quinta-feira, 9 de julho de 2009

Caso Isaltino: Alegações finais (Actualização)


Diário de Notícias

O procurador do Ministério Público no julgamento de Isaltino Morais deu hoje como comprovadas as relações de "benefícios pessoais" entre o autarca de Oeiras, acusado de seis crimes, e os arguidos Fernando Trigo, João Algarvio e Mateus Marques.

"O arguido Fernando Trigo trabalhou arduamente durante sete anos como assessor e nunca ninguém se lembrou de lhe arranjar um local de trabalho, uma secretária e um computador", questionou o procurador Luís Elói, referindo-se ao trabalho desenvolvido pelo jornalista Fernando Trigo, que colaborou com a câmara de Oeiras enquanto assessor contratado por Isaltino Morais.

O procurador adiantou ainda que o arguido "beneficiou da amizade" com o autarca, com prejuízo para a Câmara de Oeiras.
"Ganhou 32 870 contos em sete anos de serviços prestados à Câmara. Fernando Trigo não prestou serviços que justificassem os montantes auferidos", adiantou.

Quanto aos empresários do ramo imobiliário João Algarvio e Mateus Marques, o procurador do Ministério Público deu como comprovado que a sua actuação com Isaltino Morais teve como "objectivo obter benefícios patrimoniais".

Relativamente a um terreno cedido pelo autarca do município de São Vicente, em Cabo Verde, Luís Elói referiu que Isaltino Morais se "aproveitou do ascendente que tinha sobre os autarcas de Cabo Verde" para construir uma moradia própria na praia do Calhau.
"Aproveitou-se das vantagens do cargo que ocupa e por força do exercício das suas funções obteve para si próprio benefício. Comprova-se que houve benefício ilegítimo. Usou funções públicas para beneficiar de uma casa à beira-mar", disse.

A sessão da tarde, na qual o procurador do Ministério Público continuará as alegações finais, começa às 14:15.

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