Público 09.07.2009
"Os Verdes" criticam a falta de estudo de impacte ambiental e de um debate prévio com os utilizadores do Jamor
O secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, garantiu anteontem que a segunda fase do Campo de Golfe do Jamor, cuja construção tem sido contestada por utilizadores do espaço, não será decidida antes do segundo trimestre de 2010.
O secretário de Estado participou numa visita da Comissão Parlamentar de Educação ao Complexo Desportivo do Jamor, no qual o Instituto de Desporto de Portugal está a construir um campo de golfe de nove buracos. Laurentino Dias afirmou que "o campo de golfe que está a ser construído prevê nove buracos e foi alvo de adjudicação e concurso público internacional", acrescentando que "existe um projecto com mais de 20 anos que prevê 18 buracos mas ainda não existe vontade política de o fazer".
O secretário de Estado assegurou, de acordo com a Agência Lusa, que "até 27 de Setembro este Governo não tomará nenhuma decisão quanto à segunda fase do campo de golfe". Isto porque, explicitou, "até Março ou Abril de 2010 [data prevista para a conclusão da primeira fase] não se vai avançar com os 18 buracos. Fazem-se os nove, para ver como fica, qual é o impacto, depois logo se vê".
As explicações não convenceram o deputado Francisco Madeira Lopes, que acha que depois da visita "as questões continuam praticamente todas por responder" e continua a duvidar de que o investimento faça "sentido". O eleito de "Os Verdes" disse ao PÚBLICO que não só não foi entregue o projecto do campo de golfe como não ficou esclarecido qual o envolvimento da Federação de Golfe e em que moldes poderão as pessoas ter acesso ao equipamento.
Uma das principais críticas do deputado prende-se com o facto de o projecto não ter sido alvo de estudo de impacte ambiental que, entre outras coisas, permitisse perceber o efeito da alteração do regime de cheias causada pela obra nos locais onde a água passará a afluir.
Madeira Lopes também discorda de não ter havido um debate prévio e auscultação dos utilizadores do complexo do Jamor. Entre estes avulta o grupo Amigos do Estádio Nacional, que interpôs uma providência cautelar contra a obra, na sequência da qual o tribunal decretou a suspensão provisória do abate de árvores e da destruição do coberto vegetal. O secretário de Estado frisou que, "quaisquer que sejam os buracos que sejam feitos", será salvaguardada, "primeiro, a pista de crosse e, segundo, a construção de uma nova pista".
PÚBLICO/Lusa
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