segunda-feira, 7 de julho de 2008

CMO - Requalificação da Baixa de Algés




Estes exemplos de Calçada Portuguesa estão todos localizados em Algés . Fazem parte do nosso património e pavimentam o espaço público da freguesia . Em Portugal, a calçada portuguesa surgiu no século XIX e é amplamente usada no calçamento de áreas pedonais. E bem diriamos nós ....

Mas, era um bom exemplo, até surgir a Requalificação da Baixa de Algés, efectuada pela CMO :


Irá então ficar assim:


E o exemplo mais brilhante da dita intervenção ....



Palavras para quê . Bastam as fotos .


[Colaboração de A. Martinho / Algés]

17 comentários:

Anónimo disse...

Acho muito bem que essa tal câmara de Oeiras acabe com a calçada à portuguesa. Quem anda de sapatos com salto de 'agulha' sabe bem o tormento que isso é. Vejam o meu caso, por motivos que não vêm agora ao caso, ando sempre a trocar e a torcer os pés e a cair dos saltos abaixo. E se tiver que andar sempre a enfiar os saltos nessas malvadas pedrinhas então nem se fala.

Fuck the bloody stones. Yeah!!!

Unknown disse...

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Cara Amy,

Com o devido respeito,
Tem a certeza que o problema é dos sapatos/saltos e da calçada?

As garrafas de vinhaça da boa que andou a buber não terão nada a ver?

QUEM NÃO SABE DANÇAR DIZ QUE É O CHÃO DA SALA QUE ESTÁ TORTO"...

conselho gratuito: Compre sapatos rasos, que vão melhor com a sua 'figura'...

P.s.: Sempre gostava de ver a sua adega... deve ter cá um 'gargalo'...

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Ruvasa disse...

Viva, Isabel!

Na verdade, parece que na Câmara anda toda a gente com os gostos um bocado atravessados ou, então, com tal pressa que deixa tudo a meio.

A calçada portuguesa é um património que temos a obrigação de conservar e acarinhar. Enquanto há estrangeiros e virem cá admirar as nossas calçadas e até a perfilharem-nas en sus sítios, chegando mesmo ao ponto de contratarem pessoal de cá para ir lá colocá-las, e nós a estragarnos o que está feito. Se, ao menos, fosse por algo que valesse a pena... agora por cimento?

Abraço

Ruben

Isabel Magalhães disse...

Realmente não consigo perceber o que levou a CMO a tomar esta opção. Trata-se da destruição da calçada portuguesa, património artístico da Freguesia de Algés que, na sua rua principal, fica com uma tal 'obra prima'. Esteticamente é horrível, - penso que o adjectivo será consensual excepto para as 'mentes brilhantes' que projectaram e aprovaram a nova moda que se espera não faça escola. Aliás, justifica-se, plenamente, um movimento de cidadãos contra a destruição da calçada portuguesa da freguesia de Algés. E a Sra. Presidente da Junta de Freguesia teve conhecimento atempado do projecto da CMO? E se não teve quando tomou conhecimento que medidas tomou para travar o processo?

Anónimo disse...

Esta substituição do tradicional aqui em Algés também ocorreu na Calçada do Rio. Até parece Marraquexe de tijolos cor de rosa - eram - agora já sujados. Parece que alguém diz: vamos inovar: Èh pá, qual é pedra que tens em armazém. Agora na Damião de Góis é granito que dizem que é muito caro. Não me atrevo a dizer o preço que um morador disse na última reunião pública da Junta, pois há quem fique orgulhoso de ter os passeios mais caros do Municipio.

Porque é que não conservam, mantêm e adequam a estrutura, àquilo que fez nascer esta terra aos tempos que vão surgiundo? O segundo quarteitão da Av. dos
Combatentes foi alterada com passeios rebaixados, pilaretes a dividir a via dos passeios, para quê?
Clotilde

Isabel Magalhães disse...

Parecem os idos da década de 70 em que tudo o que era 'pato bravo' desatou a revestir as paredes exteriores dos prédios com os azulejos de refugo que encontrou a preço de saldo, com as cores mais disparatadas que se possa imaginar... Mas esses eram tempos de transição, tempos sem 'rei nem lei' e, de uma cãmara que se afirma mais à frente, outra coisa seria de esperar no fim da primeira década do século XXI.

A favor da manutenção da "Calçada à Portuguesa" na baixa de Algés.

Oeiras disse...

Deixem a obra chegar ao fim e falem depois... alguém acredita que aquela tampa vá ficar com as pedras de calçada a revesti-la? Só quem nunca fez obras ou, como acho, quem tenha muito pouco que fazer para além de dizer mal de tudo.

A CMO devia era fechar as zonas de obra ao público, como se faz lá fora, em vez de permitir que os transeuntes e automobilistas passem, numa tentativa de lhes dificultar a vida o menos possível. A paga que leva são estas fotos de curiosos, a aparecer em blogs que se pretendem sérios.

Mostrem neste blog fotos de obras concluídas com algo que achem que esteja mal, não fotos de obras que ainda agora começaram...

Anónimo disse...

Bom, o post não é meu e muito menos o são as fotos, mas isto é um tema interessante para o Nós por Cá da SIC.

nos@sic.pt

Aliás, cá pelo concelho temos muitos casos peculiares...

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Isabel Magalhães disse...

O leitor 'Oeiras' na sua assídua participação no blog, costuma ser mais objectivo. O que está aqui em causa é a destruição da Calçada Portuguesa, - 'tout court' - e o seu acabamento parcial com placas de granito 'caríssimo ou baratíssimo' não importa, não é aí que reside o problema. Poderiam estar a utilizar lingotes de ouro no pavimento que o efeito continuaria a ser deplorável, um verdadeiro atentado ao património artístico da freguesia de Algés.
Poderá dar-se o caso de ter lido na diagonal ou então, na falta de argumentos, partiu para o 'ataque' - 'os que só dizem mal, os que não esperam pelo fim da obra, os que não têm que fazer, os blogs que não oferecem credibilidade'...
Diga-me, honestamente, acha que o fim da obra vai devolver à freguesia de Algés a Calçada à Portuguesa como ela é, como todos a conhecemos?


Saudações

IM.

Unknown disse...

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O problema no que concerne à calçada portuguesa, indubitável património histórico e cultural português, respeita a dois aspectos básicos:

- Um, o facto dela se degradar muito rapidamente, quer com as condições meteorológicas (chuva, inundações, etc.), quer com a utilização indevida que frequentemente lhe é dada, como é o caso de por cima lhe passarem veículos pesados, por vezes camiões de obras carregados com toneladas de carga, função para a qual a calçada não foi criada. A sua estrutura não lhe admite estes maus tratos. Ela está estruturada para pesos 'pluma', passe o termo.

- O outro aspecto, que advém do primeiro, reside no ser necessária uma conservação e manutenção permanentes. Isto exige mão-de-obra especializada, meios, ferramentas, compra de pedra (que até é o mais barato, pois o calcário utilizado é o de pior qualidade), enfim, um onerar de despesas que algums autarquias procuram evitar socorrendo-se destas 'soluções' baratinhas.

É pena. Lamenta-se que não haja um esforço destas autarquias para conservar vivo o património de todos nós, e lamenta-se este acinzentar dos concelhos, quando não é pior, como acontece com a construção de estruturas pseudo-modernistas em betão, multicoloridas, p.ex. nalgumas rotundas, a fazer lembrar a Disneylândia, coisa em que é pródigo o nosso concelho... [ OeirasDisney...?! ]

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Anónimo disse...

Lamento não ter tido conhecimento atempado da obra , de modo a poder no local adequado, bater-me democraticamente contra aquilo que considero um atentado ao património urbano da freguesia . É a minha opinião e aceito que poderá haver outras.
Limitei-me a expressar o meu descontentamento e desacordo. E fi-lo num local , o presente blog, que é sério e atento ao concelho de Oeiras , pese embora pouco possa fazer no presente, infelizmente, dado que é um facto consumado.
Porém, entendo esta minha opinião como uma forma de participação cívica .
Recordo que a Rua Damião Góis e Alameda Hermano Patrone , onde decorrem as obras, funcionam assim como um cartão de visita da freguesia e o mais paradoxal é que aquilo que se chama na presente intervenção da CMO como “ requalificação “ não foi , a meu ver, entendida como a “ organização espacial da paisagem que deve estar atenta ao património histórico". Olha-se para o lado esquerdo , calçada portuguesa, e para o lado direito calçada de granito. Chocam-se obviamente porque , do meu ponto de vista cria uma descontinuidade na própria calçada não favorecendo a harmonia do espaço, nem preserva a calçada portuguesa da Freguesia de Algés.

E outras razões haverá de ordem mais “ comezinha” mas igualmente importantes , nomeadamente perceber o seguinte :

1.Esta obra decorre, se bem percebi, da necessidade do SMAS ( empresa municipal de águas e saneamento) efectuar obras na rede de drenagem , que nem sequer contesto. Mas no contexto das obras reporia a calçada tal como, presumo, sempre faz e suportaria os custos.
2.Assim, pergunta-se legitimamente : - Porque suporta a CMO custos em parceria com o SMAS. Decorre de terem decido mudar o calcetamento nessa área?
3.Procurei on line , perceber o projecto e não encontrei nada . Encontrei todavia a informação que à Junta de Freguesia de Algés compete por delegação de competências a “Conservação e reparação de calcetamentos em ruas e passeios, de passadeiras de peões, traçados horizontais de trânsito e parqueamento auto, de separadores centrais, escadas públicas, gradeamentos, pilaretes e muros e de caminhos pedonais. Achei interessante .

E por fim… já agora ao comentário de Oeiras – A falta de transparência que defende e se depreende do seu comentário , é apanágio de quem não entende que " Quem não deve não teme" . A CMO deve ser, têm obrigação de ser, TRANSPARENTE, e sim deve fazer as obras com o mínimo de impacto para o cidadão . E não é um favor , decorre de prestar um serviço público .

meninaidalina disse...

Deixem a obra chegar ao fim e falem depois... alguém acredita que aquela tampa vá ficar com as pedras de calçada a revesti-la? diz-se no comentário de Oeiras .
Lá está!
Se o choca e não acredita que aquela tampa de calçada portuguesa fique assim no meio do granito, ou lá que é ..... pois o inverso também o deveria chocar isto é - na continuidade de um passeio de calçada portuguesa passarmos para essa pedra cinzentona e triste .
Não fale mais que como se diz na minha terra só " borra a pintura " .

meninaidalina disse...

Ah! e já agora , que me esqueci : ò Oeiras, o menino ainda não percebeu que uma foto vale mais que mil palavras pois não ?

Anónimo disse...

ao amartinho:

às vezes a vida não nos dá tempo para sabermos as coisas a tempo e horas. Por isso ando há muito a "pregar" que dois ou três atentos podem ajudar-se ao tal atempadamente. Olhe o exemplo do Largo Com. Augusto Madureira - o MASA. Foi pena terem de se desmobilizar por imperativos de família e empregos.

Clotilde

Isabel Magalhães disse...

Sobre a última foto do artigo, a da tampa com 'pedrinha á portuguesa', querem saber uma coisa? Digo eu que sou artista, - pelo menos assim declarada nas Finanças de Algés - já que resolveram refazer os passeios da freguesia com placas de granito - situação irreversível, receio eu! - deixem ficar a tampa assim como está, como reminiscência do que era e já não é...

Anónimo disse...

Na minha terra diz-se : A calçada é como os homens. Se os montarmos bem podemos pisá-los durante 30 anos.

Anónimo disse...

Pois a mim o que me chateia mais nem é a calçada desaparecida, que embora muito bonita era menos confortável. O que me chateia mesmo enquanto morador nesta rua, é a qualquer hora e especialmente às de ponta o trânsito que se estrangula aqui, com as paragens dos eléctricos e dos autocarros, das 5 passadeiras de peões com utilização intensa, etc. Tudo junto nas horas de ponta é um caos, com a poluição e outras consequências que isto acarreta.
A CMO escreve no seu site "No que respeita à circulação automóvel e pedonal, as alterações a introduzir visam garantir fluidez e segurança." Mas como? estão neste momento em construção as ilhas para "descarregar" os passageiros dos eléctricos, que continuam a ser veículos parados no meio da via a impedir a tal fluidez do trânsito e os passageiros que transitam entre a ilha e o passeio ainda correrão o risco de serem atropelados por algum condutor mais impaciente.
Requalificação? Parece-me que será apenas no subsolo. Acima deste parece mais um negócio de "calçadas"...