domingo, 20 de julho de 2008

isto é que era "andar à boa vida"...

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Agora que o calor aperta e não apetece mesmo nada estarmos a pensar em problemas, porque não deitarmo-nos - à sombra... - a recordar as coisas boas de antigamente?
Os tais tempos, que tinham muitas coisas más, conforme a perspectiva, mas que também tinham alguma coisas boas. Coisas que infelizmente esquecemos....

Quantas crianças hoje têm a vida saudável que aqui o vosso amigo Zézinho tinha na Quinta do Costa Lobo, na Timpeira, em VILA REAL, na qual morou durante uns anitos? (há muuuitos anos...)

05 de Outubro de 1958
o vosso amigo Zézinho em plena 'labuta' a vindimar...

fotografia: Álbum de família - CLIQUE PARA AMPLIAR .

9 comentários:

Anónimo disse...

Então tinham aquilo que as crianças hoje nascidas no concelho de Oeiras (e na região de Lisboa) já não tem mais, tudo pela força da destruição imposta pela colonização que nos foi imposta, ao invés, agora todos esses lugares estão hoje despovoados.

Tudo resultou da incapacidade (incompetência) de saber ordenar o território português, uma coisa que o IOMAF, PS, PSD e CDU bem sabem fazer, é destruir, ocupar, colonizar, expulsar o povo nativo daquele pouco que ainda nos restou.

Pedro

Anónimo disse...

Concordo . E direi apenas : Que saudades do meu tempo....

Al Cardoso disse...

Entao essa de por os putos a vindimar nao e abuso e trabalho infantil!!!???

No meu tempo diziam assim: "o trabalho do menino e pouco, mas quem ano o aproveita e louco"!

Nao admira tambem ja tenho mais de cinquenta!

Um abraco de amizade monarquica dalgodrense.

Isabel Magalhães disse...

Com uvas ou sem um AMOR de criança. ;)

Anónimo disse...

Oi, estou muito agradado com Oeiras, e com a dinâmnica de seu povo maravilhoso e muita história cultural, o que é muito importante! Essa foto ai é curiosa, mas não revela ela a prática do trabalho infantil e da exploração de menores? aqui no Brasil dá cana!! Julgo que não devemos fazer essa exploração das crianças porque mentalmente elas ficam afectadas para a vida, é muito grave isso!! Apesar da foto ser antitiga me preocupa á criançada irmã!!

Abração a todos ai de Portugal!!!

Wanderelei Castilho

Isabel Magalhães disse...

Caro anónimo 'Wanderelei Castilho';

Vc até pode ser brasileiro, embora eu duvide fortemente, - aliás, e para que conste, duvidei logo aquando dos seus dois primeiros comentários e tive, até, oportunidade de o verificar mas não lhe vou dizer como... - no entanto, de uma coisa eu estou certa, o 'Site Meter' do blog não registou nenhum visitante do Brasil à hora do seu comentário [Segunda-feira, Julho 21, 2008 1:43:00 PM].

Tivemos uma visita do lado de lá do Atlântico mas foi de madrugada;

Time of Visit
Jul 21 2008 4:55:18 am

Last Page View
Jul 21 2008 4:55:20 am

ISP Telemar Norte Leste S.A.
Location Continent: South America
Country: Brazil

Quanto ao seu comentário sobre trabalho infantil talvez fosse melhor 'repensar' o que escreveu, não acha?

;)

Unknown disse...

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Meus Caros,

Agradeço os comentários a esta brincadeira que me ocorreu fazer nesta época em que, como referi, efectivamente apetece pensar em tudo menos em problemas, que os há e muitos.

Apenas quero tecer algumas considerações para esclarecer alguns comentadores menos avisados, aos quais talvez se aplique a expressão: "São novos, não pensam..." e acrescento "e não sabem..."

Em primeiro lugar:
Referir o trabalho infantil em relação a esta fotografia é, no mínimo, uma idiotice (sem ofensa).
Muita gente da minha geração tem fotografias similares, em que, em contexto campestre, se aproveitava para fotografar as crianças a PSEUDO-trabalhar em actividades rurais. Era uma MODA. São um retrato duma época, como o são o hábito, também da época, de fazer fotografar numa casa profissional um bebé completamente desnudado sentado ou deitado sobre uns panos com rendinhas em cima duma mesa de estúdio, fotos estas muitas vezes a sépia. Seria pedofilia...?! Não me gozem!

Aliás, se outra razão não houvesse, pelo rosto sorridente da criança (eu), e boa compleição física para quem só tinha 1 ano de idade, fácil seria deduzir não se tratar de um filho esfomeado de um pobre trabalhador rural que se visse obrigado- acontecia - a pôr as crianças a fazer o trabalho dos adultos e a ajudá-los nas lides.
Questão bem recordada no comentário do Al Cardoso e na citação que fez. Também a conheço. Somos da mesma geração, 'tá visto!

Segundo:
O local da fotografia era um pequeno logradouro à entrada duma grande quinta, conhecida pelo nome que referi.
Este logradouro tinha uma pequena casa rural, na qual vivia, no piso térreo, o caseiro da quinta e a respectiva família.
Como não ocupavam a casa toda e sobrava o piso superior, este era habitualmente alugado a forasteiros, pois não existia muito alojamento na cidade de Vila Real na época.
Casas para alugar eram difíceis de encontrar há 50 anos atrás. Como hoje...

Por o meu pai, bancário, ter sido colocado a trabalhar naquela cidade - éramos todos de Lisboa - para ela migrámos. A solução provisória encontrada para habitarmos enquanto não se conseguia uma casa na cidade, foi precisamente alugar aquele piso naquela quinta, num sítio chamado Timpeira que na época ficava a uns bons 3 ou 4 kms da cidade, pelo que para ir até esta o transporte era feito de camioneta. Penso que o local hoje já deve ter sido absorvido pela malha urbana.

Uma curiosidade, já agora. Junto aos muros e ao portão desta quinta passava a estrada (asfaltada). Era nesta estrada que se realizava o célebre Circuito Automóvel de Vila Real. Não tenho a certeza mas creio que o famoso Fangio correu lá. Ainda me recordo de ouvir, eu pequenino atrás do muro, e nada via, ouvir dizia, o ronco dos bólides a passarem na estrada. E se eles roncavam...

Por se tratar duma quinta e com a idade que eu tinha, passava nela a vida e convivia com tudo o que de mais rural e genuíno se possa imaginar. Porcos, patos, galinhas, pintos, coelhos, fruta, paus, pedras, lama... :)
E não morri... nem apanhei doença nenhuma...

Se alguém estiver curioso em conhecer algumas das memórias que ainda guardo, encontra-as AQUI. Infelizmente não tenho tido tempo para registar mais algumas memórias sobre as quais gostava de discorrer.
Saí de Vila Real com cerca de 6 anos para ir viver para Alcácer do Sal, para onde o meu pai foi transferido e de onde saí aos 12 em direcção a Oeiras, que ainda habito, pelas mesmas razões profissionais paternas. Uma vida de nómadas.

Saí, e isso é que me importa, tanto de Vila Real como de Alcácer, positivamente marcado por vivências que não voltam. Mas que sem dúvida eram saudáveis. Pelo menos para mim, e que muito contribuiram para a minha formação cívica e humana.

Post scriptum: Fui estudante até aos 20 anos de idade, altura em que fui cumprir 3 anos de Serviço Militar Obrigatório. Após o SMO, comecei a trabalhar e nunca mais parei. Ainda hoje o faço, apesar de reformado. Foi na tropa que de certa forma comecei a 'trabalhar'. Com 20 anos. Terá também sido trabalho infantil...?

Cumprimentos

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Anónimo disse...

É mesmo isso, memórias destas quem as tem deve guardá-las. Também eu passei alguma infância no campo e posso entender sobretudo a saudade dos objectos e dos cheiros que nos ficaram de outros tempos que não
voltam mais.

Muitas são as ocasiões em que as memórias se tornam mais vivas e saudosas e como recordar é viver duas vezes...bem hajam.

É pena que as gerações de agora não possam recordar o mesmo que nós. Os tempos são outros, com outros valores e com outras mais valias muitíssimo menos preciosas e generosas.

Anónimo disse...

Acabei os meus primeiros estudos tinha 15 anos, logo de seguida ingressei numa companhia, e iniciei a minha profissão, que exerço faz 45 anos (initerruptamente), ainda me falta mais 5 anos para me aposentar, terminarei a minha carreira contributiva e profissional com 50 anos de actividade. Tenciono prosseguir.

Nunca fui roubado antes do 25 de Abril de 1974, pela entidade patronal, e hoje sou, roubam horas de trabalho.

Não sei o que é isso de trabalho «infantil», sei o que é trabalho, responsabilidade, dedicação e competência, formação e especialização.

Com tudo isso, nunca se roubou tanto aos trabalhadores.

Carlos