segunda-feira, 28 de julho de 2008

«Oeirenses não perdoariam candidatura a outra autarquia»



ENTREVISTA: Avalia autárquicas no Porto e diz que PS escolheu um candidato parecido com Rio. Isaltino Morais confessa que PSD lhe ofereceu várias câmaras na zona de Lisboa. Mas social-democrata não quis


Concorda que, neste momento, os autarcas podem estar com a sua credibilidade afectada?
Não. Há um grupo de opinion-makers, sob o nome de politólogos, que a partir de Lisboa fazem comentários políticos e atacam este ou aquele grupo. Normalmente, são pessoas com uma visão centralizadora da coisa pública, são contra a regionalização e consideram que o Terreiro do Paço é que é bom. Acham que os portugueses são indivíduos menores, que não pensam pela sua própria cabeça, e, portanto, não acreditam que as populações resolvam os seus problemas através dos representantes que escolhem.

Os felgueirenses escolhem a Dr.ª Fátima Felgueiras e ela foge à justiça para o Brasil. Não é um bom cartão de visita?
O facto de haver um elemento desonesto numa classe profissional, não pode passar um anátema sobre todos os outros.

Considera-se um político convencional?
Não.

Não gosta de políticos convencionais, pois não? Simpatiza com Alberto João, com o major Valentim Loureiro?
Simpatizo com o Alberto João, com o major, mas tenho um estilo completamente diferente. Se andar comigo em campanha, vê que sou diferente: o major é mais explosivo e eu sou mais sóbrio, apesar de igualmente comunicativo. Não tenho nenhuma dificuldade em abraçar e beijar as pessoas em campanha. Não lavo as mãos depois de cumprimentar quem passa na rua e tenho capacidade de sociabilizar. Mas tenho um estilo diferente. Agora descobri nos jornais que sou considerado por alguns como populista. Popular sabia que era, agora populista com a carga negativa que se dá a palavra não sabia.

E sobre os candidatos do PSD ao Porto e Lisboa? Como avalia essas escolhas?
Não sou tão frio e espartano como o Rui Rio. Acredito que seja um estilo que funciona no Porto. Depois de tantos anos de Fernando Gomes, acho que resulta. Por exemplo, o Rui Rio vai ganhar estas eleições e em parte é porque o Francisco Assis é muito parecido com o Rio: tem o mesmo discurso e a mesma postura. Se o PS tivesse escolhido um 'José Lello' ou uma 'Elisa Ferreira', provavelmente poderia ganhar a eleição. Mas foi buscar alguém que tem o mesmo discordo que o Rui Rio. Portanto, vai ganhar com facilidade. No caso de Lisboa, era muito difícil - depois da forma como Santana Lopes saiu encontrar alguém para concorrer em Lisboa.

Ofereceram-lhe esse lugar?
A hipótese de Lisboa passou pela cabeça de algumas pessoas quando eu ainda estava no Governo.

Passou pela sua cabeça?
Pela minha passou, porque me falaram. Mas eu tinha imensa dificuldade em ser candidato por outro concelho que não Oeiras.

Por falar em afinidade, existe uma semelhança, criada pelas circunstâncias, entre si e o major Valentim Loureiro: não acha interessante que sendo duas figuras no centro de uma polémica tenham sido ambas convidados para sair das suas câmaras em zonas limítrofes das principais cidades para abraçar candidaturas às duas principais autarquias do país?
Há quatro anos também me convidaram para Cascais. Mesmo agora recebi convites para outras câmaras nos arredores de Lisboa. Atendendo as circunstâncias em que sai para o Governo, os oeirenses não me iam perdoar que eu não regressasse.

E acha que assim lhe perdoam?
[pausa]. Acho que algumas pessoas, que encontro na rua, mostram que estão zangadas comigo. Mas não quer dizer que não votem em mim. Tenho sido abordado por pessoas que me dizem que eu não devia ter ido embora e que não permitem que eu os abandone mais.

10 comentários:

Anónimo disse...

Ó senhor Isaltino , por quem sois! Pode perfeitamente ir embora da CMO que nenhum munícipe ficará a sofrer do sindrome de abandono, antes pelo contrário. É só esperar pelas próximas eleições.

Anónimo disse...

A chamada entrevista trágico/cómica!

Anónimo disse...

Isaltino se te fores embora da CMO, e do concelho de Oeiras, eu até mando rezar uma missa cantada nos Jerónimos, pela salvação do nosso concelho (que não é o teu) e faço mais, peço a Deus para te dar paz e felicidade, não de desejo mal, só quero é que não façam mais mal à Nossa terra, porque não temos outra, e tu tens, Bragança, vai para lá, por favor.

Zequinha

Anónimo disse...

Gozem, gozem que quem nos tem andado a gozar a todos é o gajo.

Anónimo disse...

Eu tenho a dizer que os oeirenses estão é com o Sindrome da Permanência isto é, já não aguentam tanta isaltinice junta .

Anónimo disse...

sugiro o Burkina Faso - antigo Alto Volta; vai mas sem volta...

nota: não tenho nada contra os burkino fasenses, axo é ke precisam dumas marinas e dumas torres de 500 andares...

Jorge Pinheiro disse...

Foi convidado para muitos sítios e também notificado para ir a tribunal!

Isabel Magalhães disse...

expresso da linha;

Bem metida! ;)

Anónimo disse...

ISALTINO NÃO TENS VERGONHA NA CARA. BAZA MAN. JÁ AGORA VAIS EXPLICAR A QUOTA DE SERVIÇO DE 3.10EUROS NA CONTINHA DA ÁGUA. É PARA PAGAR TACHOS NÃO É? VAMOS LÁ VER SE É LEGAL.......

Oeiras disse...

Isto é como tudo na vida, nunca em parte nenhuma houve disputas em que apenas uma das partes tivesse razão.

O homem podia ter feito mais? Claro que sim, olhando agora para trás.

Houve coisas mal feitas? Houve certamente, e se houve crimes os responsáveis devem ser punidos.

Houve coisas bem feitas? Claro que sim, e muitas.

Quem se lembra da Oeiras (concelho, não só a vila) de há 20 anos? Os saudosistas dirão que se lembram e que estávamos melhor, mas esses existem desde o tempo em que um homem fez fogo ou inventou a roda e logo outros disseram: "lá vem este com invenções novas, estávamos tão bem a comer carne crua e a andar a pé".

Velhos do Restelo são precisos mas apenas aqueles que têm a coragem de elogiar a audácia e a inovação de vez em quando, não os que criticam sempre quando o mundo anda para a frente.