PONTOS DE VISTA
SEGURANÇA PÚBLICA?
O ataque e, infelizmente, a posterior morte do jovem recentemente baleado, na cabeça, no estacionamento automóvel do centro comercial Oeiras Parque, onde, aliás, já se terão registado outros “acidentes”, mas sem as proporções deste, levam-nos a partilhar uma breve reflexão, para além da competente notícia que este Jornal inseriu, na anterior edição.
Temos um corpo de funcionários do Estado, que todos nós pagamos, com a estrita incumbência de garantir a salvaguarda da tranquilidade na comunidade. É seu dever zelar pela manutenção da existência de uma convivência civilizada. Por isso, era hábito antigo chamar-se-lhe “corpo cívico”. Agora, designa-se Polícia de Segurança Pública. E é necessária. Mas cumpre a sua missão? Sem querer avançar certezas, duvidamos.
A percepção generalizada do aumento do número de crimes de todos os tipos, especialmente os de acentuada violência, que começam a ganhar vulto e a entrar no quadro do quotidiano, parece poder testemunhar a sua ineficácia. Então sente-se que não existe, de facto, segurança pública e que um clima de intranquilidade se expande aceleradamente. Tememos aonde a situação nos poderá conduzir. À lei da selva?
É certo que a Polícia não se vê. E, quando aparece, depois de alertada, como se dizia na prática jornalística de outrora, “toma conta da ocorrência”. Aparentemente é inócua. A sua ausência ou distanciamento é permissiva; não evita o crime ou trava a explosão de conflitos. Gera a radicação do sentimento de insegurança.
Não chega, de forma alguma, proceder a patrulhas de automóvel. O policiamento tem de ser presencial, especialmente nos pontos mais críticos. É imperioso regressar-se ao policiamento de proximidade – modelo que nunca deveria ter sido abandonado.
A questão da segurança pública é momentosa. A sua ponderação e consequente reformulação não podem ser adiadas. Se se negligenciar uma solução urgente, corremos o risco de entrarmos numa crise social de graves consequências, para além do mal-estar já instalado.
Jorge Miranda
(jorge.o.miranda@gmail.com)
SEGURANÇA PÚBLICA?
O ataque e, infelizmente, a posterior morte do jovem recentemente baleado, na cabeça, no estacionamento automóvel do centro comercial Oeiras Parque, onde, aliás, já se terão registado outros “acidentes”, mas sem as proporções deste, levam-nos a partilhar uma breve reflexão, para além da competente notícia que este Jornal inseriu, na anterior edição.
Temos um corpo de funcionários do Estado, que todos nós pagamos, com a estrita incumbência de garantir a salvaguarda da tranquilidade na comunidade. É seu dever zelar pela manutenção da existência de uma convivência civilizada. Por isso, era hábito antigo chamar-se-lhe “corpo cívico”. Agora, designa-se Polícia de Segurança Pública. E é necessária. Mas cumpre a sua missão? Sem querer avançar certezas, duvidamos.
A percepção generalizada do aumento do número de crimes de todos os tipos, especialmente os de acentuada violência, que começam a ganhar vulto e a entrar no quadro do quotidiano, parece poder testemunhar a sua ineficácia. Então sente-se que não existe, de facto, segurança pública e que um clima de intranquilidade se expande aceleradamente. Tememos aonde a situação nos poderá conduzir. À lei da selva?
É certo que a Polícia não se vê. E, quando aparece, depois de alertada, como se dizia na prática jornalística de outrora, “toma conta da ocorrência”. Aparentemente é inócua. A sua ausência ou distanciamento é permissiva; não evita o crime ou trava a explosão de conflitos. Gera a radicação do sentimento de insegurança.
Não chega, de forma alguma, proceder a patrulhas de automóvel. O policiamento tem de ser presencial, especialmente nos pontos mais críticos. É imperioso regressar-se ao policiamento de proximidade – modelo que nunca deveria ter sido abandonado.
A questão da segurança pública é momentosa. A sua ponderação e consequente reformulação não podem ser adiadas. Se se negligenciar uma solução urgente, corremos o risco de entrarmos numa crise social de graves consequências, para além do mal-estar já instalado.
Jorge Miranda
(jorge.o.miranda@gmail.com)
Com os nossos agradecimentos ao Jornal da Costa do Sol e ao autor
(Artigo publicado em Março de 2008)
(Artigo publicado em Março de 2008)
6 comentários:
Temos que convir que o Oeiras Parque e bem assim todos os outros centros comerciais são privados e a PSP não faz patrulhamento em propriedades privadas, por isso não esperem ver agentes no estacionamento dos centros comerciais, a não ser que os proprietários paguem esses serviços (o que não é nada barato, digo-vos já).
O que deveria ser obrigatório, legislado mesmo, era que esses centros comerciais tivessem seguranças e não vigilantes a ganhar o ordenado mínimo, sem arma e sem formação.
Depois, provavelmente, cobrar-nos-iam o estacionamento no Oeiras Parque, mas talvez não fosse pior assim...
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Caro Oeiras,
Não há razão para pânicos e querer criar mini-exércitos privados.
Isto ainda não é o Brasil - para lá caminha...
Toda e qualquer entidade privada pode contratar os serviços da PSP.
São pelos polícias os chamados "gratificados", e centenas deles estão sempre dispostos a sacrificar umas horas de descanso para os fazerem porque o ordenado não é gordo.
Muitos supermercados o fazem, p.ex. a cadeia Pingo Doce.
Sem cometer ilegalidades e sem armar civis.
Quanto a seguranças armados e com formação...
Os seguranças privados, p.ex. de figuras de estado, são das forças militarizadas e policiais, PSP, GNR e PJ.
Não existe qualquer formação para um civil que queira ser 'segurança'. Fá-la por sua conta e risco. Assim como em relação ao uso e porte de arma - a exemplo do que se passa com os taxistas.
Sobre 'seguranças' e armas veja o que se passa com os porteiros das discotecas...
Cumps
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Pois, mais uma razão para haver legislação sobre o assunto e ser criada formação específica para se ser segurança privado. Se forem sujeitos a uma Lei, terão mais responsabilidades e poderão ser punidos por falta do cumprimento do dever.
Quanto aos gratificados, sei bem que isso é possível mas também sei que o seu custo não é lá muito agradável para uma empresa.
E quanto a não termos chegado ao Brasil, olhe que não sei... já estivemos mais longe.
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Quanto à necessidade de legislação, completamente de acordo.
Nesta e noutras matérias.
E quanto a não termos chegado ao Brasil, olhe que não sei... já estivemos mais longe.
Só que desta vez não é para ir buscar 'ouro'...
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Pois...! Eu acho que há mais do que razão para estarmos muito preocupados. O 'carjacking' cá no 'reino' já não é de agora, já o havia AB (antes dos blogs) e muitos nem chegavam ao conhecimento dos jornais. Foi o agudizar da situação com dois casos lamentáveis de perda de vidas que fez a 'opinião pública' arrebitar a orelha...
Os cidadãos pagam impostos, têm direito a leis que os protejam, e que não tenham apenas em vista o lado economicista da questão, o poupar na despesa das cadeias. Têm direito a forças de segurança 'visiveis' e em número suficiente, e não apenas dentro de carros patrulha nas principais vias.
O Jorge Miranda no seu artigo recente expressa bem o sentimento de muitos.
Quanto ao caso concreto do estacionamento do Oeiras Parque falta gradeamento em toda a zona acessível pelo exterior. Falta também iluminação, a grande maioria das lâmpadas costuma estar apagada; mesmo de dia a visibilidade é escassa...
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