Manuel Alegre afirma que a aprovação do Código do Trabalho pelo PS foi a "razão principal" para a sua saída das listas do partido para as próximas legislativas. O histórico socialista pede mudança ao partido.
"O Código do Trabalho é muito negativo, essa é a coisa mais negativa e é até a razão principal da minha não entrada nas listas, porque considero que era preciso alterar o Código do Trabalho e revê-lo", afirmou o 'histórico' socialista à agência Lusa na sexta-feira, o último dia de trabalhos normais da Assembleia da República - ainda há uma sessão plenária no dia 23 - antes do final da legislatura e num momento em que está prestes a deixar o lugar de deputado, que ocupa há 34 anos.
Antes de ter sido confrontado com esse diploma, que marcou o início de uma série de votações contra o sentido de voto da bancada do PS por parte do grupo 'alegrista', que incluía as deputadas Eugénia Alho, Júlia Caré e Teresa Portugal, Alegre salientou contudo a importância de algumas "questões de costumes" aprovadas durante a legislatura, como "o referendo sobre interrupção voluntária da gravidez, a lei da paridade ou a nova lei do divórcio".
O deputado e vice-presidente da Assembleia da República admitiu ainda que mesmo depois de em Maio ter anunciado que não integraria as listas do PS teve outros convites por parte da direcção do partido mas sublinhou que a sua resposta está dada: "Eu não posso estar a dizer isso [que não está disponível] de hora a hora, é ridículo, já disse que não integro as listas, está feito", acentuou.
Sobre as políticas seguidas pelo Governo de José Sócrates e o futuro do PS, Alegre não se quis alongar nos comentários, mas referiu que se achasse que o partido "estava a ir na direcção certa com certeza que era candidato a deputado".
"Mas vou tomar posição pelo PS, mantendo todas as divergências e apesar de todas as diferenças sou do PS e manterei a minha posição pelo PS", vincou em seguida o deputado e fundador do PS.
Em vésperas de abandonar as funções de deputado e a vice-presidência do Parlamento, Manuel Alegre confessou naturalmente a sua emoção: "Passei aqui quase metade da minha vida, estou aqui há 34 anos, sou o deputado com mais anos de exercício de funções e claro que recordo com emoção os momentos que aqui se viveram, sobretudo os da construção, da fundação da democracia na Assembleia Constituinte".
"A aprovação da Constituição, o preâmbulo da Constituição que fui eu que redigi e outros momentos, muitos, alguns pacíficos, outros tensos, sobretudo aqueles primeiros momentos em que havia uma grande convicção e um grande idealismo, a sensação de que estávamos a construir um país novo, a fazer história", disse, repetindo que foi ali que passou "quase metade" da sua vida.
O "sobressalto"
Manuel Alegre publicou hoje, sábado, um artigo de opinião no semanário Expresso onde critica o rumo tomado pelo PS e onde afirma que é "urgente" acordar o partido.
O histórico socialista insta os militantes do partido a pedirem mudança. "Impunha-se um sobressalto", afirma Alegre.
Alegre lança, ainda, críticas à esquerda portuguesa, que não consegue garantir governabilidade sem maioria absoluta do maior partido da esquerda.
"Nem o PCP e o BE estão disponíveis nem o PS quer governar com qualquer deles", escreve Alegre na página cinco do jornal semanário.
As críticas de Alegre também alcançam a direita, que, acredita Alegre, iria desmantelar o Serviço Nacional de Saúde e reduzir o Estado ao mínimo se governasse o país.
"O Código do Trabalho é muito negativo, essa é a coisa mais negativa e é até a razão principal da minha não entrada nas listas, porque considero que era preciso alterar o Código do Trabalho e revê-lo", afirmou o 'histórico' socialista à agência Lusa na sexta-feira, o último dia de trabalhos normais da Assembleia da República - ainda há uma sessão plenária no dia 23 - antes do final da legislatura e num momento em que está prestes a deixar o lugar de deputado, que ocupa há 34 anos.
Antes de ter sido confrontado com esse diploma, que marcou o início de uma série de votações contra o sentido de voto da bancada do PS por parte do grupo 'alegrista', que incluía as deputadas Eugénia Alho, Júlia Caré e Teresa Portugal, Alegre salientou contudo a importância de algumas "questões de costumes" aprovadas durante a legislatura, como "o referendo sobre interrupção voluntária da gravidez, a lei da paridade ou a nova lei do divórcio".
O deputado e vice-presidente da Assembleia da República admitiu ainda que mesmo depois de em Maio ter anunciado que não integraria as listas do PS teve outros convites por parte da direcção do partido mas sublinhou que a sua resposta está dada: "Eu não posso estar a dizer isso [que não está disponível] de hora a hora, é ridículo, já disse que não integro as listas, está feito", acentuou.
Sobre as políticas seguidas pelo Governo de José Sócrates e o futuro do PS, Alegre não se quis alongar nos comentários, mas referiu que se achasse que o partido "estava a ir na direcção certa com certeza que era candidato a deputado".
"Mas vou tomar posição pelo PS, mantendo todas as divergências e apesar de todas as diferenças sou do PS e manterei a minha posição pelo PS", vincou em seguida o deputado e fundador do PS.
Em vésperas de abandonar as funções de deputado e a vice-presidência do Parlamento, Manuel Alegre confessou naturalmente a sua emoção: "Passei aqui quase metade da minha vida, estou aqui há 34 anos, sou o deputado com mais anos de exercício de funções e claro que recordo com emoção os momentos que aqui se viveram, sobretudo os da construção, da fundação da democracia na Assembleia Constituinte".
"A aprovação da Constituição, o preâmbulo da Constituição que fui eu que redigi e outros momentos, muitos, alguns pacíficos, outros tensos, sobretudo aqueles primeiros momentos em que havia uma grande convicção e um grande idealismo, a sensação de que estávamos a construir um país novo, a fazer história", disse, repetindo que foi ali que passou "quase metade" da sua vida.
O "sobressalto"
Manuel Alegre publicou hoje, sábado, um artigo de opinião no semanário Expresso onde critica o rumo tomado pelo PS e onde afirma que é "urgente" acordar o partido.
O histórico socialista insta os militantes do partido a pedirem mudança. "Impunha-se um sobressalto", afirma Alegre.
Alegre lança, ainda, críticas à esquerda portuguesa, que não consegue garantir governabilidade sem maioria absoluta do maior partido da esquerda.
"Nem o PCP e o BE estão disponíveis nem o PS quer governar com qualquer deles", escreve Alegre na página cinco do jornal semanário.
As críticas de Alegre também alcançam a direita, que, acredita Alegre, iria desmantelar o Serviço Nacional de Saúde e reduzir o Estado ao mínimo se governasse o país.
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