDESEJÁVEL
No concelho de Oeiras já se realiza um leque diversificado de eventos culturais que, mercê da sua frequência e regularidade, fidelizou grupos específicos de fruidores. A qualidade destas manifestações também pesou na expressiva adesão conseguida. Muito se tem feito e avançado, mas não se pense que se atingiu um plano superior. Muito caminho há ainda a percorrer. Público interessado e cada vez mais exigente existe; realizações nalguns sectores é que escasseiam.
Como já aqui afirmámos, na nossa óptica, o salto desejável só se verificará quando a autarquia entender considerar que, no actual estádio de desenvolvimento concelhio, o sector das actividades culturais deve ocupar um lugar privilegiado. Também se nos afigura indispensável a definição de uma política cultural, o que nos parece nunca ter existido. Sem o enquadramento destas duas premissas complementares, o programa cultural limitar-se-á a gerir rotinas, afastado da inovação. Mas mais grave ainda: andará à deriva, ao sabor da corrente…
É neste contexto de acaso e indefinição que encontramos explicação para a indesejável calendarização sobreposta de duas iniciativas que se destinam ao mesmo tipo de público. Trata-se do V Ciclo de Estudos Oeirenses, que teve início a 10 de Janeiro e se prolonga até 15 de Maio, com periodicidade semanal, e o Ciclo de Conferências “História, Memória e Património”, cuja primeira sessão se realizou a 28 de Fevereiro e se estende até 5 de Junho, com sessões mensais, ambas com a chancela da Câmara Municipal de Oeiras e com lugar nos auditórios da Biblioteca Municipal e César Batalha, respectivamente, instalações de propriedade e gestão municipal e em Oeiras. Para completar as estranhas coincidências, as sessões programadas realizam-se sempre no mesmo dia da semana e à mesma hora: quintas-feiras e entre as 18h30 e as 20h! A semana tem sete dias e logo se havia de fazer coincidir as duas iniciativas! No concelho também se implantam outras importantes e populosas povoações e logo se havia de fazer concentrar os dois ciclos de conferências em Oeiras!
Para que não haja dúvidas que o público-alvo é o mesmo e que ambas as iniciativas navegam nas mesmas águas, refira-se que um dos conferencistas participará nos dois eventos!
Sem possibilidade de ultrapassar esta sobreposição, os interessados é que ficam prejudicados. Não são ubíquos…
Não há coordenação nem planeamento!?
Jorge Miranda
(jorge.o.miranda@gmail.com)"
Com os nossos agradecimentos ao Jornal da Costa do Sol e ao autor
(artigo publicado em 06.03.2008)
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